Mais de 1 milhão sofrem com doenças do outono no ES
Com a queda da temperatura e da umidade do ar, doenças respiratórias, como gripe e pneumonia, se tornam mais frequentes
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É só a temperatura cair um pouco e a umidade relativa do ar ficar baixa que as doenças de outono e inverno, principalmente as respiratórias, trazem transtornos.
Médicos estimam que, nesta época, 30% da população sofrem com alguma doença, percentual que representa, no Estado, 1,2 milhão de pessoas.
O ar mais seco aumenta a concentração de poluentes na atmosfera. Já as baixas temperaturas e a poluição do ar elevam os riscos de doenças.
Na lista estão resfriado, gripe, rinite, asma brônquica, sinusite, covid-19, pneumonia, entre outras.
Segundo médicos, como os otorrinolaringologistas Bruno Caliman e Flavia Gomes de Freitas, os principais vilões são os vírus respiratórios que causam o resfriado e a gripe, sendo transmissíveis por gotículas respiratórias. Por isso, eles dão dicas de como se prevenir.
Ambos já percebem um aumento de procura por consultas nesta época do ano.
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“Os ambientes fechados são propícios para a disseminação destes vírus, pois as gotículas respiratórias também são responsáveis por contaminações. Por isso, é importante manter ambientes arejados, independente de dias ensolarados ou nublados, lavar as mãos com frequência e fugir de mofo”, disse Flavia Gomes.
Como meio de prevenção, ela orienta para que as roupas de frio, como casacos e até mesmo os cobertores, sejam tirados dos armários e lavados antes da chegada de frentes frias.
A médica pneumologista Jéssica Polese destaca que, nesta época do ano, quando há mudança de temperatura, o sistema imune tende a permitir infecções virais, como resfriados, sinusite, covid-19 e outras mais.
“Além das infecções virais, também existem doenças alérgicas e complicações das doenças virais, como sinusites e pneumonia bacteriana, asma e exacerbação de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)”.
Uma outra precaução citada por ela é evitar aglomeração. “Esta é uma época do ano em que as pessoas se aglomeram em ônibus, locais fechados. Então, há contaminação de todos os vírus e bactérias de transmissão respiratória. Aí entra também a tuberculose, a meningite. Outra coisa é a fumaça. Nesta época, tem ainda as lareiras, fogueiras, que para quem tem alergia piora bastante”, finalizou a pneumologista.
“Hábitos comuns, como lavar as mãos, manter a casa arejada e evitar aglomeração, previnem doenças respiratórias Bruno Caliman, Otorrinolaringologista
Cuidados redobrados
Foi na fase adulta, entre 20 e 21 anos, que a educadora física Amanda Barcelos Lepaus, que atualmente tem 32 anos, entrou para as estatísticas de pacientes que sofrem com doenças respiratórias nessa época do ano.
Com rinite alérgica, Amanda conta que redobra os cuidados com a chegada do outono e inverno e tem sempre em mãos antialérgicos, soros nasais e até corticoides para recorrer em casos de crises mais acentuadas.
“Lavo bastante o nariz com soro. Meu filho Gabriel, de um ano e sete meses, também sofre com as quedas bruscas de temperatura. Fora os medicamentos, eu mantenho os hábitos de usar os soros nasais e até fazer nebulização só com soro. Isso traz um pouco mais de conforto para atravessar essa época do ano.”
“Percebe-se um aumento de casos em pacientes de todas as faixas etárias Flavia Gomes de Freitas, Otorrinolaringologista
Dicas fundamentais
Evitar aglomerações
Lavar as mãos com frequência, evitar tapetes no quarto, fazer a limpeza periódica dos aparelhos de ar-condicionado e ventilador (a cada três meses), evitar aglomerações, manter as janelas de casa abertas nos dias de sol e nublados, trocar roupas de cama semanalmente, não respirar fumaça, hidratar-se e evitar a automedicação.
Não espere a temperatura cair para lavar as roupas guardadas por longos períodos de tempo, pois podem ser fonte de mofo e ácaros.
Cuidado com infiltrações nas paredes, principalmente em quartos, pois é fonte de mofo e alergia.
“Com o friozinho que fez nos últimos dias, já teve muita gente doente. O consultório já encheu Jéssica Polese, Pneumologista
Algumas doenças
Resfriado
Sintomas: coriza, congestão nasal, dor de garganta e espirros. Em geral, causados por vírus, duram aproximadamente de dois a cinco dias.
Prevenção e tratamento: lavar as mãos regularmente, desinfetar as superfícies mais tocadas, manter boa alimentação. Se não escapar, descongestionante nasal, anti-inflamatório, antitérmicos e repouso.
Gripe
Sintomas: apresenta febre, mal-estar e tosse. Pode durar até 10 dias.
Prevenção e tratamento: vacinação, evitar aglomerações e ambientes fechados podem reduzir os riscos. Se tiver gripado, use máscara e medicamentos indicados para o quadro. Se os sintomas persistirem, procure assistência médica.
Covid-19
Sintomas: semelhante à gripe.
Prevenção e tratamento: vacina é a melhor maneira de evitar contaminações. Beba bastante água.
Pneumonia
Sintomas: pode ser resultado da gripe. Os sintomas iniciais, normalmente, são febre e tosse.
Prevenção e tratamento: tome a vacina contra a gripe, pois é a causa comum da pneumonia. Também há imunização para prevenir a própria doença. Se ficar doente, use máscara e faça uso de antibióticos com prescrição médica.
Sinusite
SIntomas: infecção bacteriana que pode suceder um quadro gripal ou de rinite alérgica, que não melhora após 10 dias.
Prevenção e tratamento: requer consulta médica e tratamento específico com antibióticos. Recomenda-se lavagem com soro fisiológico para alívio de congestão nasal.
Rinite e asma brônquica
Sintomas: poeiras e mofos geralmente desencadeiam a rinite e os sintomas incluem coriza e espirros. Já a asma brônquica, que é uma inflamação dos brônquios, provoca tosse e dificuldade respiratória.
Prevenção e tratamento: fruta e vegetais frescos não podem faltar. Manter atividade física regular e usar medicamentos antialérgicos recomendados por um médico.
Faringite
A inflamação pode ser provocada tanto por vírus, quanto por bactérias. Sintomas como dor de garganta e pigarro são frequentes, associados com febre e mal-estar geral.
Prevenção e tratamento: manter boa hidratação e lavar as narinas com soro fisiológico podem proteger deste tipo de doença. O tratamento geralmente é feito com medicamentos para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
Fonte: Médicos entrevistados e pesquisa A Tribuna.
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