Mais chance de gravidez com novas tecnologias e inteligência artificial
Os testes de IA permitem identificar e classificar os óvulos de acordo com a qualidade. Também há opção de biópsia e análise cromossômica de embriões
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O uso da inteligência artificial na reprodução assistida já beneficia brasileiros que sonham em formar uma família. As novas tecnologias, já disponíveis no Estado, auxiliam na tomada de decisão diante do tratamento de congelamento de óvulos, facilitando a jornada dos casais com dificuldades de conceber.
É o caso, por exemplo, dos testes de inteligência Artificial (IA) Violet e Magenta e da combinação com a biópsia e a análise cromossômica dos embriões.
Os testes de IA permitem identificar e classificar os óvulos de acordo com a qualidade. É o que explica a ginecologista e obstetra Vickie White, junto ao pai, Jules White, diretor-geral da Clínica Jules White Medicina Reprodutiva, e sua equipe de embriologistas Gabriela Sena e Bruno Pimenta, e a ginecologista Camila Poncio, que já oferecem os novos testes Violet e Magenta e a biópsia embrionária aos pacientes.
“Utilizando a IA, pode-se combinar dados estatísticos com a análise personalizada sobre a qualidade dos óvulos. Cada óvulo é classificado em uma escala de 0 a 10, em que uma pontuação mais alta indica maior probabilidade de que o óvulo forme um blastocisto, ou seja, um embrião em estágio avançado e pronto para ser transferido ao útero”, conta Vickie White.
Outra nova tecnologia utilizada é a biópsia embrionária combinada à análise genética dos embriões, conhecida como teste genético pré-implantacional para aneuploidias, ou PGTA, aponta a embriologista da Unifert Mariana De Nadai.
O teste ajuda a identificar, entre os embriões produzidos no laboratório, quais são cromossomicamente normais e quais apresentam alterações cromossômicas. “Isso significa que podemos identificar se o embrião tem, por exemplo, condições relacionadas a ganhos e perdas de cromossomos. Dessa forma, aumentamos as chances de uma gravidez mais rápida e de uma gestação saudável”, explica Mariana De Nadai.
As técnicas têm o papel de auxiliar no processo de procriação humana, podendo ser utilizadas para doação e preservação de óvulos e para a preservação de embriões e tecidos germinativos.
Confira abaixo um guia explicativo sobre as novas tecnologias aplicadas às técnicas de reprodução assistida.
Ajuda médica
Confira o que pode ser feito
Técnicas
A reprodução assistida refere-se a todo processo reprodutivo assistido (ajudado) pela medicina, ou seja, é um conjunto de técnicas médicas usadas para ajudar pessoas a engravidar. As técnicas são voltadas a pessoas com infertilidade. Entre as técnicas mais comuns, estão o congelamento de óvulos, a fertilização in vitro, e a inseminação intrauterina, conhecida como “inseminação artificial”.
As técnicas têm o papel de auxiliar no processo de procriação humana, podendo ser utilizadas para doação, criopreservação de óvulos, embriões e tecidos germinativos, desde que exista possibilidade de sucesso e baixa probabilidade de risco à saúde dos envolvidos.
Novas tecnologias
Novas tecnologias auxiliam e potencializam os procedimentos de reprodução humana assistida.
O uso da inteligência artificial (IA) já beneficia o processo de fertilização in vitro (FIV) por meio de uma análise detalhada e personalizada da qualidade dos óvulos.
A utilização da IA na FIV não visa substituir os embriologistas, mas sim auxiliá-los, oferecendo uma ferramenta que pode aumentar a taxa de sucesso dos procedimentos.
1. Teste Violet
É um teste usado para medir a qualidade dos óvulos. Ele fornece um relatório com as imagens dos seus óvulos (oócitos) e previsões personalizadas da probabilidade de cada um se tornar um embrião no quinto ou sexto dia.
2. Teste Magenta
É um teste que utiliza um tipo de inteligência artificial para avaliar e pontuar a qualidade dos óvulos. Ele funciona da seguinte forma: quando a paciente inicia um ciclo de fertilização in vitro (FIV), os embriologistas observam os óvulos por meio de um microscópio, capturando imagens de cada um dos óvulos maduros.
Após a coleta e captura de imagens, elas são enviadas para um software que utiliza a IA para analisar imagens com precisão e nível de detalhe além da capacidade visual humana.
Cada óvulo é, então, classificado em uma escala de 0 a 10, em que uma pontuação mais alta indica maior probabilidade de que o óvulo forme um blastocisto, um embrião em estágio de desenvolvimento mais avançado e com maior chance de implantação no útero.
3. Biópsia embrionária
A biópsia embrionária seguida da análise genética dos embriões, conhecida como teste genético pré-implantacional para aneuploidias, ou PGTA, permite identificar, entre os embriões produzidos no laboratório, quais são cromossomicamente normais e quais apresentam alterações cromossômicas. Com isso, é possível aumentar as chances de uma gravidez rápida e de uma gestação saudável.
Sinal de alerta até os 35 anos
A dificuldade para engravidar até os 35 anos é um sinal de alerta para a infertilidade. Nesses casos, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico podem aumentar as chances de sucesso na concepção.
É o que alerta a ginecologista da Unifert Isabela Rangel. “É importante termos em mente que a mulher com menos de 35 anos que está tentando engravidar há mais de um ano, sem sucesso, já deve buscar ajuda. Caso tenha 35 anos ou mais, essa busca deve acontecer após seis meses sem sucesso com a gravidez”, explica.
As indicações para técnicas de reprodução assistida acontecem quando as alternativas mais naturais já foram esgotadas e quando há obstrução tubária bilateral, falência ovariana precoce, endometriose profunda severa, idade avançada e abortamentos de repetição relacionados à alteração genética, por exemplo.
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