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Saúde

Mais casos de câncer em quem nunca fumou

Dados foram revelados em pesquisas dos EUA e Reino Unido. Mas médicos alertam que o cigarro é causa de 90% dos tumores no pulmão


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Estimativas do Instituto Nacional do Câncer apontam que o câncer de pulmão atinge cerca de 30 mil pessoas por ano no País. 

Apesar do tabagismo ser responsável por 90% dos diagnósticos deste tumor, estudos confirmam que tem crescido a incidência em pessoas que nunca fumaram.

Estudo feito recentemente nos EUA, com 12.103 pacientes com câncer de pulmão, descobriu que, entre 1990 e 1995, pessoas que nunca haviam fumado representavam 8% do total de casos. Já entre 2011 e 2013, esse número subiu para 14,9%.

Outra pesquisa, com  2.170 pessoas no Reino Unido, apontou que o número de pacientes com câncer de pulmão que nunca fumaram aumentou de 13%, em 2008, para 28% em 2014.

O coordenador de oncologia clínica da Rede Meridional Fernando Zamprogno destaca que essa incidência se deve ao fato de hoje ter mais gente envelhecendo. “A proporção de não fumantes também está aumentando, pois temos a redução dos pacientes fumantes. Temos de lembrar ainda do aumento da poluição atmosférica”.

Segundo Zamprogno, há ainda outro fator pouco mencionado por trás do câncer: o gás radônio. “Esse gás está no granito que colocamos dentro de casa. Não é para causar alarde, já que não é todo granito que tem esse gás, mas deveriam ser feitos testes de radioatividade para segurança”.

Imagem ilustrativa da imagem Mais casos de  câncer em quem nunca fumou
Oncologista Fernando Zamprogno destaca que essa incidência está ligada ao envelhecimento da população |  Foto: Fernando Zamprogno

De acordo com a oncologista clínica Virgínia Altoé Sessa, os casos de câncer em pacientes não fumantes estão associados às mutações relacionadas ao estilo de vida, à genética e à herança familiar. 

“A melhor maneira de tentar evitar é não fumar, fazer exercícios físicos, evitar excesso de bebida alcoólica, se alimentar de forma saudável e ir ao médico regularmente”.  

Os médicos destacam que o rastreio de câncer de pulmão é caro, por isso não está disponível para toda população. Por conta disso, a oncologista Juliana Alvarenga alerta que o câncer de pulmão, na maioria das vezes, é diagnosticado tardiamente. “Na pandemia, tivemos casos de pacientes que foram fazer a tomografia por conta da covid-19 e acabaram descobrindo o câncer de pulmão”.

Em 2021, somente no Estado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 525 pessoas morreram de câncer dos brônquios e dos pulmões. Este ano, já foram registradas 251 mortes.

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