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Saúde

Especialistas explicam perguntas relacionadas à dengue

Somente no ES, já foram registrados 25 mil casos da doença, com duas mortes confirmadas.


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Imagem ilustrativa da imagem Especialistas explicam perguntas relacionadas à dengue
Luis Henrique Borges frisou que ao sentir sintomas, o paciente deve logo iniciar hidratação intensa |  Foto: Leone Iglesias/ AT

Com o avanço dos casos de dengue no Estado, assim como pelo País, crescem também as dúvidas sobre sintomas, sinais de agravamento da doença e quando buscar atendimento médico.

Sobre o tema, médicos explicam o que deve ser feito em caso de sintomas de dengue.

O médico infectologista Luis Henrique Barbosa Borges frisou que, como geralmente o quadro é benigno, ao sentir sintomas o paciente deve logo iniciar uma hidratação intensa.

O objetivo, segundo ele, é manter sempre uma urina de cor bem clara, quase transparente. “O paciente deve tomar analgésicos e antitérmicos como a dipirona ou o paracetamol. A persistência dos sintomas após as primeiras 24 horas deve estimular a pessoa a procurar ajuda nos serviços de saúde, onde a hidratação por via endovenosa e a realização de hemograma vão orientar os próximos passos”, explicou.

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"Os testes específicos de dengue não são recomendados para todos os casos, é preciso uma avaliação clínica” Ana Carolina D'Ettorres, infectologista |  Foto: Divulgação

Segundo o médico, geralmente os pacientes têm apresentado febre em média por três dias. “A dor muscular e a cefaleia em média duram cinco dias, mas uma fadiga pode persistir de sete a 10 dias”, revelou Borges.

A infectologista Rubia Miossi destaca que o principal sintoma da dengue é febre. “Mas, geralmente, a pessoa tem mais dois sintomas, que podem ser dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; dor no corpo, seja muscular ou nas articulações; náuseas ou vômitos ou manchas no corpo, por exemplo”.

A infectologista Ana Carolina D'Ettorres ressaltou que não é recomendado que pessoas com suspeita de dengue se automediquem ou aguardem os sinais de gravidade para buscar atendimento médico.

“É necessária uma avaliação clínica inicial para determinar em qual grupo o paciente se enquadra e a partir daí traçar o plano de cuidado”, explicou.

Agravamento

A pediatra e membro da Sociedade Espiritossantense de Pediatria Fabiana Frasson destacou que entre os sinais de “alarme” estão a dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, hipotensão postural (queda da pressão) ou lipotímia (desmaio).

“Outros sinais de alerta para agravamento da doença são sangramentos de mucosa, letargia, irritabilidade e cansaço”.

Tire suas dúvidas

Quais são os sintomas da dengue?

A primeira manifestação, em geral, é a febre de dois a sete dias, geralmente alta (39ºC a 40ºC), segundo a pediatra Fabiana Frasson.

Ela apontou que a doença também está associada à cefaleia (dor de cabeça), cansaço, mialgias (dor muscular), artralgias (dor nas articulações) e à dor retro-orbitária (atrás do olho).

Falta de apetite, náuseas, diarreia e vômitos. O exantema (empolação no corpo) ocorre aproximadamente em 50% dos casos.

O que fazer em caso de sintomas de dengue?

Em caso suspeitos de dengue deve-se evitar o uso de AAS (aspirina) e anti-inflamatórios como ibuprofeno, diclofenaco, cetoprofeno, nimesulida, como orienta a infectologista Ana Carolina D'Ettorres.

Além disso, ela indica aumento de hidratação por meio de água e soro de retratação oral, bem como procurar atendimento médico para avaliação.

Qual o sinal que é preciso procurar ajuda médica?

A infectologista Rubia Miossi orienta que as pessoas procurem atendimento médico quando tiverem sintomas como febre, dor de cabeça e dor no corpo, por exemplo. O diagnóstico é importante para saber se está tudo bem, se não há risco de desenvolver dengue grave.

Ela destaca ainda que principalmente os idosos, crianças muito pequenas, grávidas, ou pessoas que têm alguma doença cardiovascular grave, doença pulmonar grave e diabético difícil de controlar a glicose, se tiver febre outros sintomas, devem procurar logo um médico.

Assim, é possível avaliar por meio de exame de sangue se é um caso de tratar em casa ou se é de internação hospitalar.

O tratamento médico logo nos primeiros sintomas evita o agravamento da doença e a possível evolução para morte?

O acompanhamento precoce é fundamental para orientação e intervenção mais imediata em casos com potencial de agravamento, o que impacta diretamente no desfecho final, como observa a infectologista Ana Carolina D'Ettorres.

Por que a dengue tem feito vítimas fatais?

Para a infectologista Ana Carolina D'Ettorres, existem diversos fatores que justificam a morte, que podem ser as características dos doente como, por exemplo, crianças, grávidas, idosos e pessoas com comorbidades, caso de reexposição ao vírus, bem como busca tardia por atendimento médico.

Posso procurar fazer o teste em farmácia ou em posto de saúde?

Os testes específicos de dengue não são recomendados para todos os casos, é preciso uma avaliação clínica para definição de qual exame ser solicitado, para quem e em que tempo, segundo a infectologista Ana Carolina D'Ettorres.

Os testes específicos, como explica a médica, são feitos por sangue, podendo ser dos tipos: antígeno NS1, Sorologia IgM e IgG, e PCR DENV.

A dengue exige quantos dias de repouso e afastamento do trabalho?

O tempo de afastamento é determinado pela condição clínica do paciente, como ressalta a infectologista Ana Carolina D'Ettorres.

Já o médico infectologista Luis Henrique Barbosa Borges complementa que, geralmente, os pacientes têm apresentado febre em média por três dias.

Ainda de acordo com ele, a dor muscular e a dor de cabeça em média duram cinco dias, mas uma fadiga pode persistir de sete a 10 dias.

Em que casos a dengue pode ser perigosa? Como identificar se ela é comum ou grave?

Os sinais de alarme são: sangramento espontâneo, dor abdominal de forte intensidade, confusão mental, queda na pressão e diminuição da produção de urina, segundo exemplifica a infectologista Ana Carolina D'Ettorres.

Qual a diferença entre os sintomas de dengue e covid?

Ao comparar dengue com a covid-19, a infectologista Rubia Miossi diz que na dengue não são comuns os sintomas respiratórios, como nariz escorrendo, espirros e tosse.

Porém, segundo ela, casos graves de covid e de dengue podem ser semelhantes do ponto de vista que a dengue grave pode dar dificuldade de respirar, mas não é comum um quadro inicial de tosse, dor de garganta, espirros e coriza.

Existe um repelente ideal?

A infectologista Rubia Miossi diz que o melhor é aquele repelente que tem eficácia comprovada, aqueles que têm registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ela destaca que geralmente aqueles repelentes comuns vendidos em supermercados e em farmácias funcionam.

Agora, ela frisa que é preciso ficar atento ao rótulo para saber a partir de quantas horas é preciso reaplicar o produto. Além disso, ela explica que é preciso aplicar uma quantidade generosa e em todas as áreas do corpo, evitando a face.

Por fim, ela avisa que creme hidratante ou álcool não substituem os repelentes.

Por que não se usa mais o termo “dengue hemorrágica”?

Hoje, o termo dengue hemorrágica não tem sido mais usado já que médicos avaliam que ele não passa a mensagem certa sobre a doença, afinal, nem todos os casos de dengue grave ocorrem com hemorragia.

A mudança para “dengue grave” foi feita, inclusive, no âmbito da Organização Mundial da Saúde (OMS), para passar a dimensão real do problema.

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