ES amplia oferta de teste do pezinho na rede pública de saúde
Exame pode ser feito de forma gratuita no SUS e serve para detectar doenças graves em bebês nos primeiros dias de vida
O Governo do Estado anunciou que vai ampliar o teste do pezinho a partir de março de 2026. Também conhecido como triagem neonatal, o exame permite a identificação de condições raras ainda nos primeiros dias de vida da criança.
O teste é dividido em cinco etapas e cada uma delas detecta um grupo de doenças. Quando todas são implementadas, é possível identificar cerca de 50 condições.
Durante o anúncio, o secretário de Saúde, Tyago Hoffmann, disse que esse é um passo importante para o Estado.
“Ampliar o teste do pezinho significa oferecer às nossas crianças a chance de um diagnóstico precoce e de tratamentos que podem mudar completamente o curso de doenças graves”.
Atualmente, o Estado está na Etapa 1, que possibilita o diagnóstico de seis doenças, como explica a gerente de Política e Organização das Redes de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Rose Mary Santana.
“Com a ampliação, vamos evoluir para as etapas quatro e cinco, abrangendo a identificação de outras doenças, como a Atrofia Muscular Espinhal (AME)”.
A AME é uma das doenças neuromusculares mais graves da primeira infância. O pediatra Victor Batitucci explica que, quando a criança apresenta sintomas, parte dos neurônios já foi perdida.
“É uma doença rápida e progressiva, destrói neurônios motores. Detectar cedo é essencial porque os tratamentos disponíveis funcionam melhor antes do início dos sintomas.”
A pediatra Adriana Amaral explica que o exame deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida, garantindo um desenvolvimento mais saudável para a criança.
“O teste permite o diagnóstico precoce de diversas doenças genéticas e metabólicas que, se não tratadas, podem causar deficiência intelectual, física ou até mesmo a morte”.
Victor também lembra que é importante não ignorar se o laboratório pedir para repetir o exame.
“Isso não significa que o bebê tem uma doença, mas que o laboratório precisa confirmar algo para garantir total segurança”.
Rose Mary acrescenta que, até que o teste ampliado esteja disponível para a população, as equipes responsáveis passarão por capacitações.
“Vamos capacitar os profissionais e as equipes também precisam de um tempo para se equipar. Tudo para que essa mudança aconteça da melhor forma possível”.
SAIBA MAIS
Teste do pezinho
> É um exame obrigatório realizado em todos os recém-nascidos.
> Ajuda a diagnosticar algumas doenças genéticas e metabólicas nos primeiros dias de vida.
> Pode ser realizado gratuitamente pelo SUS.
> O teste completo possui cinco etapas, e cada uma delas identifica grupos específicos de doenças.
Importância
> Caso alguma alteração seja identificada, o tratamento pode ser iniciado rapidamente, reduzindo riscos e evitando complicações graves.
Quando deve ser feito
> O teste deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê.
Como é feito
> O exame é feito a partir da coleta de gotas de sangue no calcanhar do bebê.
Doenças detectadas
> Quando completo, o exame pode detectar até 50 doenças.
> Alguns exemplos:
> Anemia falciforme;
> Hipotireoidismo congênito;
> Fibrose cística;
> Galactosemia;
> Atrofia muscular espinhal (AME).
Onde é feito
> No estado, o exame pode ser realizado em maternidades, hospitais e em unidades de saúde.
> São cerca de 460 postos de coleta disponíveis.
A realização do teste é de responsabilidade da Apae Vitória.
Ampliação do teste no Estado
> A partir de março de 2026, o teste do pezinho será ampliado no Estado.
> A medida faz parte do plano do Ministério da Saúde, iniciado em 2021, que prevê a expansão do exame em etapas.
O que significa
> O estado passará a contemplar as etapas 4 e 5 do teste.
> Com isso, mais doenças poderão ser identificadas.
> Antes, o Estado identificava sete doenças, sendo seis da etapa um e uma fruto de um financiamento do Ministério da Saúde.
> Com a ampliação, passará a identificar dez, incluindo imunodeficiências primárias e a Atrofia Muscular Espinhal (AME).
Fonte: Pesquisa AT e especialistas entrevistados.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Comentários