Enxaqueca já atinge 600 mil pessoas no Estado
Apontada como a dor de cabeça que mais incomoda, crises de enxaqueca podem durar de 4 a 72 horas, segundo especialistas
Sabe aquela dor forte e crescente, em um dos lados da cabeça, e por vezes acompanhada de náuseas, sensibilidade à luz e até vômito? Pode ser enxaqueca – tipo de dor que já atinge 600 mil pessoas no Estado.
Embora não seja a dor de cabeça mais comum, ficando atrás da cefaléia por tensão, a enxaqueca é apontada como a que mais incomoda. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o problema atinge mais de 1 bilhão de pessoas em todo mundo.
A enxaqueca é considerada uma dor de cabeça primária, ou seja, não está ligada a outros problemas que podem trazer dores, como tumores, aneurisma, dengue e covid-19, por exemplo.
Já os sintomas costumam ser bem definidos, segundo o neurocirurgião Ulysses Caus Batista, coordenador do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Meridional Serra.
“Ela é caracterizada pela dor, geralmente unilateral, podendo variar de lado, geralmente nas têmporas, atrás dos olhos, vindo como uma ‘facada’ ou latejando, em crescente, ou seja, começa fraca e vai aumentando”, explicou o especialista.
Ao entrar no período de crise, a dor vem associada a outros sintomas, como dor pela luz ou barulho, náusea, vômito, febre, calafrio e suor. “É quase uma síndrome, pois vem acompanhada de vários sintomas”, destacou Caus.
Especialista em Tratamento da Dor, o médico André Félix afirma que uma crise de enxaqueca pode durar de quatro a 72 horas.
Entre as principais causas que contribuem está o estilo de vida estão a falta de atividade física, momentos de estresse, ansiedade, má qualidade do sono e da alimentação. Ficar muito tempo sem comer e beber água também contribuem.
“Um dos principais gatilhos está associado à alimentação. Além de evitar jejum prolongado, alguns alimentos têm sido bastante correlacionados, como o álcool, chocolate, vinho tinto e café”, afirmou Félix.
É possível diagnosticar a enxaqueca somente com conversas entre o médico e o paciente, aliado a exame físico, segundo a médica Mariana Suete, especialista em tratamento da dor da Clínica Relevium.
Esse diagnóstico, inclusive, é fundamental para o tratamento. “A enxaqueca é um dos mais dos 150 tipos de dor de cabeça, e para o tratamento assertivo é fundamental saber qual é o tipo de dor. Também é importante descartar doenças mais graves”.
Mudar estilo de vida pode evitar
A prevenção e a melhora da enxaqueca passam por alguns hábitos de vida e o uso de medicamentos em algumas situações.
“O melhor tratamento é a prevenção. Se o paciente adota um estilo de vida melhor, ele consegue afastar as dores”, garantiu o neurocirurgião Ulysses Caus Batista.
O especialista ressalta, também, a importância de melhorar as situações que causam estresse, preocupações e ansiedade. “E buscar fazer atividades físicas, sendo as aeróbicas as melhores, como caminhada, corrida, natação, bicicleta”.
Após a confirmação do diagnóstico de enxaqueca, também é importante identificar os fatores que desencadeiam o problema no paciente, segundo a médica Mariana Suete.
“É preciso identificar os gatilhos para atuar em cima deles. Os fatores desencadeantes mais comuns estão ligados à alimentação”.
Medicamentos também são utilizados, atuando para que o paciente tenha menos crises. O médico André Félix ressalta que o primeiro tratamento preventivo específico para enxaqueca foi aprovado em 2019. Trata-se de anticorpos monoclonais anti-CGRP.
“Foi desenvolvido para bloquear os receptores relacionados aos genes de calcitonina, um dos responsáveis por crises de enxaqueca”.
SAIBA MAIS
Enxaqueca
- Está entre os 150 tipos de dores de cabeça já identificados, sendo o segundo mais comum, atrás somente da cefaléia por tensão.
- É uma cefaléia (dor de cabeça) primária, ou seja, não está ligada a outro problemas, como tumores, aneurisma, dengue ou covid-19, por exemplo.
Características da enxaqueca
- Dor, geralmente, unilateral (em um dos lados), podendo variar de lado, e geralmente nas têmporas, atrás dos olhos.
- Dor latejante ou com característica de uma “pontada”.
- Crescente, começa mais fraca e vai aumentando até ficar forte.
- Sensibilidade à luz e ao barulho.
- Pode vir acompanhada de: náusea, vômito, febre, calafrio e suor.
Algumas causas
- Alimentação ruim.
- Alimentos e bebidas como o álcool, chocolate, vinho tinto, lactose e café.
- Falta de atividade física.
- Má qualidade do sono.
- Atividades ou momentos estressantes constantes.
- Ansiedade
- Ficar muito tempo sem comer e beber água.
Diagnóstico
- É feito por um médico, podendo ser feito até mesmo somente com a conversa com o paciente. Em alguns casos, exames são solicitados.
Fonte: Especialistas consultados.
Comentários