X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Saúde

Entenda por que pisar em água da chuva traz riscos à saúde

Especialistas fazem alerta para micoses e problemas no aparelho digestivo


Não é preciso atravessar uma enxurrada para sair com os pés ensopados após uma tempestade de verão. De fato, basta uma chuvinha rápida e um momento de distração para encharcar o tênis ou a sandália em uma poça qualquer parada em alguma imperfeição do calçamento.

O que parece um simples incômodo, entretanto, pode se tornar uma dor de cabeça bem maior. De acordo com especialistas médicos ouvidos pela reportagem, a água da que se acumula em alguns pontos após a chuva contém toda sorte de sujeiras urbanas e parasitas, podendo ocasionar de micoses e infecções bacterianas na pele a gastroenterites.

Segundo a dermatologista Natália de Paiva Sobreira, médica da Rede Mater Dei, o contato com a água parada, especialmente em ambientes urbanos, pode trazer vários problemas de pele devido à presença de contaminantes presentes naquele meio. "Ali tem bactéria, fungo, produtos químicos, microrganismos parasitas. Se acontecer, a primeira coisa a evitar é um contato mais prolongado, não permanecer muito tempo com aquela água acumulada, pois o risco da exposição é maior", diz Sobreira.

A orientação é, logo em seguida ao incidente, buscar um ambiente limpo para lavar a parte exposta com água corrente e sabão para evitar infecções bacterianas como foliculite ou reações alérgicas. "Se o paciente tiver algum orifício de entrada, algum machucado prévio, essa ferida pode infectar. Além de dermatites, porque substâncias químicas presentes nas águas, como poluentes industriais, podem levar a dermatite de contato", afirma Sobreira.

Outro ponto é não comer nenhum alimento antes de passar pela higienização. No geral, para quem anda muito a pé ou de moto, a dica é usar calçados fechados impermeáveis para reduzir as chances de contaminação.

Ethel Fernandes, também médica dermatologista da Mater Dei, lembra que, neste período chuvoso do ano, ocorrem mais alagamentos e é possível observar nos consultórios e pronto-atendimentos um aumento nas taxas de micose de pele. "Principalmente as que acometem as regiões de dobras e locais mais úmidos e quentes, que são causadas por conta de fungos que se proliferam na pele por conta dos sapatos molhados e contaminados", destaca Fernandes.

Axilas e virilhas, assim como os espaços entre os dedos dos pés, são particularmente afetados pelo problema. "Essas micoses causam coceira, maceração e vermelhidão no local. Quando acometem as unhas, elas causam espessamento, fragilidade e alteração da coloração", alerta a especialista.

Como forma de prevenir essas micoses, Fernandes reforça que é importante evitar ficar muito tempo com a roupa molhada e secar bem o corpo após o banho, evitando sempre andar descalço e ter contato direto com a água parada e com a lama das ruas. "Se o sapato ficar molhado, deixe-o no sol alguns dias, de um a dois, até que ele seque completamente", sugere.

Tratar as micoses adquiridas também é necessário para resolver o problema e diminuir a transmissão, sendo que um médico especialista em pele deve ser consultado para indicar a medicação ideal.

Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e fundador-diretor clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, o médico José Roberto Fraga Filho diz que a água parada em poças após chuvas e enchentes pode causar ainda doenças graves, como a leptospirose, doença transmitida pela urina do rato. "Causa grandes problemas no nosso organismo, podendo inclusive levar a óbito", diz Fraga.

Outro problema, afirma Fraga, são as hepatites, que também são transmissíveis pelo contato com a pele machucada e que podem prejudicar gravemente o fígado, órgão essencial para vida.

Por fim, o dermatologista aponta que a água contaminada facilita a penetração de bactérias na pele, causando dermatites que podem até mesmo evoluir para erisipela, que tem um quadro mais grave para o paciente.

Os médicos alertam ainda que os acúmulos de água parada no verão são um fator importante para proliferação de mosquitos vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya, responsáveis por um grande número de mortes no país. Além de eliminar locais onde a água parada possa acumular, é indicado usar repelentes em adultos e crianças.

A água com a sujeira da cidade levada pelas enxurradas até os balneários (areia e água do mar) é outro problema. De acordo com o gastroenterologista Nelson Cathcart Junior, várias fontes aumentam o risco de viroses e gastroenterites no verão, incluindo "o contato da mucosa com a ingestão involuntária desses líquidos e alimentos".

Os problemas no aparelho digestivo, como o causado ano passado no surto de norovírus em Florianópolis, podem levar a quadros de desidratação, enjoos, vômitos, diarreias e dores na barriga. Cathcart diz que um problema por vírus tende a se atenuar entre 48 e 72 horas, enquanto um bacteriano pode se prolongar e apresentar uma febre mais alta e persistente com desidratação intensa e até sangue nas fezes.

A recomendação em zonas de praia e para viajantes, portanto, é evitar contato com a água parada nas ruas e ficar atento à balneabilidade das praias, hidratação, higiene e alimentação fora de casa.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: