Dengue já matou 40 pessoas este ano no ES
Maior parte das vítimas é do sexo masculino. Em uma semana, foram 1.409 novos casos notificados e uma morte confirmada
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O Espírito Santo já soma 215.267 casos notificados de dengue neste ano. Na última semana epidemiológica, a 31ª, referente a 28 de julho a 03 de agosto, foram 1.409 novos casos notificados e uma morte confirmada. No ano passado, no mesmo período, eram 163.248 notificações totais pela doença.
Até o momento, 40 pessoas já morreram pela doença e outras 15 mortes estão em investigação, segundo Boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A maioria das mortes é do sexo masculino, com 24 vítimas, contra 16 do sexo feminino, de acordo com dados do Painel de Monitoramento da Dengue no Espírito Santo.
Um dado que chama atenção é que entre as faixas etárias que ocupam o topo das mortes estão pessoas entre 30 e 39 anos, e 70 e 79 anos, ambas com sete mortes cada.
Entre a faixa etária entre 10 e 19 anos já foram confirmadas três mortes, e entre crianças de 0 a 9 anos, duas mortes.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, destaca que grande parte das vítimas idosas têm alguma comorbidade.
“Esses pacientes mais idosos têm uma ou duas comorbidades, como hipertensão e diabetes, e fazem tratamento contínuo. Como o vírus da dengue praticamente destrói a célula, acaba comprometendo a imunidade, levando a gravidade dos casos”.
Orlei frisa também sobre as mortes de crianças e adolescentes, entre a faixa etária de 10 a 14 anos, em que a vacina da dengue está disponível no Estado.
“O mosquito não escolhe se vai picar criança ou adulto. Temos casos de morte em que a pessoa não tem uma comorbidade, ou seja, não tem doença prévia, mas por falta de hidratação adequada ou por não procurar ajuda médica, agravou e veio a óbito”.
A infectologista Ana Carolina D'Ettorres ressalta que a hidratação é a principal estratégia para evitar evolução para as formas graves.
“Porém, a hidratação que nos referimos é feita com base em cálculo de mL, necessário pelo peso do paciente, não podendo o paciente apenas aumentar a ingesta sem que um médico avalie e acompanhe o caso”, alerta.
Dor abdominal de forte intensidade, vômitos constantes que dificultam a ingestão de líquidos, sangramentos, queda de pressão, tontura e confusão mental são sinais de alerta, segundo a infectologista, que exigem avaliação médica imediata.
Armadilhas ajudam a monitorar mosquito
Entre as estratégias para monitorar a circulação do Aedes aegypti no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) implantou armadilhas de oviposição, as chamadas ovitrampas. A ação, que vem acontecendo desde abril em 15 municípios capixabas, consiste em um método de captura do vetor capaz de determinar em quais localidades o mosquito tem maior circulação.
As armadilhas são instaladas em uma casa, a uma altura de até 1,5 metro do chão, na sombra e abrigado da chuva, fora do alcance de crianças e pets. É adicionada uma mistura de água com atrativo à base de lêvedo, que atrai fêmeas do mosquito para que venham colocar ovos em uma palheta de MDF-Eucatex.
“Cada imóvel que colocamos essa armadilha, tem a capacidade de abrangência de até 300 metros. A estratégia é identificar os ovos do Aedes, dessa forma sabemos que o mosquito está circulando no entorno. A partir daí, o município toma uma ação imediata na região”, explica o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso.
Após sete dias, a nova palheta é retirada e a armadilha é desinstalada, havendo uma pausa de duas semanas antes de iniciar um novo ciclo de instalação. É importante que a armadilha seja sempre instalada no mesmo imóvel ou na vizinhança.
Até julho, foram implantadas 2.203 ovitrampas e coletados 100.833 ovos em Afonso Cláudio, Aracruz, Barra de São Francisco, Conceição da Barra, Guaçuí, Ibiraçu, Itaguaçu, Marataízes, Marilândia, Muniz Freire, Pancas, Pedro Canário, Presidente Kennedy, Rio Bananal e São Gabriel da Palha.
Saiba mais
Município / Mortes em 2024
Linhares: 9 mortes
Aracruz: 4 mortes
Anchieta: 2 mortes
Vitória: 2 mortes
Ecoporanga: 2 mortes
Afonso Cláudio: 2 mortes
Serra: 2 mortes
São Mateus: 2 mortes
Dores do Rio Preto: 1 morte
Laranja da Terra: 1 morte
Brejetuba: 1 morte
Cariacica: 1 morte
Domingos Martins: 1 morte
São Roque do Canaã: 1 morte
Vila Velha: 1 morte
Nova Venécia: 1 morte
São Gabriel da Palha: 1 morte
Santa Maria de Jetibá: 1 morte
Itarana: 1 morte
Ibitirama: 1 morte
Sooretama: 1 morte
Barra de São Francisco: 1 morte
Muqui: 1 morte
Foram notificados 215.267 casos de dengue no Espírito Santo até o dia 03 de agosto.
Avaliação
Todo caso suspeito de dengue deve receber avaliação médica. Dor abdominal de forte intensidade, vômitos constantes que dificultam a ingestão de líquidos, sangramentos, queda de pressão, tontura e confusão mental são sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata.
Fonte: Sesa e especialistas consultados.
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