Conselho Federal de Medicina proíbe quebra de costelas para afinar cintura
Determinação vale para todo o Brasil. Cirurgia já foi realizada por diversas celebridades
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a realização da cirurgia de remodelamento costal, com finalidade estética, em todo o Brasil.
A medida gerou repercussão, especialmente após celebridades, como a ex-BBB Paula Freitas, a influenciadora Maya Massafera e a ex-panicat Babi Muniz, revelarem ter se submetido ao procedimento.
A intervenção consiste na fratura proposital das chamadas costelas flutuantes, para reduzir o perímetro da cintura. Segundo o cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Espírito Santo (SBCP-ES), José Armando Faria Jr., trata-se de um remodelamento ósseo.
“Já li sobre casos com reduções de até 13 centímetros na medida da cintura”, conta.
Ele pondera que a decisão do CFM foi baseada em critérios científicos. “A decisão do CFM é fundamentada em estudos que chegaram até eles, embora existam publicações que mostrem bons resultados, com baixo índice de complicações”, explicou.
Faria Jr. analisa que, no Brasil, quem rege a medicina é o Conselho Federal de Medicina.
“Portanto, mesmo que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ou qualquer outra sociedade, tenha uma posição diferente, a decisão do CFM é lei e deve ser respeitada. Se amanhã surgirem novos estudos que mostrem segurança, aí sim pode-se pedir uma nova avaliação. Mas, por enquanto, está proibido”, afirmou.
Segundo o CFM, o remodelamento costal só poderá ser realizada no contexto de pesquisa científica, com aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e sem cobrança financeira ao paciente.
Para o cirurgião plástico e conselheiro do CFM, Marcelo Prado, a decisão representa um avanço importante na proteção à saúde da população.
“O CFM fez uma revisão de vários estudos, e comprovou que o método não tem segurança quanto à cirurgia. Na verdade, nunca teve. E a eficácia também é questionada”, afirma.
De acordo com ele, um procedimento é considerado experimental quando ainda não existem estudos científicos confiáveis e suficientes que comprovem que ele é seguro e realmente funciona.
“Isso significa que, nesse caso, ainda não se sabe, com segurança, quais os riscos envolvidos, os resultados a longo prazo, nem se os benefícios superam os possíveis danos”.
FAMOSAS
Dieta

Em agosto de 2024, a ex-BBB Paula Freitas se submeteu a uma remodelação costal. Segundo ela, quatro meses antes da cirurgia, o médico falou: “Ou você perde 5 kg ou não te opero. Você não entra na sala de cirurgia”.
Paula, então, fez uma dieta. “Meu nutrólogo, minha nutri e meu personal começaram um trabalho de doido em cima de mim. Depois de quatro meses, consegui entrar no centro cirúrgico”, disse à coluna Play, do jornal O Globo.
Sonho realizado

A ex-panicat e ex-A Fazenda Babi Muniz já comentou sobre o remodelamento costal, também conhecido como “Costela de Barbie”, e disse que saiu da cirurgia se sentindo muito bem.
“Foi um sonho que realizei. Não senti dor, só um desconforto, como se tivesse treinado bastante na academia. O resultado foi apaixonante! Eu já tinha feito lipoaspiração, mas não tinha visto o resultado desejado”.
Consulta com médicos

A empresária Roberta Borsoi, de 43 anos, chegou a se consultar com dois médicos, para verificar a possibilidade de fazer a cirurgia para afinar a cintura, com finalidade estética.
Ela recorda que foram profissionais criteriosos, que solicitaram uma série de exames e acompanhamento multidisciplinar.
“Fiz até acompanhamento nutricional, para verificar se estaria apta ao procedimento”, lembra.
SAIBA MAIS
O que é o remodelamento costal?
- É um procedimento cirúrgico que fratura propositalmente as costelas flutuantes, com o objetivo de afinar a cintura.
Como é feito?
- O cirurgião faz pequenas incisões próximas à lateral inferior do tronco, onde ficam as costelas flutuantes.
- Utiliza-se um equipamento que permite enfraquecer o osso de maneira precisa, preservando os tecidos ao redor.
- Com o osso enfraquecido, o cirurgião realiza fratura proposital e controlada da costela, sem removê-la.
- A estrutura óssea é, então, reconfigurada para que fique mais fechada, diminuindo o volume da parte inferior do tórax e criando o efeito de cintura mais fina.
Resultados
- A cirurgia pode reduzir em até 13 centímetros a circunferência da cintura, dependendo da anatomia do paciente e da execução técnica.
Decisão
- O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu a realização do remodelamento costal com finalidade estética em todo o território nacional.
- A decisão classifica a prática como procedimento experimental e de alto risco, e diz que só pode ser realizado em ambiente de pesquisa científica, com aprovação de Comitê de Ética e sem cobrança financeira ao paciente.
Revisão
Embora a proibição esteja em vigor, a decisão do CFM não é definitiva, e é possível que ela seja reavaliada no futuro, a partir de novas pesquisas e dados mais robustos sobre a segurança e eficácia do procedimento.
Fonte: Especialistas consultados.
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