Como é o jejum de 24 horas que fez atriz perder 8 quilos
Especialistas explicam que método utilizado por Carolina Dieckmann deve ser feito com cautela e orientação médica
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Para interpretar uma personagem nos cinemas, a atriz carioca Carolina Dieckmann, 46, decidiu emagrecer com o objetivo de ficar com uma feição abatida e corpo “desgastado”.
Foram oito quilos perdidos, resultado de um jejum intermitente de 24 horas, por um período de 30 dias. Com a mudança, ela, que sempre foi muito elogiada por seu corpo definido, passou a virar alvo de críticas na internet.
A nutricionista Gabriela Rebello define esse processo de emagrecimento como uma estratégia alimentar que envolve um intervalo de 24 horas sem ingestão de alimentos sólidos, com a pessoa consumindo apenas líquidos como água, chás ou café sem açúcar.
“Após esse jejum, a pessoa pode fazer uma refeição completa, rica em proteínas, carboidratos complexos, gorduras saudáveis e fibras. A ideia é que, ao ficar um período longo sem comer, o corpo utilize suas reservas de gordura como fonte de energia, promovendo perda de peso”.
Embora o jejum intermitente já tenha mostrado benefícios para algumas pessoas, como melhora no controle do peso, redução da inflamação e melhoria na sensibilidade à insulina, ele deve ser feito com cautela e sob a orientação de um especialista.
“Não é uma solução rápida e o ideal é que as pessoas comecem com um jejum de menor tempo até conseguirem alcançar o total de 24h. Isso porque ele pode ser difícil de sustentar. Além disso, não é indicado para pessoas com distúrbios alimentares, por exemplo”.
Para Roger Bongestab, nutrólogo com especialidade em obesidade, o jejum intermitente só é recomendado quando a janela entre as refeições for de até 18 horas e ocorrendo em, no máximo, três vezes na semana.
“Mais do que esse tempo não é recomendado pela medicina tradicional e tem riscos. Pode levar à perda de massa muscular, quadros de desmaios e alterações cognitivas e de memória”, justifica.
Mesmo sendo uma questão profissional, no caso de Carolina Dieckmann, ele condena a estratégia alimentar. “É uma irresponsabilidade fazer uma dieta desse tipo”.
Já a endocrinologista Camila Pitanga Salim alerta que o jejum intermitente e o período de jejum devem ser indicados a partir de uma avaliação individual. “Vai depender do perfil de cada paciente, da tolerabilidade, adesão e objetivos de cada um”.
SAIBA MAIS
O que é?
O Jejum intermitente é uma estratégia alimentar em que se alternam períodos de jejum e períodos com alimentação. A tática é restringir o período de alimentação ao longo do dia.
A ideia é que, ao ficar um período longo sem comer, o corpo utilize suas reservas de gordura como fonte de energia, promovendo perda de peso e outros benefícios à saúde, como controle da glicose, melhor flexibilidade metabólica e melhor saúde cognitiva.
O ideal é que o tempo de jejum seja feito de forma gradual e não se recomenda períodos muito longos.
Alimentação
A refeição após o jejum deve ser leve, de fácil absorção e baixo índice glicêmico. Orientam-se alimentos ricos em fibras, como frutas e vegetais, boas fontes de proteínas, como carnes, leites e ovos, e cereais integrais.
Durante o período de jejum é de extrema importância o consumo de água e chás desde que seja sem açúcar ou adoçante. Muitas mulheres, principalmente, deixam de consumir água pensando que isso vai auxiliar no emagrecimento, o que é um mito.
A baixa ingestão de água pode levar à retenção hídrica, o que pode dificultar o processo de emagrecimento, por isso que durante o jejum intermitente é de extrema importância se manter muito bem hidratado.
Perigos
Se feito de forma errada, o jejum de 24h pode levar a carências nutricionais, perda de massa muscular e pode facilitar o reganho de peso.
Há médicos que não recomendam jejum intermitente com uma janela entre as refeições superior a de 18 horas. As consequências podem ser perda de massa muscular, quadros de desmaios e alterações cognitivas e de memória.
Fonte: Especialistas consultados.
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