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Saúde

Casos de dengue fazem cair estoque de sangue no ES

Há restrição de doação, por 30 dias, por quem foi infectado pelo vírus. Os estoques dos tipos sanguíneos Rh positivo estão fora do nível ideal


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Imagem ilustrativa da imagem Casos de dengue fazem cair estoque de sangue no ES
Processo de coleta: quantidade de bolsas de sangue O negativo está quase três vezes abaixo do esperado |  Foto: Divulgação

A alta de casos de dengue no Estado, que já tem mais de 130 mil notificações da doença, também está impactando os estoques de sangue do Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes).

A quantidade de bolsas de sangue O negativo, por exemplo, está quase três vezes abaixo do esperado, segundo informou a médica do Hemoes, Belisa Sossai.

A explicação para o baixo estoque é tanto pela demanda por sangue por pacientes internados pela doença (a dengue pode causar a queda de plaquetas no sangue, o que pode exigir transfusão), quanto pela restrição de doação, por 30 dias, por quem se infectou pela dengue.

“Com o número elevado de casos de dengue, temos mais pacientes internados, que afetam diretamente na quantidade de transfusões que acontecem. Quanto mais gente internada, mais transfusões; quanto mais transfusão, mais demanda dos hospitais aqui no banco de sangue. Temos um reflexo direto”, destacou Belisa.

De acordo com a médica, os estoques dos tipos sanguíneos Rh positivo não estão no nível ideal. Porém, ainda estão em um nível “adequado”.

“Os tipos sanguíneos negativos estão baixos, com nível entre mínimo e crítico, dependendo do tipo. O tipo O negativo está com estoque crítico”, ressalta a médica.

A triagem estabelecida, em março, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Saúde, que só permite a doação de sangue por quem teve dengue após 30 adias, também está tendo impacto no estoque do Hemoes.

A infectologista Rubia Miossi explica que existe risco de transmissão de dengue caso a pessoa com dengue doe sangue. Por isso, deve-se respeitar os 30 dias. É o prazo de segurança para não haver vírus da dengue no sangue doado. Para casos de dengue grave, segundo Rubia, o prazo é maior para dar tempo do organismo se recuperar totalmente.

Evidências científicas mostram, segundo a Anvisa, que se uma pessoa receber sangue contaminado com vírus da dengue, há probabilidade de 38% de que ela seja infectada e desenvolva a doença após a transfusão. Outra recomendação é para aqueles que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias: essas pessoas deverão aguardar 30 dias após o último contato sexual.

Saiba mais

Restrição para doação

O Ministério da Saúde, em nota técnica conjunta com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabeleceu novas diretrizes para a doação de sangue a serem seguidas devido ao aumento de casos de dengue observado em todo País.

Risco

Por meio da nota técnica nº 5/2024, a Anvisa informou que evidências científicas mostram que há risco de transmissão do vírus da dengue por transfusão sanguínea (se uma pessoa receber sangue contaminado com vírus da dengue, há uma probabilidade de 38% de que ela seja infectada e desenvolva a doença após a transfusão).

Não podem doar sangue por um período:

- Pessoas que foram infectadas pela dengue comum devem aguardar pelo menos 30 dias após a recuperação completa.

- Pessoas que tiveram dengue hemorrágica devem aguardar 180 dias após a recuperação completa.

- Pessoas que tiveram contato sexual com pessoas que tiveram dengue nos últimos 30 dias deverão aguardar 30 dias após o último contato sexual.

- Pessoas que tomaram a vacina contra a dengue devem aguardar 30 dias após a vacinação.

Pós-doação

Os serviços de hemoterapia devem ainda orientar os doadores caso estes tenham a doença logo após a doação de sangue. O doador deve informar ao serviço caso tenha resultado confirmado de dengue ou apresente sintomas como febre ou diarreia até 14 dias após a doação.

A informação é necessária para que os serviços possam resgatar eventuais hemocomponentes em estoque e/ou acompanhar os pacientes, receptores do material.

Fonte: Ministério da Saúde e Anvisa.

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