Carcinoma basocelular: sinais e tratamentos do câncer de pele que afeta atriz
Médicos explicam que o carcinoma basocelular pode surgir como ferida que não cicatriza ou um nódulo que pode sangrar
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O câncer de pele, entre todos os cânceres, é o mais frequente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O não melanoma é o mais comum e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no País.
O carcinoma basocelular (tipo de não melanoma) é o mais prevalente dentre todos os tipos. Foi esse que a atriz Fernanda Rodrigues, 45 anos, revelou ter voltado em sua testa. A Tribuna conversou com especialistas para explicarem os sinais desse tipo de câncer.
Há um ano a atriz já havia passado por uma cirurgia para a retirada do tumor após perceber uma mancha em sua testa.
A oncologista Caroline Secatto, do Ellas Oncologia, explica que carcinoma basocelular cresce devagar e as metástases são mais raras. “Pode surgir como uma feridinha que não cicatriza, ou um nódulo perolado que pode sangrar. É mais comum entre pessoas com pele clara e histórico de exposição ao sol. É muito raro em pessoas de pele escura. Geralmente se desenvolve em superfícies da pele que são expostas à luz solar, comumente na cabeça ou pescoço”.
A dermatologista Juliana Guedes, especializada em oncologia dermatológica pelo Inca, destaca ainda que esse tipo de câncer de pele pode se assemelhar a uma espinha, o que pode dificultar sua identificação por pessoas leigas.
Juliana ressalta ainda que apesar do crescimento do carcinoma basocelular ser mais lento, é necessário manter o alerta com as lesões, pois podem ser localmente destrutivas, principalmente em áreas corporais de maior risco, como o nariz e ao redor dos olhos.
“Nessas áreas, é possível que o tumor retorne. Geralmente, isso ocorre em subtipos mais agressivos e em tumores incompletamente removidos ou não tratados adequadamente, necessitando de vigilância contínua”.
A dermatologista Karina Mazzini destaca que o melhor tratamento para o carcinoma basocelular é a cirurgia. “O melhor é tirar a lesão com uma margem de segurança. E quanto mais precoce ele for detectado, melhor”, afirma.
A médica Renata Melo frisa que prevenção é sempre a melhor estratégia contra o câncer de pele, com o uso diário de protetor solar e atenção a qualquer alteração na pele.
Empresária confundiu doença com espinha
A empresária Fabiana Amorim, 53 anos, notou, este ano, uma “pinta” na testa. De início, pensou que fosse uma espinha, chegou a espremer, deu uma casquinha, mas a mancha permaneceu.
A conversa com uma amiga diagnosticada com câncer de pele gerou um alerta na empresária, que é capixaba, mas mora em São Paulo. O que era um suposta “pinta”, na verdade, se confirmou como um câncer de pele, carcinoma espinocelular - tipo mais grave que o basocelular.
Uma das dores de Fabiana com o diagnóstico é que, segundo relata, no ano passado chegou a ir em uma dermatologista para aplicação de botox na testa, porém a profissional não percebeu a mancha.
“Mesmo me tratando, mesmo indo na dermatologista uma vez por ano e cuidando da minha pele, a dermatologista não viu. E eu não vi também. Era uma pintinha de nada. Se eu tivesse tirado em agosto do ano passado, ela estaria muito menor do que foi agora”, lamenta.
No final de julho, a empresária passou por uma cirurgia para retirada da pele, com mais de seis pontos na pele. “Tive que, após a cirurgia, fazer ultrassom de toda a face para ver se ele não tinha ido para outras partes. Agora, a cada três meses, tenho de ir na médica para fazer vistoria”.
Risco
O carcinoma espinocelular (CEC), segundo a oncologista Caroline Secatto, tem maior risco de metástase que o carcinoma basocelular. “Clinicamente, pode se apresentar como uma lesão avermelhada, áspera, crostosa ou ulcerada”, explica.
Fique por dentro
Tumor mais frequente no mundo
Câncer de pele
É um tumor que atinge a pele, sendo o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. É mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é considerado raro em crianças e pessoas negras. Causado principalmente pela exposição excessiva ao sol. O câncer de pele ocorre quando as células se multiplicam sem controle e pode ser classificado de duas formas.
Tipos de câncer
Melanoma: Tem origem nas células produtoras da melanina, substância que determina a cor da pele, e é mais frequente em adultos brancos.
Não melanoma: Mais frequente no Brasil, responsável por 30% de todos os casos de tumores malignos registrados no País.
Carcinoma basocelular (CBC)
O mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele).
Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.
Carcinoma Espinocelular (CEC)
Também é chamado de carcinoma de células escamosas, sendo o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele.
Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. A exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única.
Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Podem ter aparência de verrugas.
Melanoma
Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos).
O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento.
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