Capixabas vêm do exterior em busca de tratamento
Pacientes vêm ao Espírito Santo em busca de procedimentos para casos de endometriose, lipedema e até doenças cardiovasculares
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O Brasil está em segundo lugar no ranking dos destinos de Turismo Médico no mundo, segundo dados da Medical Tourism Association (Associação de Turismo Médico, em tradução livre).
Engana-se quem pensa que são apenas as cirurgias plásticas que têm feito brasileiros e estrangeiros procurarem os médicos daqui. Capixabas, por exemplo, que moram no exterior, também têm vindo ao Estado em busca de tratamento para doenças como endometriose, lipedema e até cardiovasculares.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Estado (SBCP-ES), José Armando Faria Junior, explica que a qualidade técnica dos cirurgiões plásticos, por exemplo, chama a atenção.
“Não é à toa que muitos serviços de residência médica recebem gente de fora do Brasil para aprender cirurgia aqui. Nós temos, além de brasileiros que vêm de lá para cá operar, pessoas de nacionalidades diferentes que também vêm operar”, afirmou.
O presidente da Associação Médica do Estado (Ames), o cirurgião cardiovascular Fabricio Gaburro, afirma que os profissionais brasileiros, quando se especializam, costumam ser “altamente preparados, com preços muito mais competitivos que o mercado americano e europeu”.
“Faço a parte de cirurgia cardíaca e tenho feito muitos riscos cardiológicos de pacientes brasileiros que moram no exterior, e também de pacientes estrangeiros que tiram férias lá e vêm fazer o tratamento no Brasil”, comentou o presidente da Ames.
A cirurgiã plástica Patricia Lyra também tem atendido pacientes capixabas que moram no exterior e buscam tratamento para o lipedema, por exemplo.
“Hoje, existem duas técnicas na cirurgia para lipedema: uma deixa incisões abertas e outra deixa fechadas. Eu fecho todas as minhas incisões, já que traz menor risco de infecções. Conseguimos adequar um protocolo que garante segurança aos pacientes”.
Outro fator que leva pacientes a procurarem tratamento no Brasil, segundo a ginecologista Thaissa Tinoco, é o acolhimento dos médicos brasileiros e o acesso a exames, como ressonância. “É uma sequência de fatores. Das pacientes que atendi, elas me disseram que no exterior há um distanciamento grande do médico, não tem a forma tão humana como do Brasil”.
Melhor que nos Estados Unidos
A capixaba Poliana Alves Camargo, de 33 anos, vive há seis anos nos Estados Unidos. Ela contou à reportagem que sentia dores durante a menstruação, chegou a procurar atendimento médico no país, mas foi informada pelo médico que era “normal” sentir dores.
Em junho de 2021, ela veio ao Brasil e passou por um check-up, que identificou os focos de endometriose em partes do corpo.
“Fui para os Estados Unidos , mas no mesmo ano, em outubro, voltei para o Brasil, fiz exames mais detalhados e passei pela cirurgia com a médica Thaissa. E com 30 dias já estava bem”.
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Segmento
O Turismo de Saúde que, embora pareça ser um novo segmento, é uma das mais antigas atividades turísticas, uma vez que deslocamentos em busca de saúde têm ocorrido, desde a antiguidade, pelo mundo todo, envolvendo tanto promoção e manutenção da saúde, quanto a prevenção e cura de doenças.
O avanço da tecnologia contribui para tratamentos de saúde inovadores. Acrescenta-se a isso a significativa variedade de terapias disponibilizadas, o atendimento com padrão internacional e os preços, muitas vezes menores, que os praticados em muitos países do mundo.
Humanização
Entre os principais motivos que levam pacientes brasileiros e estrangeiros a procurarem o Brasil para se tratarem está o acolhimento e humanização que médicos brasileiros costumam ter, diferente dos médicos do exterior.
Fonte: Ministério da Saúde e médicos consultados.
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