Canetas para perder peso vão acabar com as bariátricas?
Médicos afirmam que não e explicam em que situações os pacientes têm recomendação para cirurgia ou outras terapias
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Aproximadamente 48% dos adultos brasileiros terão obesidade até 2044 e 27% terão sobrepeso, segundo pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade, no ano passado. A doença é uma das que mais cresce no Brasil, segundo especialistas.
Entre os diversos tratamentos, além da mudança no estilo de vida, estão a cirurgia bariátrica e as injeções para perda de peso. Nos últimos anos, com esses medicamentos cada vez mais potentes — como no caso do Monjauro em que a perda de peso pode ultrapassar os 20% — uma das dúvidas é se as “canetas” para perder peso vão acabar com as cirurgias bariátricas.
Para especialistas ouvidos pela reportagem, as cirurgias não irão acabar, mesmo com novos medicamentos surgindo no mercado. O assunto, inclusive, foi debatido durante o VII Congresso Capixaba do Aparelho Digestivo, que começou na quinta-feira (31) e vai até sábado (2) em Vitória.
Segundo cirurgião do aparelho digestivo e professor adjunto da Universidade Federal Fluminense Fernando de Barros, é “inegável que as canetas revolucionaram o tratamento clínico da obesidade”.
“Porém, quando a gente compara, elas ainda estão muito longe dos resultados da cirurgia”, destaca Barros.
De acordo com o médico, a cirurgia bariátrica é uma espécie de “dose única”, enquanto as injeções devem ser administradas semanalmente.
Na avaliação da endocrinologista Maria Amélia Julião, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado (SBEM-ES), a cirurgia bariátrica e medicamentos antiobesidade, como as canetas à base de GLP-1 e/ou associações, são alternativas diferentes de tratamento, que devem ser individualmente indicadas por equipe médica.
“A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico que oferece uma perda de peso mais significativa e duradoura - podendo chegar a uma perda de peso de 30% a 40% após a cirurgia”.
Já os medicamentos antiobesidade, especialmente os mais recentes, ressalta Maria Amélia, podem ser mais vantajosos para pacientes com obesidade menos grave que não preenchem os critérios para cirurgia.
O que eles dizem

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