Beber café pode proteger o cérebro do Parkinson
É o que diz pesquisa feito por especialistas em nutrição pública que contou com a participação de cerca de 184 mil pessoas
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Seria o café aliado da saúde? Estudo feito por especialistas em nutrição pública e publicado na revista científica Neurology sugeriu que a cafeína pode ter ação neuroprotetora, conseguindo proteger os neurônios contra a doença de Parkinson.
A pesquisa não é pioneira em trazer essa temática, mas se destaca ao ir além das anteriores pela forma como analisa os biomarcadores da ingestão de cafeína anos antes do diagnóstico da enfermidade.
Por uma média de 13 anos, a pesquisa analisou dados nutricionais de 184 mil pessoas que moram em países europeus. Esses indivíduos participaram de um estudo maior, o EPIC, que analisou a relação de escolhas alimentares, incluindo o consumo de café, com o risco do desenvolvimento de doenças crônicas.
Para a pesquisa, foram aplicados questionários sobre os hábitos de vida e coletados exames de sangue de alguns participantes. Com os exames, foi feita uma análise aprofundada dos níveis de metabólitos primários da cafeína (substâncias produzidas quando o corpo metaboliza a cafeína), como teofilina e paraxantina.
Foi descoberto que 25% dos maiores consumidores de café tinham 40% menos probabilidade de desenvolver Parkinson, em comparação com aqueles que não bebiam.
“O café é a bebida psicoativa mais consumida no mundo. Desvendar a ação biológica da cafeína na Doença de Parkinson não só traz implicações importantes para a saúde, mas também melhora a nossa compreensão da etiologia da DP e promove potenciais estratégias de prevenção”, escreveram os estudiosos.
Soo Yang Lee, neurologista e professora da Multivix, citou outros exemplos de pesquisas. “Existem estudos epidemiológicos e em ratos mostrando que a cafeína tem efeito neuroprotetor nos neurônios dopaminérgicos, que são os neurônios afetados na Doença de Parkinson. E ajuda a reduzir a inflamação intestinal e, consequentemente, a degeneração dessas células cerebrais”.
O neurologista Daniel Escobar afirmou que o café é um grande estimulante do cérebro e citou benefícios. “Melhora da atenção e concentração; aumento da memória de curto prazo; melhora do humor; melhora o desempenho cognitivo quando tomado em doses moderadas, principalmente quando você vai realizar uma tarefa complexa, e há a reduz a sensação de fadiga”.
Hábito diário, mas sem excesso
A estudante Ana Luisa Santos Oliveira, de 25 anos, contou que tem o hábito de tomar café diariamente. Suas manhãs iniciam com o consumo da bebida, que segundo a jovem, tem o potencial de deixá-la mais animada para realizar as atividades ao longo do dia.
“Tomo café desde a adolescência, já é um costume. Minha família também gosta. E é legal ver pesquisas demonstrando o lado bom da bebida para a saúde. Acredito que ela é ótima para manter a gente mais animado. Café quente, café gelado… gosto de tudo! Mas é claro, nada de exagero, porque tudo que é em excesso faz mal”, afirmou a estudante.
O que dizem os especialistas
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A pesquisa
Analisou dados nutricionais de 184 mil pessoas, moradoras de países europeus, que faziam parte de uma pesquisa maior, chamada EMIC, a qual estudou a relação de suas escolhas alimentares, incluindo o consumo de café, com o risco do desenvolvimento de doenças crônicas.
Foram realizados questionários que abordavam os hábitos alimentares e estilo de vida dos participantes. Neles, por exemplo, era relatado o número de xícaras de café consumidas por mês, semana ou dia.
Para o estudo também foi feita uma análise em exames de sangue de centenas de participantes.
Nessa análise, foram avaliados os níveis de metabólitos primários da cafeína (substâncias produzidas quando o corpo metaboliza a cafeína), como paraxantina e teofilina.
O resultado do estudo afirmou que 25% dos maiores consumidores de café tinham 40% menos probabilidade de desenvolver Parkinson, em comparação com aqueles que não bebiam.
Foi reforçado que, como esse é um estudo observacional, ainda não é possível estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre beber café e Parkinson.
Benefícios e malefícios
A nutricionista Thamires Pralon Favato afirmou que a cafeína presente no café tem ação estimulante, melhora o foco, concentração e reduz a fadiga mental.
No entanto, ela ressaltou que o excesso pode trazer riscos, como: alterações gastrointestinais, azia e até mesmo gastrite.
Pode interferir também na absorção de cálcio e ferro.
O consumo excessivo pode gerar insônia e as gestantes devem diminuir o consumo pois pode gerar impacto negativo ao bebê.
Fonte: Pesquisa AT e especialistas consultados.
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