Anvisa alerta para falsificação de toxina botulínica. Saiba como identificar
Foi determinada a apreensão e a proibição da comercialização, distribuição e uso do produto falsificado
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A Anvisa emitiu um alerta sobre falsificação de lotes de toxina botulínica, produto usado para procedimentos estéticos. Os produtos são Botox® 100U (toxina botulínica A) e Dysport® 300U (toxina botulínica A).
No caso do Dysport® 300U a fabricante Beaufour Ipsen Farmacêutica afirmou à Anvisa que o lote L25049, identificado como falso pela agência, não é reconhecido como oficial pela empresa. O lote era válido até outubro de 2023 e as embalagens do produto falsificado apresentam apenas dizeres em português.
Já no caso do Botox® 100U, a empresa Allergan Produtos Farmacêuticos Ltda, notificou a Anvisa sobre a identificação de dois produtos falsificados no lote C7654C3F. Foram encontradas diferenças nas embalagens adulteradas em relação às originais.
Segundo a Agência, é possível que haja mais unidades falsificadas no mesmo lote, e a orientação é contatar a fabricante caso haja dúvidas se o produto é original.
Para ambos os medicamentos, foi determinada a apreensão e a proibição da comercialização, distribuição e uso do produto falsificado
O objetivo do procedimento é diminuir a força de contração dos músculos e fazer com que as marcas de expressão dos músculos não se tornem definitivas. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que o produto está sendo aplicado cada vez mais cedo, porém com o objetivo de aparentar naturalidade.
A dermatologista Alessandra Romiti, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), destaca que a toxina botulínica não é um produto costumeiramente adquirido pelo paciente, mas sim pelo profissional que vai realizar o procedimento.
Romiti destaca a importância de buscar profissionais de saúde capacitados para realizar procedimentos estéticos, e evitar locais que ofereçam preços muito abaixo do mercado. "O profissional qualificado tem a responsabilidade de comprar um produto certificado", aponta.
Também não é recomendado que a população geral adquira a toxina botulínica por meio de sites de venda na internet, pois não há como verificar a procedência da substância.
A especialista afirma que os riscos de utilizar um produto falsificado são desconhecidos, já que não se sabe a composição adulterada. "Pode simplesmente não ter o efeito desejado, mas também pode acontecer de ter consequências para a saúde", alerta. A recomendação da SBD é que qualquer pessoa interessada em realizar um procedimento estético procure um médico dermatologista.
COMO IDENTIFICAR
Veja abaixo fotos comparando o produto falsificado (denominado complained – imagens do lado esquerdo) e o original (imagem do lado direito).
Há diferença na descrição da palavra "qualidade" e na logomarca da empresa sob a tinta reativa ("raspe aqui com metal").
A cor do rótulo e o tipo da letra utilizados na embalagem primária (frasco-ampola) do produto original são diferentes do falsificado.
No produto original há um número do material de embalagem da tampa, que está ausente no produto falsificado.
O material da bula, o tipo de letra utilizada e a forma de dobrar a bula no produto falsificado são diferentes do produto original. Além disso, há um asterisco (*) após o termo “toxina botulínica A” no produto falsificado, que não existe no produto original.
A parte interna da embalagem secundária do produto falsificado apresenta diferenças em relação ao original.
A empresa detentora do registro do medicamento Dysport, Beaufour Ipsen Farmacêutica, comunicou à Anvisa a identificação do produto falsificado Dysport® 300U, lote L25049, válido até 10/2023.
O referido lote não é reconhecido como original para o produto Dysport®. O produto falsificado apresenta rotulagem com dizeres em português. Veja abaixo fotos do produto falsificado:
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