ANS vai decidir liberação de novos tratamentos em planos de saúde
Medicamentos em debate são inclisirana, lebriquizumabe e momelotinibe. Todos foram indicados para casos específicos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública que tem como objetivo discutir a incorporação de novos medicamentos ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde.
Essa é uma lista de exames, consultas, cirurgias e tratamentos obrigatórios a serem oferecidos pelos planos de saúde.
Os medicamentos em debate no momento são inclisirana (trata condições que aumentam o colesterol), lebriquizumabe e momelotinibe. Todos foram indicados para casos específicos.
O lebriquizumabe foi indicado para pacientes adultos com dermatite atópica grave que apresentem falha, intolerância ou contraindicação à ciclosporina.
O dermatologista Carlos José Cardoso disse que a dermatite atópica é uma doença comum, que coça e deixa a pele com aspecto avermelhado além de descamar. Sobre o lebriquizumabe, disse que inibe a interleucina, uma das citocinas que atua em reações inflamatórias no corpo. Com a inibição, há a melhoria de sintomas.
Em relação ao momelotinibe, ele foi proposto para o tratamento da mielofibrose de risco intermediário e alto em suas três principais formas: mielofibrose primária, mielofibrose pós-policitemia vera ou mielofibrose pós-trombocitemia essencial.
O hematologista Douglas Covre Stocco afirmou que o remédio é um inibidor de JAK. Esta é uma via de sinalização da célula que faz com que haja uma desregulação da ativação e da proliferação celular.
Na doença, a produção de citocinas pró-inflamatórias são impulsionadas de forma anormal dentro da medula óssea, o que gera a fibrose nesse órgão. Além disso, as células-tronco perdem espaço e começam a migrar para outros tecidos, principalmente para o baço.
“O remédio está associado à melhora, principalmente, dos sintomas de anemia secundária e do aumento do tamanho do baço. Assim como melhora sintomas como perda de peso, queda da libido e febre”.
O hematologista Marcos Daniel de Deus Santos disse que é de extrema importância que essas medicações tenham sua cobertura garantida pela ANS, visto que os pacientes com essas patologias por vezes não têm outras opções de tratamento.
“Além do sofrimento e perda de qualidade de vida, há risco de morte pelas patologias cardíacas e mielofibrose. Assim, justifica-se a possibilidade do uso responsável, sob supervisão médica”.
Fique por dentro
Consulta Pública
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu uma consulta pública que tem como objetivo discutir a incorporação de novos medicamentos ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Eles são: inclisirana, lebriquizumabe e momelotinibe.
As tecnologias foram aprovadas para irem à consulta pública durante a 630ª Reunião Ordinária da Diretoria Colegiada, realizada no dia 31 do mês passado.
Por terem recomendação preliminar desfavorável à incorporação ao Rol pela área técnica da ANS, as três tecnologias também passarão pela Audiência Pública 61, que será realizada no dia 19 deste mês.
Como participar da consulta pública?
Os interessados podem enviar suas contribuições até 24/11 no próprio site da ANS, onde também estão disponíveis os documentos relacionados às propostas durante o período de consulta.
Para se informar e participar, basta acessar o link: componentes-portal.ans.gov.br/link/ConsultaPublica/163.
Medicamentos
Inclisirana
Medicamento para tratar hipercolesterolemia primária, condição em que os níveis de colesterol no sangue estão elevados, geralmente, devido a fatores genéticos, ou dislipidemia mista. Este é um distúrbio em que há elevação tanto do colesterol quanto dos triglicerídeos no sangue.
Lebriquizumabe
Medicamento para tratar pacientes adultos com dermatite atópica grave que apresentem falha, intolerância ou contraindicação à ciclosporina.
Momelotinibe
É indicado para tratar mielofibrose, tipo raro de câncer em que a medula óssea passa a produzir células sanguíneas de forma desorganizada, levando à formação de fibroses (cicatrizes) e comprometendo a produção normal de células do sangue.
foi proposto para o tratamento da mielofibrose de risco intermediário e alto em suas três principais formas: mielofibrose primária, mielofibrose pós-policitemia vera ou mielofibrose pós-trombocitemia essencial.
Fonte: Ministério da Saúde.
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