Alerta para cuidados antes e após extrair dentes sisos
Especialistas explicam que é preciso avaliar o estado geral de saúde do paciente e, em caso de dor após cirurgia, o indicado é buscar ajuda
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A morte da jovem Isadora Belon Albanese, de 18 anos, quatro dias depois de realizar uma cirurgia de retirada dos dentes do siso, repercutiu nas redes sociais e iniciou um debate sobre os riscos que envolvem o procedimento.
Isadora realizou a retirada dos sisos do lado direito, pois estava sentindo desconforto. Por recomendação da dentista, resolveu extrair também o siso do lado esquerdo. Porém, após a segunda cirurgia, a jovem experimentou dias de intensa dor. Ela foi internada e morreu. O caso aconteceu em São Paulo em abril deste ano.
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A cirurgiã bucomaxilofacial da Rede Meridional Ana Luiza Leal explica que uma avaliação minuciosa do estado geral do paciente é indispensável antes da realização da cirurgia.
“Saber informações do histórico de saúde do paciente é indispensável como, por exemplo, se ele tem diabetes, se é um paciente que já fez transplante, se ele é imunossuprimido, que tem a imunidade baixa por conta de algum problema de saúde, entre outros”, explicou.
Ela ressalta que a cirurgia de retirada do siso pode ser extremamente simples, mas dependendo do posicionamento do dente e do nível de inclusão óssea, o procedimento pode demandar muita técnica cirúrgica.
“A cirurgia pode ser extremamente simples, ou bem mais complicada, quando a mandíbula não tem espaço para que ele nasça”.
Marlei Bonella é cirurgiã-dentista e diretora da clínica IOS (Instituto Odontológico ). Ela ressalta que cada profissional tem a sua técnica e o seu protocolo medicamentoso.
“Na minha clínica nós temos um protocolo de medicação. A gente administra remédios para o paciente antes da cirurgia, visando a prevenção de infecções”, relata.
A cirurgiã bucomaxilofacial e representante do Conselho Regional de Odontologia no Espírito Santo Gabriela Mayrink ressalta que, se depois de três dias o paciente continua sentindo dor, um especialista deve ser procurado.
“Caso já tenham se passado mais de 72 horas e o paciente acha que a dor e o inchaço estão aumentando ou se ele tem episódios de febre, dificuldade de deglutir, dificuldade respirar, isso tudo é um sinal de que ele possa estar tendo um processo infeccioso”, enfatiza.
Cuidados pós-cirúrgicos
Realizar a higiene bucal regularmente é fundamental. O indicado é fazer bochechos com substâncias bactericidas para evitar a contaminação do local da cirurgia.
Depois da cirurgia é recomendado que o paciente repouse e evite esforço físico, como a prática de esportes, pegar peso e movimentar muito a boca, pelo menos nos primeiros dias.
Utilizar compressa fria (gelo) nos três primeiros dias auxilia no processo para aliviar o incômodo. Além disso, a alimentação fria também é recomendada.
Em até 72 horas após o procedimento cirúrgico, a curva inflamatória está subindo, então é comum o inchaço, o incomodo e a vermelhidão no local.
O paciente deve tomar a medicação conforme prescrita pelo profissional qualificado.
Complicações
Caso o quadro de incômodo, vermelhidão e inchaço fiquem mais intensos depois de 72 horas após a cirurgia, o profissional deve ser procurado imediatamente.
A presença de pus é um sinal claro de infecção. A febre também é um sinal claro para que o alerta seja ligado. Na presença de algum desses sinais, um especialista deve ser procurado imediatamente.
Nem todos os casos são complicados, mas em alguns os riscos da cirurgia vão desde infecções no pós-operatório até lesões no nervo da sensibilidade dos lábios.
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