X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Saúde

Acesso à internet pode melhorar a saúde mental de pessoas acima de 50 anos

A pesquise sugere que o acesso à internet pode estar relacionado a níveis mais altos de satisfação com a vida


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Acesso à internet pode melhorar a saúde mental de pessoas acima de 50 anos
O estudo sugere que o acesso à internet pode estar relacionado a menos sintomas de depressão entre adultos com mais de 50 anos |  Foto: © Reprodução/Canva

Um estudo recente publicado na revista científica Nature Human Behaviour sugere que o acesso à internet pode estar relacionado a níveis mais altos de satisfação com a vida, melhor saúde autoavaliada e menos sintomas de depressão entre adultos com mais de 50 anos.

Isso é creditado ao fato de que a tecnologia, além de facilitar o acesso a informações, proporciona conexões sociais -aspectos importantes para o bem-estar de adultos de meia-idade e idosos.

Liderado pelo HKU Musketeers Foundation Institute of Data Science, em Hong Kong, o trabalho, publicado na última segunda-feira (18), analisou dados de seis coortes internacionais (estudos observacionais com grupos de pessoas), totalizando 87.559 participantes em 23 países, entre eles o Brasil.

As coortes foram selecionadas a partir de lista fornecida pela plataforma Gateway to Global Aging Data com base em dois critérios: disponibilidade de informações sobre o uso da internet e pelo menos dois períodos de acompanhamento.

Os autores perceberam uma associação mais benéfica entre o uso de internet e sintomas depressivos em participantes com as seguintes características: 65 anos ou mais, não casados, com menos contato social, que bebiam menos de uma vez por semana, com limitações nas atividades diárias e com condições crônicas.

Em 2019, aproximadamente 14% das pessoas com 55 anos ou mais no mundo experimentaram quadros relacionados à saúde mental, como depressão, segundo o estudo Global Burden of Diseases, Injuries, and Risk Factors.

No Brasil, há cerca de 56 milhões de pessoas acima de 50 anos, que correspondem a 27,71% do total de habitantes, segundo o último Censo. Para captação das informações no país, a equipe de Zhang utilizou os dados do Elsi-Brasil (Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros), coordenado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e pela Fiocruz-MG (Fundação Oswaldo Cruz) com financiamento do Ministério da Saúde.

O Elsi-Brasil foi realizado em duas partes- a primeira iniciada em 2015, com a participação de 9.412 indivíduos e a segunda iniciada em 2019, com 9.949 participantes de todas as regiões do país.

Uma das beneficiadas pelas vantagens da internet é a servidora pública aposentada Joelita Moreno, 72. A moradora de Fortaleza (CE) é viúva e utiliza a internet com frequência para se comunicar com os filhos, irmãos e amigos, além de pesquisar receitas culinárias e postar vídeos dos treinos de musculação que faz três vezes por semana em suas redes sociais para incentivar outros idosos à prática de atividade física.

"A internet me proporciona coisas boas e ruins, mas não vivo on-line. Gosto de encontrar meus amigos, tomar um café com as vizinhas, fazer churrascos na minha casa. Isso me faz feliz e é bem melhor que o virtual", comenta. Apesar do uso constante, ela não se sente segura. "Sempre surgem novos golpes e muitas fake news circulam. Quando tenho dúvida recorro aos meus filhos".

Para essa população, a inclusão digital demanda ampliação do acesso e ações relacionadas à educação sobre segurança on-line e uso responsável, avalia o médico geriatra Milton Crenitte, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

"A internet não deve substituir a interação social presencial, mas complementá-la. Centros de convivência, programas de incentivo à atividade física e ações em bibliotecas públicas podem ajudar esse público a estabelecer relações sociais", diz.

Os autores do estudo da Nature Human Behaviour alertam que, apesar de o acesso à internet ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde mental geral em pessoas de meia-idade e idosos, não existe uma abordagem única que funcione para todos.

A formulação de políticas públicas precisa considerar diferenças sociodemográficas, comportamentos de saúde e as condições físicas dessa população. Estratégias de inclusão digital personalizadas poderiam orientar melhor iniciativas de saúde pública voltadas à melhoria da saúde mental, contribuindo para o envelhecimento saudável.

Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o percentual de idosos acima de 60 anos que utilizavam a internet no Brasil em 2022 era de 62,1%. O acesso, todavia, ainda é desigual entre as regiões. O maior percentual concentrava-se no Centro-Oeste (69,4%) e o menor, no Nordeste (51,3%). Entre as unidades federativas, o Distrito Federal liderava o percentual de acessos entre idosos (82,2%), enquanto o Piauí (45,9%) tinha a menor taxa.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: