X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Saúde

240 mil no ES sofrem com doença relacionada à saúde mental

Veja sinais e opções de tratamento para a depressão


Ouvir

Escute essa reportagem

Podendo ser desencadeada por diversos fatores, médicos alertam que a depressão tem se tornado cada vez mais comum. No Espírito Santo, a doença afeta cerca de 240 mil pessoas.

Essa é uma projeção com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que 5,8% da população brasileira têm depressão.

Lícia Colodete, presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), contou que a pandemia elevou drasticamente a incidência de transtornos mentais no mundo inteiro e ainda não conseguimos retornar aos índices pré-pandêmicos.

“Este cenário que vemos hoje já era previsto e foi alertado, mas infelizmente a saúde mental nunca foi levada a sério. No Brasil, apenas 2% do orçamento da saúde é destinado à saúde mental”.

Lícia Colodete citou que as mulheres são mais afetadas. “Os idosos são o grupo etário mais suscetível. Porém, observamos aumento significativo do transtorno em adultos jovens”.

A psiquiatra Letícia Mameri tem observado aumento de pacientes que não tinham muito o hábito de buscar ajuda, a exemplo de homens, crianças e adolescentes.

“A depressão é uma doença como qualquer outra e precisa ser tratada”, disse.

O psiquiatra João Paulo Cirqueira salienta que o estresse do mundo moderno, com exigências profissionais e sociais intensas, também contribui para esse aumento.

“Vale ressaltar que a maior conscientização sobre saúde mental e o avanço no diagnóstico também ajudam a identificar mais casos do que no passado”, disse Letícia.

A psiquiatra Francislainy Dal’Col também percebe aumento na busca por tratamento. “Cada dia aparece mais pessoas com depressão em meu consultório, especialmente ansiedade associada à depressão”.

“A fé pode ser um fator positivo no enfrentamento da depressão, desde que acompanhada do tratamento adequado, como psicoterapia e, quando necessário, medicação. A espiritualidade pode oferecer conforto, propósito e suporte emocional, mas não substitui a abordagem médica”.

Exercício físico como o melhor remédio

Imagem ilustrativa da imagem 240 mil no ES sofrem com doença relacionada à saúde mental
Carla Loureiro do Nascimento encontrou nos exercícios físicos ajuda contra a depressão |  Foto: Leone Iglesias/AT

“Eu não queria sair de casa, só ficava na cama e sentia que não estava legal. Eu vivia de pijama o dia inteiro. As pessoas diziam: 'levanta'; 'é preguiça', 'você precisa procurar uma igreja'. Não tinha ânimo para nada”.

O desabafo é da dona de casa Carla Loureiro do Nascimento, de 48 anos, que há nove anos descobriu que estava com depressão.

Ela diz que não sabe quais foram os gatilhos para a doença, mas falou sobre alguns momentos marcantes. “Eu trabalhava como assistente administrativa de faturamento e sofria pressão na hora do faturamento. Em 2016, a minha mãe faleceu”.

Carla contou que procurou um psiquiatra, que detectou a depressão.

Junto com medicação, ela encontrou nos exercícios físicos uma forma de ajudar a vencer a doença. “Há três anos entrei na academia, onde encontrei acolhimento. Cheguei a ficar lá das 6h à 11 horas, fazia ioga, alongamento e exercício. Também amo correr. Participei de 27 provas e ganhei nove troféus. É o melhor remédio para a depressão”.

SAIBA MAIS

Sinais

> A depressão é uma síndrome complexa e pode se apresentar de maneiras diversas, como enfatizou a presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), Lícia Colodete.

> Mas comumente é observada uma perda de interesse pela vida, fadiga, baixa autoestima, sentimentos de desesperança, de vazio existencial.

> Irritabilidade e alterações no padrão do sono e do apetite também são comuns.

> Nem sempre o paciente demonstra apatia e tristeza, mas há quase sempre uma tendência ao isolamento, evitando situações anteriormente prazerosas.

Tratamento

> Geralmente envolve uma combinação de abordagens, como ressalta o psiquiatra João Paulo Cirqueira.

> As psicoterapias são eficazes para ajudar na reestruturação dos pensamentos e na melhora do bem-estar emocional.

> As medicações avançaram muito nas últimas décadas, possibilitando não só melhores respostas terapêuticas, mas também redução dos efeitos colaterais e ampliação do perfil de segurança.

> O tipo de medicação e a duração do tratamento, no entanto, são ajustados de acordo com cada paciente.

Estilo de vida

> Mudanças no estilo de vida, como aumento da atividade física e práticas de higiene do sono, são benéficas no manejo da depressão.

> O tratamento é individualizado e pode variar de pessoa para pessoa, mas, quando seguido corretamente, proporciona melhora significativa na qualidade de vida.

Cura definitiva?

> Há pessoas que apresentam um único episódio depressivo ao longo da vida e ficam curadas, como assegurou a médica Lícia Colodete.

> No entanto, muitas vezes a doença se manifesta de maneira recorrente, necessitando de acompanhamento ao longo de toda vida.

Onde buscar ajuda?

Vitória

> A porta de entrada para acompanhamento em saúde mental é a unidade básica de saúde.

> Após avaliação, se for indicado, o paciente será encaminhado para consulta ambulatorial com especialista (psiquiatra) no Centro Municipal de Especialidades (CME), onde os casos mais graves têm prioridade no atendimento.

> Nos próximos dias, a oferta de consultas com psiquiatra será ampliada, passando de 3.220 consultas ano para 37.321.

> Além da consulta ambulatorial com psiquiatra, Vitória conta com o Centro de Atenção Psicossocial, para casos de transtorno mental grave.

Vila Velha

> O acesso aos serviços de saúde mental é realizado por meio da demanda espontânea diretamente na unidade de saúde mais próxima.

> Após a avaliação, a equipe multiprofissional definirá o tipo de atendimento, considerando a gravidade e a complexidade do quadro clínico.

> Em geral, são priorizados os atendimentos em grupo, que permitem o compartilhamento de experiências e o desenvolvimento de habilidades sociais. No entanto, em casos específicos, pode ser indicada a terapia individual, apoio do ambulatório de saúde mental ou nos casos graves e persistentes o serviço do CAPS.

Serra

> A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) dispõe de atendimentos individuais ou em grupo, realizados por equipes multidisciplinares nas unidades regionais de saúde.

> Essa Rede de Atenção Psicossocial atende os casos com questões de saúde mental como ansiedade, depressão, e uso abusivo de drogas.

> Lá, o usuário passa por acolhimento e avaliação, realizando o agendamento dos atendimentos.

> Para acessar esses serviços, os moradores podem procurar a unidade de saúde mais próxima (UBS Boa Vista, URS Valparaíso, URS Feu Rosa, URS Jacaraípe, UBS Nova Almeida, URS Serra Sede, URS Serra Dourada e URS Novo Horizonte), de segunda a sexta, das 7h às 18h.

> Como forma de atendimento ambulatorial, há psiquiatra no Ambulatório Municipal de Especialidade (Ames), com agendamento via regulação pelas Unidades de Saúde.

Cariacica

> O município possui equipes de programa de saúde mental formada por uma equipe multidisciplinar.

> A porta de entrada são as Unidades Básicas de Saúde (UBS), o Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSI), o Programa Municipal de Álcool e outras Drogas (Promad), Consultório na Rua e Unidades de Pronto Atendimento.

> Para receber o atendimento, o paciente deve se direcionar à unidade de referência. Lá, será acolhido e referenciado ao programa adequado.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: