Médicos explicam sinais e riscos da pré-eclâmpsia, que ocorreu com a cantora Lexa
Especialistas explicam que o problema pode ocorrer a partir do momento em que a placenta está formada, por volta de 20 semanas
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Grávida de Sofia, a cantora Lexa assustou os fãs com seu quadro de pré-eclâmpsia precoce e necessidade de hospitalização. Pelas redes sociais, ela atualizou o público sobre sua situação. “Aqui no hospital, cada dia é uma vitória”, escreveu em uma postagem.
Assim como a estrela, outras mulheres no Brasil sofrem com a pré-eclâmpsia e, visando informar os leitores, especialistas explicaram ao jornal A Tribuna quais são os sinais e riscos da doença. Inicialmente, o ginecologista, obstetra, e professor de Medicina da Faesa, Fernando Guedes da Cunha, deu a definição da enfermidade.
“Pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva na gestação. Acredita-se que no processo de formação da placenta ocorre um erro que leva a uma formação inadequada e consequentemente pode cursar com aumento da pressão arterial na tentativa de melhoria da circulação uterina e fetal”, disse.
A doença pode causar complicações em órgãos como o fígado e os rins e quando não controlada, evoluir para quadro convulsivo chamado de eclâmpsia, completou.
O médico disse que o problema pode ocorrer a partir do momento que a placenta está completamente formada, por volta de 20 semanas.
A respeito dos sinais, além da pressão arterial, a médica ginecologista e obstetra Georgia Brito disse que o edema do corpo (e por consequência também aumento de peso da gestante) é outro sintoma. A paciente pode apresentar cefaléia , alterações visuais, como turvação, náuseas, vômitos e dor abdominal.
E os riscos são muitos em quem se encontra nessa condição. Fernando os pontuou: crescimento inadequado do bebê, parto prematuro, crise convulsivas na mãe (eclâmpsia), distúrbios de coagulação (Síndrome Hellp), distúrbios hepáticos e renais e em casos muitos graves óbito materno e fetal.
Segundo Henrique Zacharias Borges Filho, diretor da Associação de Ginecologistas e Obstetras do Espírito Santo (Sogoes), estima-se que na pré-eclâmpsia ocorra em torno de 5% das prematuridades. “No Brasil, o índice de prematuridade é de 11%, ou seja, os outros 6% são por outras causas”.
Ele explicou ainda que o Brasil é um país que tem mortalidade materna altíssima, e que a pré-eclâmpsia é a mais importante causa disso.
“No mundo, principalmente nos países africanos, morrem em torno de 50 mil mulheres por ano pela doença”, finalizou Henrique.
Risco
Muito inchada
Fabiola Leite, de 44 anos, teve pré-eclâmpsia, e sua filha Angelina, que hoje tem 3 anos, precisou vir ao mundo com 36 semanas por conta do quadro.
“Fui ao doutor Fernando Guedes para uma consulta de rotina pela manhã. Eu estava muito inchada e a criança acima do peso esperado, e devido ao meu estado, ele já marcou o parto urgente para a noite. Era um risco tanto para minha filha quanto para mim”, comentou.
Fique por dentro
Pré-eclâmpsia
O que é
É a doença hipertensiva na gestação causada pela placenta.
Segundo o ginecologista e obstetra Fernando Guedes da Cunha, acredita-se que no processo de formação da placenta ocorre um erro que leva à uma formação inadequada e consequentemente pode cursar com aumento da pressão arterial na tentativa de melhoria da circulação uterina e fetal.
A partir de quando?
A pré-eclâmpsia pode ocorrer a partir do momento que a placenta está formada, por volta de 20 semanas. Se a paciente apresentar sintomas de hipertensão até 34 semanas, é a pré-eclâmpsia precoce. Se for após 34 semanas, pré-eclâmpsia tardia.
Sintomas
De acordo com Georgia Brito, médica ginecologista e obstetra, estão relacionados ao aumento da pressão arterial, edema do corpo (e por consequência também aumento de peso da paciente), e além disso a paciente pode apresentar cefaleia, alterações visuais como turvação, náuseas , vômitos e dor abdominal .
Pré-eclâmpsia também pode ser assintomática.
Riscos
Crescimento inadequado do bebê, parto prematuro, crise convulsivas na mãe (eclâmpsia), distúrbios de coagulação (Síndrome Hellp), distúrbios hepáticos e renais. Há o risco materno mais aumentado de ter Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Em casos muito graves, a pré-eclâmpsia pode levar ao óbito materno e fetal.
Grupo de risco
Henrique Zacharias, diretor da Sogoes, afirmou que fazem parte do grupo de risco: quem tem obesidade, diabetes tipo 2, pressão alta e doenças autoimunes como lúpus.
O que fazer?
Georgia Brito diz que é necessária a vigilância adequada da pressão arterial, que é o controle pressórico.
Ela pontuou que pode ser necessário o uso de medicamentos anti-hipertensivos e é fundamental que a paciente siga a alimentação adequada.
Fonte: Especialistas consultados.
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