Saúde mental e alimentação: existe relação?
Que a alimentação pode influenciar a nossa saúde física e até causar doenças, isso todo mundo já sabe. Hipertensão, diabetes, câncer e hipercolesterolemia são algumas das doenças que podem ter como fator determinante uma má alimentação.
Mas e a saúde mental? Existe relação com a nutrição? Total! Muito simples de entender, veja comigo, se uma boa alimentação pode ter efeitos terapêuticos sobre a depressão, ansiedade e transtorno bipolar, uma dieta inadequada poderia piorar seus sintomas?
A resposta é sim, especialmente no caso das dietas ricas em calorias, mas pobres em nutrientes, baseadas em produtos ultraprocessados e comida pronta, de pacote.
Para entendermos melhor, o psiquiatra da Universidade de Valência e membro do comitê executivo da Sociedade Internacional para a Pesquisa em Psiquiatria Nutricional, Vicent Balanzá, faz as seguintes afirmações em suas pesquisas.
“As doenças psiquiátricas, como a depressão e a esquizofrenia, por exemplo, não são muito diferentes da diabetes se olharmos as mudanças que ocorrem no organismo a um nível molecular. As pessoas com diabetes e com depressão se encontram em um estado de inflamação sistêmica leve, mas crônica”.
O professor conclui sua pesquisa afirmando que “Assumindo isso, as intervenções com dieta e nutrição podem ser eficazes para corrigir a inflamação também nas doenças psiquiátricas e, em geral, para melhorar o prognóstico das pessoas que as sofrem. No final das contas, a divisão entre cérebro-mente e corpo não tem fundamento científico”.
E pensando no controle da inflamação, alguns nutrientes devem estar presentes no dia a dia alimentar, tanto de quem quer prevenir quanto de quem quer tratar possíveis alterações mentais.
Ah! Mas muita calma nesta hora. Não existe alimento milagroso, ok? Hábitos saudáveis devem ser somados a uma boa alimentação, como, controle do sono, estresse e atividade física por exemplo.
Ou seja, a alimentação é como uma orquestra que pode emitir uma linda música para a saúde, se dermos para ela a devida atenção.
Agora pegue papel e caneta e anote aí o que não pode faltar:
- Fibras: frutas, feijões, lentilha, grão-de-bico, verduras e legumes, farelos e farinhas integrais.
- Antioxidantes: frutas como laranja, limão, goiaba, acerola, e verduras como couve e brócolis.
- Ômega 3: peixes, inclusive atum e sardinha enlatados, abacate e linhaça.
- Vitamina D: gema de ovo, peixes, fígado, leite e derivados.
- Vitaminas do complexo B: fígado, ovos, leite, cereais, abóbora, frutas em geral, carne vermelha e suína.
Pensando ainda nesse contexto, a nutrição comportamental está, a cada dia que passa, mais presente na forma de atender o paciente/cliente na rotina do consultório do nutricionista. O principal objetivo da alimentação consciente é mudar a sua relação com a comida.
Não se trata de uma “dieta”, na verdade, é basicamente o contrário! A ideia é valorizar a forma com a qual nos alimentamos e não supervalorizarmos os alimentos.
Respeitar os sinais de fome e saciedade, entender o porquê da escolha de cada alimento e a diferença entre fome fisiológica e emocional. Essa prática auxilia na mudança de hábito, visto que o processo de reeducação alimentar fica mais real e possível.
Mas e você, tem dado a devida atenção à alimentação? Alimentação vai muito além do que somente perder peso e ganhar massa muscular.
Encontro vocês na próxima semana!