Brasileiro dorme mal e não sabe, diz pesquisa
Pesquisa “Acorda, Brasil!” da Persono, mostrou que 62% das pessoas acreditam que dormem bem
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Para muitos, ter uma boa noite de sono é um desafio. Mas, uma pesquisa nacional mostrou que há muitos brasileiros achando que dormem bem, quando, na verdade, a rotina durante a noite não é nada boa.
A pesquisa “Acorda, Brasil!” da Persono, mostrou que 62% das pessoas acreditam que dormem bem. Mas, ao analisar mais a fundo, foi observado que há uma “falsa percepção” do que é dormir bem, já que os dados mostraram que de 45% a 74% da população brasileira têm algum tipo de problema com o sono, como acordar cansado ou muitas vezes durante a noite, demorar mais de 30 minutos para pegar no sono, entre outros.
“O sono do brasileiro está com a qualidade e quantidade ruim. Há muitas alterações do ritmo circadiano devido ao trabalho de casa e híbrido. Isso atrapalha o bom sono, que tem de ser aquele que a gente acorda no outro dia disposto, mas sem mentir. Tem muita gente que mente para dizer que é forte”, comenta a presidente da Associação Brasileira do Sono no Estado (ABS-ES), Jéssica Polese.
A médica pontua que essa percepção de dormir bem é ampla e relativa. “Nem sempre a pessoa dorme mal toda a noite e, com isso, vai levando, e só procura o especialista quando dorme mal por várias noites seguidas”.
O pneumologista especialista em Medicina do Sono Sérgio Barros alerta que nem só a insônia e o ronco atrapalham o sono durante a noite e, por isso, o diagnóstico é extremamente importante.
“Acredito que o mais importante é entender os distúrbios do sono e as maneiras como eles impactam na qualidade de vida das pessoas. Há uma série de distúrbios do sono que as pessoas não têm nem consciência. As tecnologias são importantes, mas o mais importante é o diagnóstico”, opina.
Sérgio Barros ressalta, por exemplo, que a hipersonia – sonolência excessiva durante o dia – está sendo muito discutida entre os especialistas e é um sinal de que há algum distúrbio do sono.
A pneumologista Simone Prezotti, também especialista em Medicina do Sono, lembra que existem indicadores para saber se a pessoa está dormindo bem.
“Eles foram definidos pela Fundação Nacional do Sono. Demorar menos de 30 minutos para iniciar o sono; acordar, no máximo, uma ou duas vezes por noite e voltar a dormir em cinco minutos, são alguns dos critérios”, cita.
Teste: Você está dormindo bem?
Qual a probabilidade de você cochilar ou adormecer nestas situações?
Analise seu modo de vida habitual nos últimos tempos. Tente imaginar como é que essas situações o afetariam. Use a escala para escolher o número mais apropriado para cada situação:
0 ponto – nenhuma probabilidade de pegar no sono.
1 ponto – ligeira probabilidade de pegar no sono.
2 pontos – moderada probabilidade de pegar no sono.
3 pontos – forte probabilidade de pegar no sono.
Ao final, some os pontos e veja o resultado.
Situações:
()Sentado lendo um livro.
()Sentado vendo televisão.
()Ficar sentado, sem fazer nada, em um local público (por exemplo, sala de espera, cinema ou reunião).
()Ficar sentado, por uma hora, como passageiro em um carro.
()Deitado, descansando à tarde, quando as circunstâncias permitem.
()Sentado conversando com alguém.
()Sentado, calmamente, após um almoço, sem ter bebido álcool.
()Ao volante, parado no trânsito, durante alguns minutos.
Resultado
1 - 6 pontos: Sono normal.
7 - 8 pontos: Média de sonolência. Pode ser pontual, mas vale a pena uma avaliação de um especialista.
9 - 24 pontos: Sonolência anormal. Procure um médico. Você pode ter distúrbio do sono.
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