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Entretenimento

Sambista vira Rainha das Lives


Imagem ilustrativa da imagem Sambista vira Rainha das Lives
Teresa cristina: “Minhas lives começaram com uma preocupação séria: o medo de entrar em um quadro depressivo” |  Foto: Marcos Hermes/Divulgação


Ela diz que começou com uma preocupação. Ao ver o cenário da pandemia mundial, perdeu o sono. “Pensei: preciso fazer alguma coisa que me dê prazer imediato”. E, ao isolar-se em casa, Teresa Cristina abriu-se para o mundo.

Em suas redes sociais, começou a conversar, cantar, se emocionar. Coisa de quem tem o samba no coração, o batuque nas veias. E assim recebeu o título de Rainha das Lives.

Desde meados de março, todos os dias, por cerca de três horas, de sua casa, a carioca homenageia mestres da música brasileira, recebe convidados, toma a sua cerveja, chama a mãe – a encantadora Dona Hilda – e conquista milhares de fãs.

Eles se autointitulam “Cristiners”. “Nunca vivi isso e nem tive fã-clube cativo. Tenho muito carinho pelos 'Cristiners'. Me emociona, pois ganho avalanches de carinho todos os dias”, conta ela, que acaba de lançar o DVD “Teresa Cristina canta Noel: 'Batuque é um Privilégio'” nas plataformas digitais.

Então, é isso? Após 22 anos de carreira, Teresa Cristina está podendo? “Acho que ainda temos um caminho muito longo a ser percorrido. Digo nós, mulheres negras do samba. O samba ainda é visto com preconceito. Espero que o reconhecimento diminua o preconceito”, decreta a rainha.


Teresa Cristina | Cantora “Eu me emociono e me divirto todas as noites”


AT2: Depois de Cartola, canta Noel. Por que escolheu a frase “Batuque é um Privilégio” para o show e DVD?
Teresa Cristina: O verso é lindo, verdadeiro e forte. Ele traduz a arte negra no Brasil. O que muita gente tenta depreciar é uma qualidade que o negro no Brasil tem.

E o próprio Noel diz: “Batuque é um privilégio, porque ninguém aprende samba no colégio”. Isso é uma coisa que a arte negra trouxe para o Brasil. A mão no tambor, a batida do tambor, a percussão e a base do samba são forças nacionais. Não podemos esquecer disso.

Sua mãe é encantadora! O seu talento para se comunicar, com tanta emoção vem de Dona Hilda?
Todo o carinho que tenho com a música brasileira e estrangeira – minha mãe é fã de Nat King Cole – é dela. Essa mistura toda na minha cabeça de ouvir tantas coisas diferentes, gostar de Jovem Guarda, de música pop, de rock brasileiro é tudo da minha mãe. Eu ouvi através dela. Essa coisa de se emocionar também peguei dela.

Em suas redes, as pessoas comentam “diva”, “divina”. Tem se sentido assim?
Fico muito feliz com o reconhecimento do meu trabalho depois de 22 anos de carreira. Mas não me sinto assim, sendo bem sincera. O samba ainda é visto com preconceito, como um lugar onde as pessoas têm de trabalhar muito mais e ganhar muito menos. Como se não gostássemos de dinheiro. Como se não valorizássemos as boas condições de trabalho.

Agora, Teresa, você é chamada de Rainha das Lives. Como tem sido este momento?
Estou ali para cantar, contar histórias, me aventurar em canções que nunca pensei em colocar em algum repertório. Converso com o público, recebo amigos e artistas. Ali, todos estão na mesma festa, num clima mais relaxado.

Por que se jogou nas lives neste momento? Suas lives têm oferecido muito afeto.
Começaram com uma preocupação séria: o medo de entrar em um quadro depressivo. As notícias começaram a ficar cada vez mais fortes e sérias. Minha mãe tem 80 anos e um grau de ansiedade muito forte. Perdi o sono. Não conseguia dormir.

Uma noite, fiquei ouvindo Dona Ivone Lara até 6h da manhã. Escutei coisas que eu achava que conhecia. Foi uma descoberta. Eu não conhecia nada. No mesmo dia, algum seguidor, no Twitter, falou de samba de terreiro como se fosse de umbanda ou candomblé. E várias pessoas seguindo a mesma coisa. Aí comecei a explicar sobre Samba de Terreiro. Pensei: vou fazer uma live falando de Samba de Terreiro. O assunto não coube em uma só.

Já tinha começado a ocupar minha mãe fazendo aos domingos com ela, porque ela gosta de cantar também. Então, comecei a fazer esporadicamente. Quando vi, estava com lives todos os dias.

Homenageou muitos ícones da música brasileira. O que mais a emocionou?
Quando o Gilberto Gil apareceu, no dia em que fiz a releitura do álbum “Realce”. Não segurei as lágrimas. Ele surgiu já com um violão, aqueles olhos de águia, lindo e cantando “Viramundo”.

Escolho os temas com carinho, acredito que alcanço fãs de nomes como Tom Jobim, Elis Regina, Chico Buarque, Moraes Moreira, Cazuza, Marisa Monte e Alceu Valença, por exemplo.

Bebo minha cerveja, me emociono e me divirto todas as noites. Precisamos da arte para viver. Ali é um espaço aberto para os amantes da música. E esta descoberta é infinita, nossa música é riquíssima.

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