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Economia

Recorde de jovens que estudam e trabalham


O número de jovens que estudam e trabalham no Espírito Santo bateu recorde. São cerca de 116 mil estudantes entre 15 e 29 anos nessa condição — aproximadamente 13,2% das pessoas nessa faixa etária.

O dado é o maior número da série histórica informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e corresponde ao ano de 2018. As informações de 2019 ainda não estão disponíveis, mas a tendência é de crescimento, conforme os dados de anos anteriores.

Em 2017, 110 mil (12,8%) jovens com idade entre 15 e 29 anos estudavam e trabalhavam no Estado. Em 2016, eram 111 mil (12,5%). Já em 2015, havia 97 mil (11,2%) pessoas nessa situação.

O levantamento considera as informações de pessoas ocupadas, e, simultaneamente, frequentando escola, cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou cursos de qualificação profissional.

Essa dupla jornada é fruto de uma combinação de fatores, como a necessidade de complementar a renda familiar, a estagnação das vagas nas universidades públicas e o aumento da competitividade no mercado de trabalho.

“Também há de se considerar o crescimento demográfico. Mas o que percebemos hoje é que o Estado também tem investido em uma série de políticas de incentivo à educação, o que acarreta em um aumento no número de jovens estudando”, pontuou o doutor em Administração e especialista em gestão de pessoas, Bruno Félix.

Outros fatores também influenciam. Um exemplo, para a diretora da Faculdade Saberes, Alacir de Araújo Silva, é que embora exista uma tendência geral de democratização do acesso ao ensino, não se pode ignorar que diversos estudantes têm condições financeiras consideradas precárias.

“A educação, outrora restrita às pessoas de maior poder aquisitivo, hoje está disponível para todas as classes sociais. Contudo, não havendo um número suficiente de instituições de ensino gratuitas para atender a todos, aqueles que não conseguem arcar com as mensalidades em instituições particulares, trabalham para pagar os estudos.”

Trabalhar para poder estudar, e estudar para poder trabalhar tornam-se situações complementares. Ao mesmo tempo, criam mão-de-obra cada vez mais qualificada.

Alunos escolhem horário noturno

Conciliar os estudos com o trabalho pode ser uma tarefa difícil, mas é executada todos os dias pelos estudantes de Nutrição da Multivix, Rafael Silva, 25 anos, e Joyce Carvalho, 22, e pela aluna do curso de Enfermagem, Adriane Ribeiro, 19.

Imagem ilustrativa da imagem Recorde de jovens que estudam e trabalham
Os estudantes de Nutrição da Multivix, Rafael Silva, 25 anos, e Joyce Carvalho, 22, e pela aluna do curso de Enfermagem, Adriane Ribeiro, 19. |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

Por causa do trabalho, que consome várias horas do dia, todos eles frequentam a faculdade no período noturno.

“É gratificante, mas não deixa ser cansativo. Trabalho o dia todo, estou concluindo um TCC (trabalho de conclusão de curso) e iniciei a pós-graduação. Mas minha família mora em outra cidade e sempre me ajuda como pode, então me senti na obrigação de conseguir um emprego para me sustentar e ajudar o meu pai”, contou Joyce.

Saiba mais

Recorde

  • O número de jovens de 15 a 29 anos que, simultaneamente, trabalham e estudam no Estado é recorde, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

2018

  • O dado mais recente refere-se ao ano de 2018: são 116 mil jovens de 15 a 29 anos trabalhavam e estudavam.
  • O número equivale a 13,2% da população nessa faixa etária no Estado.

2017

  • 110 mil jovens (12,8%) trabalhavam e estudavam.

2016

  • 111 mil jovens (12,5%) trabalhavam e estudavam.

2015

  • 97 mil jovens (11,2%) trabalhavam e estudavam.

Principais razões

  • O levantamento feito pelo IBGE considera as informações de pessoas ocupadas, e, simultaneamente, frequentando escola, cursos pré-vestibular, técnico de nível médio ou cursos de qualificação profissional.

Complementação de renda

  • O principal motivo para a conciliação das duas atividades, segundo especialistas em educação e carreiras, é a necessidade de complementar a renda familiar, pois a grande maioria dos estudantes vem de uma classe social com baixo poder aquisitivo.

Novas oportunidades

Jornada dupla é uma realidade de muitos, inclusive de profissionais da Contauto, em Vila Velha.
A assistente administrativo Gilsany de Matos, 18 anos, é estudante do curso de Administração. O profissional de informática Guilherme Gomes, 20, cursa Sistemas da Informação. Já a supervisora de marketing Joanie Silotti, 28, está fazendo um curso de especialização.

“Conciliar as duas coisas tem fornecido muitas oportunidades de crescimento”, frisou Joanie.

Imagem ilustrativa da imagem Recorde de jovens que estudam e trabalham
A assistente administrativo Gilsany de Matos, 18 anos, é estudante do curso de Administração. O profissional de informática Guilherme Gomes, 20, cursa Sistemas da Informação. Já a supervisora de marketing Joanie Silotti, 28, está fazendo um curso de especialização. |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Custeio dos estudos

  • Em segundo lugar, aparece a necessidade de custeio dos estudos. Enquanto as vagas em escolas públicas de ensino fundamental e médio atendem amplamente a população, em cursos de nível superior, a realidade é outra.
  • As vagas em universidades públicas não são suficientes para atender ao grande número de jovens no Estado. Assim, muitos optam pelo ensino superior em instituições particulares. Sem ter como arcar com os estudos, porém, precisam trabalhar para pagar as despesas.

Experiência e crescimento

  • Finalmente, existe uma parcela de estudantes que não necessariamente precisa trabalhar enquanto estuda, mas o faz para ganhar experiência e adquirir a maturidade requisitada pelo mercado.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, especialistas Alacir de Araújo Silva, Bruno Félix, Edna Tavares e e pesquisa AT.

Estudantes querem melhorar o currículo

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Sergiara e Vinicius ressaltam benefícios de estarem no mercado de trabalho |  Foto: Dayana Souza/ AT

A competitividade no mercado está cada vez mais acirrada. Com isso, há quem escolha conciliar estudo e trabalho, simultaneamente, para melhorar o currículo profissional.

“É um ciclo interessante porque o jovem hoje tem uma configuração de mais inquietude e mais proação. Ele não sabe ficar parado, quer viver novas experiências, incrementar o currículo, e o mercado de trabalho possibilita tudo isso”, lembrou o diretor de desenvolvimento institucional da Faesa, Erthelvio Nunes Júnior.

Ele destacou que a tecnologia é um agente facilitador nesse sentido, pois, tendo os conhecimentos necessários, é possível desempenhar várias funções, até mesmo sem sair de casa.

“Você pode criar sites, desenvolver aplicativos, fazer gestão de mídias sociais, entre outras coisas. Opções não faltam. O jovem melhora o currículo e ainda aumenta a própria renda.”

Essa não é a única área que tem atraído os jovens. O estudante de Engenharia da Produção, Vinicius Nascimento Vieira, 25 anos, por exemplo, foi contratado em 2015 como estagiário da área de gerenciamento de projetos em uma empresa de petróleo no Estado.

“Após dois anos de estágio, fui contratado, mesmo sem ter concluído a graduação. Acredito que seja um ponto positivo, pois a experiência que se adquire ajuda muito no currículo, tendo em vista que você já fica 'preparado' para o mercado, que requer profissionais proativos, aptos a enfrentar os desafios do mundo corporativo.”

Já a estudante de Psicologia, Sergiara Pereira Dallabernardina, 21 anos, utiliza parte dos conhecimentos adquiridos no curso em seu trabalho como assistente administrativo em uma empresa de call center da Grande Vitória.

“Só por estar no mercado já aprendo sobre vários assuntos que agregam muito ao meu futuro”, explicou, destacando que esse foi um dos motivos que a levaram a empreender a dupla jornada.

“Garanto certa estabilidade financeira, mas também consigo desenvolver novas habilidades.”

Mais chances de sucesso

A dupla jornada de conciliar estudo e trabalho traz uma série de efeitos para a vida dos jovens. Um deles, de acordo com especialistas, é o aumento da maturidade.

A explicação é da psicóloga, escritora e sócia da Design e Gente Conseil, Maria Rita Sales Regis, segundo a qual, conciliar trabalho e estudo é difícil e trabalhoso, mas faz com que a pessoa tenha uma disposição diferenciada em relação à forma como leva a vida.

“Por trabalhar, a pessoa sabe o quanto custa receber dinheiro e valoriza ainda mais os estudos, pois sabe que é uma forma de subir de nível dentro da empresa.”

Essa valorização também estaria ligada ao nível de conhecimento adquirido. “Quanto mais você compreende o universo à sua volta, menos trabalha com o físico e mais trabalha com a mente. E são justamente os cargos que mais exigem conhecimento que são bem-remunerados.”

Esses conhecimentos podem ser obtidos de diversas formas, mas devem ser buscados constantemente, conforme pontuou a psicóloga e diretora da PsicoStore, Martha Zouain, segundo a qual, a quantidade de informações acerca do mercado que estão disponíveis atualmente possibilitam ao jovem esboçar uma trajetória profissional com maiores chances de sucesso.

“Hoje, tudo que há de novo no mercado — tendências, profissões em alta, as que têm melhores salários — é divulgado amplamente. Com isso, os jovens acabam tendo uma noção maior sobre o que dá resultado na vida e o que faz prosperar na carreira. E é possível prosperar, mas desde que esses conhecimentos sejam utilizados.”

“O trabalho traz amadurecimento”

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Edna Tavares: valores éticos |  Foto: Fernando Ribeiro/ Arquivo AT/ 15/09/2016

“Trabalhar e estudar tem significados grandiosos na vida do ser humano. São elementos importantíssimos para a estabilidade emocional e financeira, ainda que a rotina seja um desafio para muitas pessoas.

Conciliar essas tarefas quase sempre acontece pela vontade de agregar conhecimentos e ampliar as oportunidades de crescimento pessoal e profissional.

Acrescido a isso, existe ainda a necessidade de se sustentar e de ajudar na renda da família.

Não enxergo isso como algo negativo. O trabalho traz amadurecimento, contribuindo para a formação de valores e desenvolvimento de responsabilidades.”

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