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Famosos

Rapper Magro conta sua história simples


“Daria um filme!”, canta Mano Brown no rap “Nego Drama”, do Racionais MCs. No caso do rapper Magro, 27, a rima do paulistano pode ser adaptada: a vida de Marco Antonio Pereira de Almeida Filho, nome de batismo do artista capixaba, poderia se tornar um livro.

Imagem ilustrativa da imagem Rapper Magro conta sua história simples
Magro: “Falo sobre qualquer pessoa que seja herói do seu bairro” |  Foto: Divulgação/Thiago Bruno

E o primeiro capítulo dessa história pode ser conferido no EP “Mais um Rapaz Comum”. Esse é o primeiro trabalho solo do artista e foi lançado em julho, em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Na minha carreira solo, decidi contar a minha história. A faixa ‘Guerreiro de Fé’, por exemplo, escrevi quando meu pai foi internado com coronavírus”, explica o cantor, que também faz parte do Solveris, grupo que chegou a abrir show do Rubel, no Rio de Janeiro.

Além de trazer a sua vivência nas músicas, o rapper busca fazer com que o seu público crie uma conexão com suas canções.

“Quem me conhece real, fora o Magro artista, sabe que eu sou muito simples. Gosto de escrever músicas para pessoas simples iguais a mim”, garante ele.

E há alguma diferença entre Marco e Magro? O artista responde: “Cada vez menos. A galera sentiu a verdade no meu trabalho. Eles pegaram a visão”.

Toda essa sinceridade, ao que parece, está gerando bons frutos. Na última semana, o artista se apresentou no Festival Cultura Conecta, evento online que vai até dezembro promovido pela Secult.

Agora, o capixaba traça os novos caminhos da sua caminhada artística. No final do mês, ele se junta novamente ao Solveris para gravar um novo álbum. O registro vai acontecer no Rio de Janeiro e deve ser lançado no próximo ano.

“Vamos eu, Dok e Leozin, mas sem a Morenna. Estamos construindo a estética do trabalho e, inclusive, já temos o nome do álbum”, anima-se Magro.

Também no próximo ano o rapper deve lançar o seu primeiro álbum cheio. Trata-se de “Herói do Bairro”, trabalho composto antes do EP “Mais um Rapaz Comum”.

Nesse álbum, que deve sair pelo selo carioca MangoLab, Magro vai continuar contando sua história.

“Falo de mim nas músicas, mas não só especificamente de mim. Falo sobre qualquer pessoa que seja herói do seu bairro, como o cara que tá fazendo música, a tia que vende cachorro-quente... Ou seja, pessoas que estão à mercê de tudo de ruim, mas que escolhem não pegar aquilo para elas”, ressalta.

“Hoje o rolê é outro”, Magro Rapper

AT2: Durante a quarentena, você lançou seu primeiro EP solo. Este momento de isolamento social influenciou as composições?
Magro: Influenciou total. A segunda faixa (“Tudo Quente”), escrevi no dia em que estava mudando de casa. Isso aconteceu na semana que foi decretada a quarentena. Foi algo preparado para mim, numa nova casa, num novo bairro.

Já “Guerreiro de Fé”, escrevi no dia em que meu pai estava com Covid-19. Ele ficou no hospital, em Boston, nos Estados Unidos, onde está morando. E eu, longe, escrevi essa música que meio que fala sobre uma guerra espiritual.

Deve ter sido um momento difícil para você, principalmente por causa da distância.

Pô, eu estou morrendo de saudades. O meu pai e minha mãe vivem lá há três anos. Quando eles foram, eu não pude ir. Meu filho estava para nascer e o Solveris estava começando a caminhar. Acabou que eu fiquei aqui.

AT2: Já que falou em Solveris, qual a importância do grupo para você? Cresceu muito como artista nesse tempo todo?
Magro: Sim, foi extremamente importante. Fiz muitos contatos, e fazer shows fora do Estado foi muito importante. Principalmente pelo fato de viajar a trabalho através da música.

Imagem ilustrativa da imagem Rapper Magro conta sua história simples
O músico aposta no Rap |  Foto: Divulgação/Thiago Bruno
AT2: Qual foi o seu percurso no mundo da música? Começou ainda novo?
Magro: Eu venho de família de músicos. Cresci dentro da música. Vim de família evangélica. Toda minha base foi na igreja. 

AT2: E o hip hop? Em que momento da vida, você o conheceu?
Magro: Fui conhecer hip hop adolescente com os Racionais MCs. Depois, em 2009, veio o Emicida e eu caí de cabeça.

AT2: Mas demorou até você montar uma banda, certo?
Magro: Cheguei a cursar cinco períodos de Administração. Nesse tempo, trabalhei em banco. Mas não aguentava mais aquilo. Foi quando me deu esse gatilho. Eu queria fazer acontecer, queria uma cena ou movimento em Vila Velha.

AT2: Foi aí que surgiu o seu projeto cultural Vala?
Magro: A Vala surgiu em meio a isso. Comecei com o intuito de ser uma revista eletrônica, mas acabei conhecendo os moleques dos rolês e a galera formou um coletivo. 

AT2: Com todo esse tempo no hip hop, como enxerga a visibilidade que o rap tem conseguido no meio musical?
Magro: É a tendência. O rap e o hip hop são os estilos número 1 lá fora há muito tempo. E tem o trap também, que possui esse apelo até mais popular, pelas letras serem de festa.

AT2: Ainda existe preconceito?
Magro: Existe, mas o rap vai crescer mais ainda. Hoje o estilo incorpora outros elementos, como o soul e o R&B. Esses elementos abrem portas. Aquela visão do rap não é mais de uma pessoa cantando com a cara fechada. Hoje o rolê é outro. Isso acaba fazendo com que uma galera mais jovem curta o estilo.

A molecada que ouve as músicas no Spotify é a classe média. Querendo ou não, o rap ainda é uma arma de protesto. Por mais que o que ganhe notoriedade seja música de festa, sempre vai ter alguém representando o movimento.

E a pessoa ver o preto como uma pessoa de sucesso com música negra e arte de preto, que é o rap, com certeza isso, na cabeça de um “menor” sonhador, é um combustível.

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