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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Raízes capixabas de Ayrton Senna

| 01/12/2019, 12:51 12:51 h | Atualizado em 02/12/2019, 07:04

Imagem ilustrativa da imagem Raízes capixabas de  Ayrton Senna
Ayrton Senna |  Foto: Arquivo AT

Ayrton Senna da Silva marcou nossas manhãs de domingo e fazia-nos sentir mais brasileiros, numa época de muito descrédito com o país, por sua ousadia, destreza e espírito de campeão. Tornou-se ídolo e é considerado até hoje como o melhor piloto automobilístico do mundo. É também citado como o maior esportista brasileiro do século XX. Seus feitos foram enormes, pela vida e pelo esporte ao qual se dedicou.

Mas os capixabas têm agora outro motivo para se orgulhar do tricampeão: seus bisavós, Luigi Sena e Giovanna Magro, imigraram para o Espírito Santo, aqui se casaram e tiveram um filho.

Luigi chegou em Vitória aos 23 anos, a bordo do navio Rio de Janeiro, em 20 de março de 1893. Veio só, desacompanhado da família. Giovanna tinha 18 anos quando aqui desembarcou, em 6 de dezembro de 1894, no vapor Matteo Bruzzo, acompanhando seus país, um irmão e duas irmãs. Governava o Estado, nessa época, José Carvalho de Melo Moniz Freire, um grande incentivador da imigração italiana.

Ambos fizeram quarentena na hospedaria de Pedra d’Água, em datas diferentes, porém, antes de seguir para Cachoeiro de Itapemirim, para depois se dirigirem ao interior de Castelo, nas divisas com Muniz Freire e Conceição do Castelo, onde se conheceram e se casaram.

Certamente, foi por meio do contato com parentes, que já moravam nessa região, que Luigi imigrou para o Espírito Santo: Angelo Raffaele di Sena, o patriarca, tinha propriedade em Vieira Machado, com o filho Felício; Nicolò, em Morro Vênus e Estêvão, em Desengano. É provável que Luigi tenha sido hóspede na casa deste último pois também residiam em Desengano os imigrantes bolonheses, Raffaele Campagna e Cristoforo Guizzardi, que foram convidados a testemunhar a união civil do casal italiano.

Provavelmente a família da noiva tenha sido contratada por algum fazendeiro, ex-escravocrata, dessa mesma região, para trabalhar como agricultores. Na época, a bacia do Itapemirim concentrava as maiores lavouras de café e, por conseguinte, era o maior polo econômico do Estado.

O enlace ocorreu na Estação do Castello, em 13 de dezembro de 1896, talvez por serem devotos de Santa Luzia. Luigi tinha 27 e ela 21 anos de idade.

Tanto Luigi quanto Giovanna eram oriundos do sul da Itália: ele de Scisciano (pronuncia-se xi-chá-no), nos arredores de Nápoles e ela de Siculiana, em Agrigento, na Sicília.

Os Senna já radicados no Espírito Santo eram oriundos de Tortorella, na província de Salerno, ao sul de Nápoles. Eram, portanto, da mesma região: a Campânia. Vale citar que a maioria dos italianos imigrados para o Espírito Santo, desde 1874, era proveniente do Norte (92%), outros 6% eram do Centro e apenas 2% da Itália do sul, conforme dados do Projeto Imigrantes Espírito Santo, do Arquivo Público.

Ainda em terras capixabas nasceu Antonio, o primogênito, antes do casal se retirar para São Paulo, onde teve outros filhos, dentre os quais João, em 1906, pai de Nayde, a mãe de Ayrton. Por linha paterna ele era ‘brasileiríssimo da Silva’. Estes e outros dados genealógicos, em maiores detalhes, foram publicados, com exclusividade, pela Revista Insieme (www.insieme.com.br) também online, na edição deste mês.

Senna faleceu em 1º de maio de 1994, em um trágico acidente no autódromo de Imola (Bolonha), 570 quilômetros ao norte de Scisciano, origem do seu bisavô.

Cilmar Franceschetto é diretor Geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo

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