X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Política

“Sou aliado, mas não alienado”, disse o senador, Marcos Do Val


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem “Sou aliado, mas não alienado”, disse o senador, Marcos Do Val
Marcos do Val foi eleito senador nas eleições de 2018, ocupando pela primeira vez um cargo eletivo |  Foto: Beto Morais - 08/10/2018

Eleito para um mandato político pela primeira vez, em 2018, o senador capixaba Marcos do Val (Podemos) faz parte da base aliada de Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso. Porém, em episódios como o duelo entre o Presidente e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, de quem é admirador, o parlamentar se viu em uma espécie de sinuca de bico.

Afirmando ser “aliado do governo, mas não alienado”, Do Val disse, em entrevista para A Tribuna, que o juiz, símbolo da Operação Lava a Jato, poderia ter saído de outra forma, como também acredita que o Presidente deve dar menos declarações polêmicas.

Apesar das investidas do procurador-geral da República, Augusto Aras, contra a operação, ele não acredita em seu fim e aproveita para elogiar o trabalho do procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, que na última semana deixou a força-tarefa alegando problemas pessoais. Ele responde a dois processos disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público.

A independência que afirma ter no plano nacional, ele também garante que terá nas eleições municipais deste ano, onde promete não apoiar candidatos do Podemos só por serem do seu partido.

A Tribuna - O senhor relatou o pacote anticrime do ex-ministro Moro, que trata de corrupção. E em agosto apresentou PEC que também trata do tema. O que tem na proposta que não foi contemplado no pacote?
Marcos do Val - 
Não é que não tenha sido contemplado, mas quando é uma PEC vai para a Constituição, passa a ter muito mais peso, entra na Carta Magna, que é a maior lei que o País  tem. A PEC vai colocar no maior patamar e dar a importância que o tema merece ter no Brasil.

A Tribuna - O que o senhor destaca na proposta?
Marcos do Val - A alteração vai irradiar os efeitos para todo o ordenamento jurídico brasileiro, influenciando tanto na atividade do legislador quanto no trabalho de interpretações realizado pelos operadores do Direito.

Com isso, impedirá a elaboração de qualquer norma ou a produção de qualquer interpretação que privilegie atos que lesem o erário ou o interesse público e, consequentemente, prejudiquem a sociedade brasileira.

A Tribuna - O senhor foi ameaçado por conta do pacote anticrime do Moro. Cessaram as ameaças?
Marcos do Val - Por questão de segurança não posso falar sobre isso.

A Tribuna - O senhor é considerado governista e também um admirador do trabalho do Moro. O ex-ministro saiu do governo acusando-o de intervir na Polícia Federal. Qual sua opinião?

Imagem ilustrativa da imagem “Sou aliado, mas não alienado”, disse o senador, Marcos Do Val
Marcos do Val é considerado um admirador do trabalho de Sergio Moro |  Foto: Acervo Pessoal
Marcos do Val - Na verdade, ele estava acusando as tentativas do governo de interferir, mas não que tivesse ocorrido, senão ele teria sido conivente. Tenho uma relação de amizade com o Moro, mas acho que havia outras formas para ele sair.

Não poderia ter tomado uma decisão com emoção. Falei com ele. Ele como juiz federal tinha uma autonomia grande e dentro do governo tem que seguir as regras da democracia onde a velocidade não é a mesma. Ele se frustrou com isso. 

A Tribuna - O senhor mudou a sua visão sobre ele?
Marcos do Val - Não. A forma que ele rompeu que eu achei que não foi a melhor, mas isso não muda a figura de um brasileiro que combateu a corrupção durante 22 anos.

A Tribuna - O Augusto Aras, indicado pelo Presidente, é um crítico da Lava a Jato e tem investido contra ela. Como avalia isso já que o senhor também é um defensor da operação?
Marcos do Val - Nós do “Muda Senado”, grupo que conta com 20 senadores, fizemos uma sabatina com o Aras. O que ele justificou foi em relação à hierarquia do Ministério Público Federal.  É como se um general não tivesse conhecimento do que os soldados estivessem fazendo.

Ele disse que não é questão de interferir na operação, mas de ter ciência do que está acontecendo, fazer com que a Corregedoria tenha acesso ao trabalho para que o órgão não seja partidário.

Ele diz que hoje não conseguiria saber, pois tiram e colocam no sistema (investigações) sem ele saber o que entrou e o que saiu. O Aras também disse que era importante a oxigenação da equipe. Mas ao conversar com o Deltan Dallagnol ele contra argumentou dizendo que eles foram preparados para combater a corrupção e que desfazer a equipe para colocar outra sem a mesma expertise não trará o mesmo resultado.

A Tribuna - Como avalia a saída do Dallagnol da operação?
Marcos do Val - Tenho muita admiração por ele. Na sabatina que também fizemos com o Deltan, ele  estava respondendo processos. Ele não fez nenhum questionamento de forma pessoal, sempre de forma técnica. Também disse que a Corregedoria tem sim acesso (às investigações e base de dados da operação).

A Tribuna - O senhor acredita no fim da Lava a Jato?
Marcos do Val - Acredito na continuidade. Ela foi jogada para mais um ano, a Lava a Jato  é um patrimônio do Brasil, não vejo possibilidade de desfazer.

A Tribuna - Como avalia o governo Bolsonaro?
Marcos do Val - Pelo que escuto nos corredores do Congresso, é um presidente que não é corrupto, seus ministros também não são. Agora de ministros para baixo não sei. É um governo que tem suas falhas, comete seus erros e tem falas polêmicas que, se fossem faladas menos, seria melhor.

Sou aliado, mas não alienado. Sou muito questionador. Quando o Presidente indicou o filho para embaixador, falei que não iria apoiar. Mas isso não significa que vou trabalhar para ser oposição.

A Tribuna - E a condução do Presidente em relação à pandemia?
Marcos do Val - Ninguém viveu essa pandemia em outro momento da história, difícil ter uma posição sem um parâmetro. Se fosse uma segunda, terceira seria mais fácil citar pontos positivos e negativos.

A Tribuna - O senhor pegou Covid-19 e disse que usou a cloroquina. Acredita no remédio?Marcos do Val - Eu acredito no que o médico diz. Tem médico que acredita em homeopatia, outros não. Meu pai é médico atuante aos 83 anos e me pediu para ajudar os médicos a receitarem a medicação. Percebi uma coisa cruel, as classes média e alta estão tomando a medicação, a classe baixa não, e é a que mais está perdendo a vida. Pode ser coincidência, mas pode ser também que daqui a 10 anos se comprove a eficácia. O que não podemos é fechar mais uma frente de batalha.

A Tribuna - Em relação às eleições deste ano, pretende apoiar alguém?
Marcos do Val - Eu tenho uma palavra que dei, que ainda não tive tempo de sentar para conversar para oficializar o apoio, foi com o Fabrício Gandini (deputado, candidato a prefeito de Vitória).

Ele é um cara do bem, na época fiquei encantado com a atuação dele na minha campanha e disse que, se um dia ele fosse candidato em qualquer outra pasta, poderia contar comigo. Ele merece estar na esfera política.

Se ele não fosse candidato e o meu partido (Podemos) me apresentasse outro eu não ia apoiar só por ser do Podemos. Em Vila Velha, é a grande polêmica, o Podemos tem candidato e eu não vou apoiar. Vou apoiar o coronel Wagner Borges, que não sei nem qual é o partido dele. Ele foi outro que ajudou bastante em minha campanha e de forma 0800. Mas isso não significa que o candidato do Podemos é alguém que eu desconfie. Não, é porque eu dei minha palavra lá atrás para o coronel.

 A Tribuna - E em Cariacica e na Serra?
Marcos do Val - Serra não tenho ideia. Em Cariacica vou oficializar apoio ao Adilson Avelina (PSC), que já me assessorou, é uma pessoa fantástica.

Se eu apoiar 10 pessoas no Estado, será muito. Por isso falam que sou uma pessoa politicamente incorreta, pois não sigo os padrões da velha política.


QUEM É


> Marcos Ribeiro do Val, de 49 anos, foi eleito senador nas eleições de 2018, ocupando pela primeira vez um cargo eletivo. Seu mandato tem duração de oito anos, até 2026.
> Nascido em Vitória, Do Val é militar da reserva do Exército brasileiro.
> Também é instrutor, consultor e palestrante na área de segurança pública.
> Ficou conhecido por conta dos treinamentos que oferecia na SWAT, a polícia especializada dos Estados Unidos.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: