Renato Casagrande: “Vamos liderar projeto rumo ao governo em 2026”
Casagrande falou da possibilidade de deixar o governo para disputar o Senado, e sobre investimentos nas ferrovias e rodovias
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O governador Renato Casagrande (PSB) falou sobre o desempenho de seu partido nas eleições municipais, além de possíveis mudanças em secretariado e da possibilidade de deixar o governo para disputar o Senado.
Caso a saída do governador aconteça, por exemplo, quem assume o governo na reta final de 2026 seria o vice, Ricardo Ferraço (MDB), que pode, inclusive, ser o nome do grupo de Casagrande para disputar o governo em 2026.
Leia abaixo a entrevista
A Tribuna - Governador, o senhor vai criar a secretaria de Recuperação do Rio Doce. Como vai funcionar a pasta? Já tem secretário definido?
Renato Casagrande - O secretário é Ricardo Iannotti, que atualmente é subsecretário estadual da Casa Civil para Assuntos Administrativos.
Ele coordenou o trabalho de repactuação e esteve presente em todas as reuniões. Conhece profundamente o tema, incluindo o acordo feito. Participou de toda elaboração e redação do texto. A Secretaria de Recuperação do Rio Doce será para fazer articulação com o governo federal, porque vai ter recurso federal para a região. Vai fazer articulação com as empresas que executarão parte do serviço.
Vamos fazer uma rodovia, e uma recuperação de cobertura florestal. Essa secretaria será uma grande articuladora incentivadora, para que possamos usar esses recursos que começam a chegar.
Muito tem se falado nos bastidores sobre mudanças no secretariado para os dois últimos anos de seu mandato. Há alguma projeção nesse sentido?
Nada de mudança grande. Reformulação pontual pode até ser que tenha, mas isso a qualquer momento, não é porque estamos no final do ano. Mas não tem a ver com reformulação, eu estou muito feliz com nosso governo, são muitos resultados positivos, nunca tivemos tantos. Eu sou muito grato a todos da minha equipe, todos estão muito envolvidos.
Como o senhor avalia o desempenho do PSB nas eleições municipais deste ano, além da performance de seus aliados?
O PSB fez 22 prefeitos, 14 vice-prefeitos e 129 vereadores, foi o partido que mais fez prefeitos no Espírito Santo. Então, mesmo à distância, porque não faço parte da direção da sigla diretamente, fico muito feliz com o resultado, fomos muito bem. Além disso, conseguimos eleger vários aliados, praticamente em todos os municípios do Estado. As cidades que têm eleitos de partidos que aparentam não serem aliados, mesmo assim já estamos conversando para que possamos trabalhar juntos. O que importa é isso, o trabalho em conjunto para atender a todos.
Governador, recentemente foi divulgada uma pesquisa em que o nome do senhor aparece bem cotado para a disputa ao Senado em 2026. Queria saber como o senhor avalia essa pesquisa e se há possibilidade de deixar o governo do Estado para realmente disputar o Senado
Primeiramente eu estou ansioso para terminarmos bem 2024, agradecendo muito a Deus pelos resultados que conseguimos. Estamos resolvendo os principais gargalos, desde dar solução à BR-101, estamos vendo também os investimentos portuários crescerem.
Eu tinha muita vontade de governar o Estado em dois mandatos seguidos, o povo capixaba me deu essa oportunidade. Estamos entregando um governo estabilizado, equilibrado, com gestão fiscal.
Não analisei a pesquisa divulgada, mas agradeço muito a confiança das pessoas. Mas, neste momento, uma pesquisa que projeta 2026 não vale nada, não tem valor algum. É só ver quantos candidatos começam lá embaixo e ganham eleição e os que começam lá em cima e acabam perdendo. De qualquer forma, sou muito grato à confiança da população capixaba.
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E quanto ao governo do Estado? É possível apontarmos que hoje, seu vice Ricardo Ferraço é o nome natural para sucedê-lo?
Se eu sair do governo para ser candidato, sim. Eu, de fato, não sei se vou sair do governo. Como também se eu continuar no Palácio, Ricardo também poderá ser candidato. Mas nós temos diversos nomes que estão colocados aí, mas o Ricardo, se por acaso eu for o candidato ao Senado, ele assume o governo e vira candidato natural.
Agora, o Ricardo está muito desprendido, não tem uma ambição desmedida para ser candidato. Ele tá com muito pé no chão, está me ajudando muito no governo, então é bom até mesmo que eu possa reconhecer isso com vocês, muito obrigado ao Ricardo, porque ele tem sido parceiro importante para nós.
Ele virará sim um candidato natural, se desejar, se eu sair, mas se eu não sair, poderá ser também. Eu poderei apoiá-lo, é uma figura que tem todas as condições de governar o Estado, já que foi senador, deputado federal, estadual, vice-governador. Tem muita experiência em administração pública.
Mas também temos outros nomes, não preciso citar aqui para não criar ciúmes, mas o Ricardo está com a cabeça tranquila, e tranquilo em relação ao que vamos fazer. O mais importante, que eu gostaria de destacar, é que eu e ele, junto com nossa equipe, teremos um projeto, uma chapa.
O que queremos, de fato, é manter o aperfeiçoamento. Não queremos que o Estado perca esse rumo, então estaremos firmes no projeto.
Há alguma novidade a respeito dos investimentos nas ferrovias que cortam o Estado?
Sim, mas não fechamos o ano com isso completamente resolvido. O que temos bem encaminhado é a ferrovia que liga a Região Metropolitana, que é Cariacica a Anchieta. Está certo, só falta um acordo final entre Vale e Ministério dos Transportes.
O governo federal começou a abrir consulta e audiências públicas para a ligação de Anchieta até Rio de Janeiro, e estamos tratando com o governo federal, FCA e VLI sobre a questão dos investimentos em Minas Gerais para favorecer o Corredor Centro Leste, que abastece os portos do Estado. Temos de avançar nisso.
São algumas frentes de trabalho: uma é a ferrovia que vai até Anchieta e depois Rio, e a outra é melhoria em Minas e investimento entre João Neiva e Aracruz para melhorar esse corredor, porque temos os portos de Aracruz, da Imetame, que está em obras e deve operar no início de 2026.
Temos Portocel, especializado em celulose que vai transportar outras cargas e as obras do Porto Central, que começaram na semana passada.
Investimentos portuários importantes que para funcionar adequadamente precisamos de investimento ferroviário.
E rodoviário?
Estamos fazendo também. A BR-101 está resolvido o assunto, a BR-262 em fase de solução. Estamos fazendo investimento na região de Aracruz, contorno Sul e Norte, diversos investimentos naquela região e o que precisamos são esses investimentos ferroviários que são responsabilidade do governo federal.
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