Presidente da Assembleia Legislativa revela surpresa com prisão de Capitão Assumção
Deputado estadual Marcelo Santos (Podemos) se pronunciou sobre a prisão de Capitão Assumção e disse que o momento é "sensível" para o parlamento
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O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), deputado estadual Marcelo Santos (Podemos), se pronunciou sobre a prisão do colega de parlamento Capitão Assumção (PL). O parlamentar foi detido por policiais federais, na noite de quarta-feira (28), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, o presidente da Ales afirmou que recebeu com surpresa a notícia da ordem de prisão contra o deputado estadual.
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"Apesar de desconhecer os motivos e a fundamentação da ordem de prisão, cumpre-nos registrar que a sociedade capixaba perde significativamente a legitimidade democrática consagrada pelo voto popular, com a ausência do Deputado Capitão Assumção de suas atividades parlamentares", afirmou Marcelo Santos.
O parlamentar enfatizou que Assumção tem exercido "de forma digna e respeitosa o seu mandato, defendendo de forma lídima suas ideologias e pautas sempre com urbanidade, inteligência, respeito aos demais colegas".
Marcelo Santos ainda afirma que há preocupação com as prerrogativas e garantias constitucionais do deputado e vai acompanhar o cumprimento da decisão para que não reste dúvidas de que não ocorrerá ofensas as garantias parlamentares ou institucional.
"A Assembleia Legislativa, nesse momento sensível para o parlamento capixaba e à margem de qualquer ideologia política ou partidária, vem externalizar sua preocupação com a integridade física e psicológica do Deputado", diz a nota do presidente da Ales.
Após ser detido por conta de uma ordem judicial expedida pelo STF, Capitão Assumção foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, em São Torquato, Vila Velha, para prestar depoimento. O parlamentar estava acompanhado do advogado Fernando Dilen. Depois de ser ouvido, o deputado foi levado para o Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar (QCG), em Maruípe, Vitória.
Prisão ocorreu na igreja, diz Magno Malta
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, após a prisão do deputado estadual Capitão Assumção (PL), o senador e presidente da sigla no Espírito Santo, Magno Malta, expressou solidariedade ao parlamentar e disse que o partido está com ele.
"Foi preso dentro da igreja. É a informação que tenho", afirmou Malta. "É muito estranho. Nosso estado democrático de direito está violado", declarou ele.
Em seguida, o presidente do PL estadual disse que ainda não tinha mais informações sobre os motivos da prisão. "Não vou mais adiante, porque não sei o que consta no mandado de prisão e no depoimento dele".
Deputado teria descumprido medidas cautelares
Usando uma tornozeleira eletrônica desde dezembro de 2022, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) teria sido preso por descumprir medidas cautelares estabelecidas pela Justiça, segundo informações dos bastidores.
O parlamentar estava proibido de ter redes sociais e precisava cumprir outras exigências determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Além da tornozeleira eletrônica e da proibição de usar as redes sociais, Assumção estava proibido de dar entrevistas e de participar de eventos públicos em todo o País.
Segundo deputado estadual mais votado nas eleições de 2022, no Espírito Santo, recebendo 98.669 votos, Assumção é pré-candidato à Prefeitura de Vitória pelo PL.
Recentemente, Assumção intensificou sua pré-campanha nas tribunas da Assembleia atacando a atual gestão de Vitória. Em outros momentos, Assumção chegou a tirar a capa da tornozeleira eletrônica também na tribuna da Casa, em uma fala que criticava a medida cautelar imposta pelo STF. "Por que estou usando essa porcaria que não serve para nada? Porque cometi o terrível erro de opinião", disse ele, na ocasião.
O deputado foi alvo de uma megaoperação do STF que investigava atos antidemocráticos e supostos envolvimentos em um esquema de fake news, além de ataques a ministros do Supremo. Na mesma operação foram presos o vereador afastado da Câmara de Vitória, Armandinho Fontoura (Podemos), além de um jornalista. Ambos já foram soltos.
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