Polícia encontra R$ 30 milhões na casa de ex-secretário de saúde do Rio
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A Polícia encontrou cerca de R$ 30 milhões nesta sexta-feira (10) na casa do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos durante uma operação de busca e apreensão. Ele morava em Botafogo, na Zona Sul do Rio. As informações são do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O ex-secretário do governador Wilson Witzel (PSC) foi demitido em março e é investigado pelo Ministério Público.
Ele é acusado de ser um dos chefes do esquema de corrução nos contratos para a compra de respiradores e construções de hospitais de campanha para combater a pandemia de Covid-19.

De acordo com os promotores do Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção), houve um conluio entre pessoas em posição de comando na SES (Secretaria Estadual de Saúde) e empresários para direcionar os contratos emergenciais e desviar recursos públicos.
Três empresas foram escolhidas para fornecer os equipamentos, em contratos que somam R$ 180 milhões. Contudo, nenhum respirador foi entregue. Na primeira fase da operação, deflagrada no começo de maio, Neves, número dois do ex-secretário na pasta, foi preso. A prisão de Edmar é um desdobramento dessa investigação.
INVESTIGAÇÃO
Segundo o Ministério Público, as investigações "sobre a organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio" identificou que Edmar era "comandante do grupo" ao lado do ex-subsecretário executivo da pasta Gabriell Neves.
"Edmar Santos atuou, com vontade livre e de forma consciente, em comunhão de ações e desígnios, com os demandados na anterior denúncia oferecida na fase 1 da Operação Mercadores do Caos, desviando um milionário volume de recursos públicos destinados à compra de respiradores/ventiladores pulmonares, até hoje não entregues para o atendimento à população, ainda em meio à grave pandemia do novo coronavírus no estado", diz um trecho de comunicado divulgado pelo órgão.

Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público ressalta que, mesmo após a descoberta do esquema, a influência política de Edmar ainda persiste e lembrou a tentativa de sua nomeação para o cargo de secretário extraordinário após sua exoneração como secretário titular da pasta, "conferindo-lhe pseudo-blindagem". A estratégia, ressalta o MP, acabou barrada por liminar.
O órgão aponta que, em liberdade, Edmar pode dificultar o rastreamento das verbas públicas desviadas, destruir provas e ameaçar testemunhas.
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