Partidos e políticos fazem alianças para a eleição no ES
Exemplo é aproximação de Pazolini com PP, que se movimenta com PL e Republicanos. Há ainda formação de ala apoiada pelo governador
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Com a aproximação das eleições municipais de 2024, a classe política e partidos já começaram a se movimentar para formar alianças e lançar seus nomes mais fortes para concorrer às prefeituras.
Tem sido possível perceber esses movimentos nas últimas semanas, já que lideranças de partidos têm se reunido para sondagens e conversas sobre o cenário político de 2024 e até 2026, quando haverá a próxima eleição para o governo do Estado.
Recentemente, por exemplo, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) convidou o Partido Progressista (PP) para integrar a gestão da prefeitura. Essa atitude foi encarada pelos interlocutores dos partidos como uma possível aproximação do prefeito com o PP.
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Em abril, Pazolini chegou a posar em fotos com o presidente do PP no Estado, Da Vitória e Evair de Melo, deputado federal e outra liderança do partido.
No entanto, ainda não foi confirmada qualquer possibilidade de Pazolini deixar o Republicanos.
A reportagem procurou Pazolini para falar da possibilidade de colocar seu nome para uma possível reeleição em 2024, mas o prefeito não se manifestou. Apesar disso, nos corredores da prefeitura, a informação é de que o atual prefeito de Vitória tentará se reeleger.
Outro movimento partidário que tem chamado atenção é a aproximação dos partidos PL, Republicanos e PP. De forma oficial, o assunto dos encontros é a respeito de fatos que envolvem o Estado, no entanto, segundo os interlocutores dos partidos, as reuniões entre lideranças são para estudar meios de se juntar e se apresentar como alternativas à esquerda em 2024.
Outra característica desse bloco seria montar uma ala alternativa aos possíveis candidatos apoiados pelo governador Casagrande nas eleições municipais.
Nesse sentido, existe a possibilidade que em Vitória, por exemplo, Casagrande apoie a candidatura do atual deputado estadual João Coser (PT), ex-prefeito da capital.
Procurado pela reportagem, Coser admitiu que atualmente está focado no mandato, mas que seu nome está à disposição do partido
PP, PL e Republicanos, nacionalmente, já são partidos que têm interesses em comum. No Estado, porém, seria a primeira vez que as três siglas estariam juntas por um objetivo em comum.
Partidos
Alguns partidos já assumem que colocarão vários nomes à disputa de prefeituras pela Grande Vitória, outros acreditam que ainda é cedo para falar sobre o assunto.
O PODEMOS, por exemplo, presidido pelo deputado federal Gilson Daniel, pretende ter um candidato disputando a prefeitura de cada município da região metropolitana, exceto em Cariacica. Na cidade, o partido irá apoiar a candidatura de Euclério Sampaio. A sigla foca na reeleição de Arnaldinho Borgo em Vila Velha e Wanderson Bueno em Viana.
O PL, apesar de não ter se manifestado de forma oficial, tem nomes como do deputado estadual Capitão Assumção e do vereador Devacir Rabello para Vila Velha. Além disso, existe a possibilidade do deputado Gilvan da Federal disputar à cadeira em Vitória.
Republicanos, presidido pelo ex-deputado estadual Erick Musso tem Lorenzo Pazolini para disputar a reeleição em Vitória, além de contar com o deputado estadual Sergio Meneguelli, que já confessou ao jornal A Tribuna que “sofre grande pressão popular para se candidatar a prefeito de Colatina novamente”.
O PT tem dois deputados cotados para disputar a Prefeitura de Vitória e Cariacica: João Coser (estadual) e Helder Salomão (federal), respectivamente.
o pp, representado pelo líder deputado Da Vitória, chegou a se reunir com o presidente do Republicanos, Erick Musso e lideranças do PL. Oficialmente, eram encontros para falar do futuro do Estado, mas interlocutores apontam que os partidos pretendem se unir para as eleições de 2024. A reportagem demandou os dois presidentes, mas não houve retorno.
SAIBA MAIS
Declarações
Vitória
Sergio Majeski (psdb) comentou que “só não será candidato à Prefeitura de Vitória se não tiver legenda”.
gilvan da federal (PL) disse que está focado no mandato de federal, mas se disse leal ao povo capixaba e se considera um soldado do PL.
João Coser (PT) alegou que seu nome está à disposição do partido.
Vila Velha
arnaldinho Borgo (Podemos), de forma oficial, não está tratando a respeito de reeleição, mas admitiu que se a cidade quiser que lance a candidatura, o assunto será avaliado.
Outra possibilidade é Bruno Lorenzutti (Podemos), atual presidente da Câmara, ser candidato a vice-prefeito de Arnaldinho. Lorenzutti chegou a afirmar que está disposto a ajudar o prefeito em qualquer posição.
Gilson Daniel, presidente do partido de Arnaldinho, comentou que vai trabalhar na reeleição do atual prefeito.
devacir rabello (PL) disse estar focado no mandato de vereador, mas está à disposição do partido para a disputa à prefeitura.
Neucimar Fraga (PP) já comentou que está à disposição do partido para enfrentar Arnaldinho Borgo.
Rafael Primo (PT) alegou que está disponível para se candidatar, caso seja a vontade do Partido dos Trabalhadores.
Cariacica
Helder Salomão disse que o partido ainda não definiu o nome que vai disputar a Prefeitura de Cariacica em 2024, mas ele estará junto às forças políticas da cidade.
euclério sampaio (Ub) disse, oficialmente, que vai decidir sobre a candidatura no final do ano. Interlocutores já apontam que ele será candidato.
Serra
Pablo Muribeca (Patriota) disse estar focado no mandato de deputado estadual e tratará da possível candidatura no futuro.
Fonte: Pesquisa AT.
“Polarização tende a continuar” - Adriano Pedra, professor de Direito Constitucional da FDV
“Temos assistido nas últimas eleições a uma intensa polarização que tem apartado as pessoas em extremos opostos.
O que se vê no Brasil é um reflexo do que tem acontecido em outras partes do mundo, como na disputa Biden versus Trump nos EUA, o que tem gerado um alinhamento global.
Essa polarização inevitavelmente estará presente nas eleições municipais que acontecerão no Espírito Santo, de uma maneira geral, porque é assim que tem se comportado o eleitorado no cenário nacional, e será assim que os candidatos irão se posicionar.
Esse tipo de postura extremista acaba dificultando o diálogo entre as diferentes visões de mundo e impede a formação de consensos em prol da própria sociedade.”
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