Nova presidente do Tribunal de Justiça do ES: “Caminho ainda é longo”
Janete Vargas Simões assumiu a presidência do Tribunal, defendendo diálogo, eficiência e uma Justiça mais acessível, moderna e humanizada
A desembargadora Janete Vargas Simões assumiu oficialmente a presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), em sessão solene na tarde de quinta-feira (11), marcando um momento histórico e inédito na história do Judiciário capixaba.
Após 134 anos, a Corte elegeu, por unanimidade, uma mulher como presidente. Durante seu discurso de posse, ela destacou que as mulheres têm conquistado mais espaços no poder e em lideranças, mas que ainda há muitos desafios.
“É possível chegar aonde se quer. Seja qual for o desafio, é possível, com muito trabalho, mérito, coragem e uma boa dose de resiliência. Temos conquistado muitos avanços, com as mulheres cada vez mais ocupando postos estratégicos e de liderança, mas sabemos que o caminho da transformação, da igualdade e do respeito ainda é longo”, afirmou.
Em outro momento, Janete Vargas Simões disse que deseja que o novo período seja marcado por coragem institucional, serenidade e capacidade de diálogo.
“Que avancemos na modernização tecnológica sem perder o respeito pela dignidade das pessoas que dependem de nossos serviços, que fortaleçamos a confiança pública, que promovamos previsibilidade, segurança jurídica e respeito, que cuidemos das pessoas e que semeemos, diariamente, uma justiça capaz de honrar o passado”.
A nova presidente da Corte falou, em seu discurso, que há muito a ser feito. Direcionando-se à sociedade capixaba, ela afirmou que o Poder Judiciário do Espírito Santo se empenhará para ser cada vez mais eficiente, acessível e humanizado.
“Estaremos de portas abertas, atentos às demandas de todos e firmes na defesa dos direitos fundamentais”, disse.
Mesa
Além de Janete, a nova Mesa Diretora para o biênio 2026/2027 também tomou posse.
Foram empossados o desembargador Fernando Zardini Antonio, como vice-presidente; o desembargador Ewerton Schwab Pinto Júnior, como corregedor-geral da Justiça; e o desembargador Robson Luiz Albanez, que assume a função de vice-corregedor.
A cerimônia teve início com a solenidade militar e a revista à tropa formada, na rua em frente ao TJ, realizada pelo governador do Estado, Renato Casagrande, e pelo vice-governador Ricardo Ferraço.
Também compuseram o dispositivo de honra a desembargadora Janete Vargas Simões e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Santos.
Cenas da Posse
Saiba Mais
Janete Vargas Simões
A nova presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), Janete Vargas Simões, nasceu em Barra de São Francisco e é filha de Hugo de Vargas Fortes e Ery Silva Fortes.
Aos 17 anos, conquistou o 1º lugar em concurso público, sendo a primeira mulher da cidade a alcançar tal feito. Anos mais tarde, estabeleceu-se como tabeliã, fundando o primeiro cartório sob administração feminina na região norte do ES.
O cartório, localizado em frente à sua residência, tornou-se o local de infância de Janete, onde ela e seus irmãos compartilhavam momentos de brincadeira.
Graduação
A mãe de Janete sempre a incentivou a buscar o conhecimento e a realizar seus sonhos. Graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde conheceu e se casou com Carlos Simões Fonseca, também capixaba e futuro desembargador. Dessa união, nasceram os filhos Thiago e Maria Carolina.
Em 1990, Janete tomou posse como magistrada, iniciando uma carreira marcada por dedicação e intensa atuação. Em reconhecimento à sua trajetória de sucesso, foi eleita desembargadora do TJ-ES em 2014.
Hobbies
Apesar de sua intensa vida profissional, a desembargadora Janete encontra tempo para dedicar-se à família e a seus hobbies, como tocar violão, cantar, cozinhar e produzir obras de arte. Em seus momentos de lazer, desfruta da companhia dos netos Hugo e Ana.
Trechos do discurso
“A justiça é presença humana. É, antes de tudo, escuta, compreensão, responsabilidade e resolução. Esses são os princípios que trago comigo em toda a minha jornada, seja quando atuei nos Juizados Especiais, na Justiça Comunitária, na Presidência da Associação dos Magistrados, mais recentemente no Fórum Nacional de Mediação e Conciliação e na Comissão de Conflitos Fundiários”.
“O judiciário não governa e não legisla, mas garante, protege e modera. Modera não politicamente, mas simbolicamente, mantendo a Constituição como eixo estruturante da convivência pública. O avanço tecnológico exige novas posturas e novas respostas”.
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