Morador de Aracruz pedala nove horas por dia para ir a Brasília
O aposentado Herval, de 60 anos, saiu de Aracruz rumo a Brasília pedalando, em um percurso com mais de 1.200 quilômetros
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Mais de 1.200 quilômetros de pedalada. Esse é o desafio que o aposentado Herval Nogueira, de 60 anos, está encarando para acompanhar de perto a posse do presidente eleito Lula (PT), que acontecerá em Brasília, no próximo domingo.
Herval, que é ex-operador portuário, saiu com sua bicicleta da Barra do Riacho, em Aracruz, no dia 21, com destino à capital federal. Ele tem pedalado várias horas por dia e já percorreu 800 km do percurso total. “Estou conseguindo ficar nove horas por dia em cima da bicicleta. O planejamento é chegar em Brasília no dia 30 (sexta).”
A ideia de acompanhar de perto a posse do presidente eleito surgiu depois que ele percebeu um sentimento de mudança no País.
“Eu fui à posse em 2003. A sensação que eu tenho do cenário político atual é que vivemos um momento de mudança, porque o governo que vai assumir é completamente oposto ao governo vigente”, disse. A ideia inicial dele é acampar no Parque da Cidade.
O percurso só está sendo possível porque o aposentado colocou duas próteses nos joelhos:
“Os médicos disseram que eu não tinha mais cartilagem e que precisaria colocar prótese. Depois, foi preciso fortalecer as pernas e encontrei o ciclismo.”
Nos primeiros dias da viagem, o aposentado cruzou o Espírito Santo por Colatina e Baixo Guandu, seguindo para Minas Gerais, por Aimorés. Hoje, ele já está em São Gonçalo de Abaeté, município que fica próximo à divisa com o estado de Goiás. “Estou mais adiantado do que imaginei”, comemorou.
Na hora do descanso, o ciclista consegue quartos baratos em pequenas pousadas, à beira das estradas. “Tento também me alimentar nesses lugares, já que o preço é mais em conta”, comentou.
Com sete dias de viagem, o aposentado já enfrentou problemas durante o percurso.
Segundo ele, quando estava em Governador Valadares, os pedais da bicicleta se soltaram.
“Sorte que consegui novos de um morador do interior, não tinha praticamente ninguém na região.”
Casado há 35 anos e com um casal de filhos, ele garantiu que a família tem fornecido apoio à sua jornada. “Estão com o coração na mão, mas fazemos contato continuamente”, revelou.
Sobre o retorno ao Estado, Herval disse que não deve se aventurar novamente com a bicicleta. “Voltarei de ônibus, com caravanas.”
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