Médico de Bolsonaro descarta cirurgia mais delicada após internação em SP
Ex-presidente fez cirurgias para corrigir hérnia de hiato e desvio de septo na manhã desta terça-feira (12)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez cirurgias para corrigir hérnia de hiato e desvio de septo na manhã desta terça-feira (12), no hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo.
Uma terceira intervenção, mais complexa, estava prevista e serviria para corrigir as alças intestinais, uma parte móvel do intestino. No entanto, segundo o médico Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, ela foi descartada porque o ex-presidente está com "função intestinal adequada", sem obstruções e com bom funcionamento.
De acordo com informações do advogado e assessor do ex-presidente Fabio Wajngarten, Bolsonaro foi para o centro cirúrgico por volta das 5h. Três horas depois, ele afirmou que os procedimentos haviam terminado e que eles "transcorreram dentro da maior tranquilidade".
A correção de hérnia de hiato teve como objetivo, diz o assessor, tratar refluxo, soluços e tosses secas contínuas. A cirurgia no septo foi indicada para melhorar a condição respiratória do ex-presidente.
Segundo boletim divulgado por Wajngarten, Bolsonaro fez uma endoscopia digestiva alta para tratar o refluxo e procedimentos de septoplastia, turbinectomia e uvulopalatofaringoplastia.
Na ocasião, o advogado não fez referência à cirurgia mais complexa que estava prevista. Cirurgias anteriores ou traumas podem gerar nas alças intestinais aderências — uniões indesejadas a outros órgãos ou tecidos—, que dificultam o trânsito das fezes, causando obstrução ou lentidão.
Diferentemente das outras cirurgias, a de alças intestinais poderia estar ligada à facada que Bolsonaro sofreu em 2018 durante a campanha eleitoral. Ele foi ferido por Adélio Bispo de Oliveira na cidade mineira de Juiz de Fora.
Na tarde desta terça, Macedo disse à Folha de S.Paulo que o político deve receber alta nesta quarta (13) ou quinta-feira (14).
Bolsonaro deve ser recebido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e pernoitar no Palácio dos Bandeirantes após deixar a unidade.
A informação foi confirmada pela assessoria do governo. O ex-presidente já passou a noite no Palácio dos Bandeirantes ao menos duas vezes.
A presença do ex-presidente atraiu manifestantes diante do hospital.
Na tarde de segunda (11), quando Bolsonaro foi internado, duas mulheres protestaram contra o político em frente à unidade. Elas seguravam cartazes nos quais defendiam a prisão do ex-presidente e criticavam sua atuação na pandemia de covid, além de citar o caso das joias.
Houve um início de tumulto, quando um pedestre entrou em conflito com as mulheres, e dois carros da Polícia Militar foram deslocados para o local.
Na manhã desta terça, um homem gritou "fora, Lula" em frente ao Vila Nova Star. No começo da tarde, um grupo de cinco bolsonaristas permanecia no local, com peças em verde e amarelo em referência à bandeira do Brasil, frases contra Lula e a favor de Bolsonaro.
No fim da tarde, Michelle Bolsonaro cumprimentou apoiadores que estavam na frente do hospital. Ela mostrou o ex-presidente deitado na cama por meio de uma videochamada no celular e tirou fotos com algumas pessoas.
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