Italianos de olho em votos dos descendentes no Estado
Candidatos a uma vaga no Parlamento da Itália estão em busca da preferência do colégio eleitoral capixaba, que tem 20 mil votantes
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Com 35 mil cidadãos italianos e cerca de 20 mil aptos a votar nas eleições que serão realizadas pela Itália no próximo dia 25 de setembro, o Estado se torna um colégio eleitoral atrativo para os candidatos que querem se eleger pela América do Sul ao Parlamento do país europeu.
A reportagem de A Tribuna conversou com quatro candidatos à Câmara: Andrea Dorini, que mora no Estado; Fabio Porta, que esteve em terras capixabas semana passada, Luis Molossi e Renata Bueno, que desembarcam por aqui nos próximos 15 dias.
E há um estreante no mundo da política: o bicampeão mundial de Fórmula 1 e candidato ao Senado Emerson Fittipaldi, que afirmou, em videoconferência com a reportagem de A Tribuna, estar avaliando se conseguirá vir.
Cilmar Franceschetto, da diretoria da Comunità Italiana do Espírito Santo e conselheiro do Comitê dos Italianos no Exterior (Com.It.Es), do Consulado da Itália no Rio, diz que os “aptos a votar são os maiores de 18 anos”. “Recebem duas cédulas. Uma para votar para deputado e outra para senador”.
Cilmar observa que as cédulas de votação começam a chegar a partir do dia 9 ou 10 de setembro.
“As pessoas, sabendo que o prazo é curto, assim que receberem o envelope devem começar a votar para devolver ao consulado também pelos Correios. Já no dia 12, o ideal é devolver para que cheguem antes do dia 20, que é o prazo mais seguro”, diz. A devolução é gratuita.
Morador de Santa Teresa, o engenheiro civil Leonardo Antunes Ferrari, 43, é cidadão italiano e já votou em uma eleição e um referendo. “Busco por propostas que contemplem o estreitamento dos laços com a Itália. Gostaria de uma ampliação na estrutura de atendimento ao cidadão italiano aqui no Espírito Santo”, destaca.
As eleições seriam em junho de 2023, mas foram antecipadas após a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi.
Candidatos e propostas
Emerson Fittipaldi
Candidato ao Senado
Piloto, bicampeão da Fórmula 1. Mora em São Paulo.
Partido: Fratelli d’Italia.
Propostas: Promover o esporte integrando aos ítalo-descendentes do Brasil e América do Sul; defender o direito de sangue da cidadania, incluindo-o na Constituição; lutar pelo reconhecimento automático de diplomas dos ítalo-brasileiros e da América do Sul na Itália.
Fábio Porta
Candidato à Câmara
Senador, teve dois mandatos de deputado; é sociólogo. Nascido na Itália, tem residência em São Paulo há 20 anos.
Partido: Partido Democrático (PD).
Propostas: Defender a cidadania por direito de sangue; lei que prevê, na Itália, o ensino da história italiana no mundo; programa de bolsas de estudos e estágios junto a empresas italianas.
Luis Molossi
Candidato à Câmara
Advogado. Vice-presidente da Consulta dos Vênetos no Mundo. É de Curitiba (PR).
Partido: Movimento Associativo Italiani all'Estero (Maie).
Propostas: Cultura e educação, especialmente aos jovens, em sua formação; ampliar o acesso aos serviços consulares rápidos e eficazes; ampliar chances de negócios entre Brasil e Itália.
Andrea Dorini
Candidato à Câmara
Empresário. Nascido na Itália, mora no Estado há 18 anos, atualmente, em Alegre.
Partido: Forza Italia.
Propostas: Implementar o Campus Esportivo para Novos Talentos do Futebol, vinculado ao presidente do partido, Silvio Berlusconi; intercâmbios entre cidades brasileiras e italianas; resolver a bitributação dos aposentados italianos da América do Sul.
Renata Bueno
Candidata à Câmara
Advogada. Teve um mandato de deputada na Itália. É de Brasília (DF).
Partido: Unione Sudamericana Emigrati Italiani (Usei).
Propostas: Inovação, com foco nos jovens, para que tenham títulos reconhecidos na Itália e mais cursos; focar no empreendedorismo; aumentar em ao menos 20% o orçamento para melhorar os serviços consulares.
Entenda
Renúncia e Parlamento
Antecipação
- A eleição ocorre pouco menos de um ano antes da data prevista, em junho de 2023, e foi provocada pela renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi e a dissolução do Parlamento pelo presidente da Itália, Sergio Mattarella, em julho. Na ocasião, Mattarella disse que não havia apoio parlamentar ao governo.
Como é a votação?
Voto não é obrigatório
- As eleições na Itália irão ocorrer no dia 25 de setembro, porém o eleitor no exterior terá até o dia 22 de setembro, às 16h, para fazer chegar à sede do Consulado da Itália, da sua circunscrição, no caso do Espírito Santo é o Consulado do Rio, o envelope com as cédulas preenchidas. O voto é facultativo, isto é, não é obrigatório.
América do Sul elege três
- O Parlamento italiano possui 12 membros eleitos no exterior – oito deputados e quatro senadores. A repartição exterior América do Sul, à qual os cidadãos italianos residentes no Brasil pertencem, irá escolher três representantes: um para o Senado e dois para a Câmara dos Deputados.
- “É possível votar em um senador de um partido e em deputados de partido diferente do senador. Porém, os deputados devem pertencer à mesma coligação”, diz Cilmar Franceschetto.
Voto por correspondência
- Os eleitores italianos residentes fora da Itália irão receber pelos correios, a partir do dia 9 ou 10 de setembro, um envelope com as cédulas eleitorais e instruções sobre como votar.
Atualização de dados
- Logo, é fundamental regularizar os seus dados pessoais e endereço com seu consulado, de preferência usando o portal online de serviços consulares Fast It: https://serviziconsolari.esteri.it
Atenção ao prazo curto
- Os eleitores que até 11 de setembro ainda não tiverem recebido o envelope eleitoral devem entrar em contato com o Consulado Geral da Itália no Rio de Janeiro para obter uma cópia.
Fonte: Cilmar Franceschetto, da diretoria da Comunità Italiana e conselheiro do Com.It.ES do Consulado Geral da Itália no Rio.
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