Humberto Costa assume PT nacional com desafio de consolidar a base aliada para 2026
Senador diz que a defesa do governo Lula, o combate aos retrocessos sociais e a coesão do partido nas próximas eleições internas são prioridades
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Eleito presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) em um momento decisivo para o governo Lula, o senador Humberto Costa afirmou, nesta quinta-feira (20), que sua gestão será marcada pelo enfrentamento aos retrocessos sociais e pelo fortalecimento da base política no Congresso. O ministro da Economia, Fernando Haddad, esteve presente no local para parabenizar o senador pela vitória.
Entre as prioridades, estão a aprovação de projetos estratégicos, como as mudanças no imposto de renda e o fim da escala de trabalho 6×1.
“Temos algumas questões muito prementes, como alargar a articulação para a consolidação de uma base política consistente no Congresso Nacional, trabalhar pela aprovação de importantes projetos, como a reforma da renda e o fim da escala 6×1”, disse Humberto.
Ao ser questionado sobre os principais desafios do partido e da base aliada, ele reforçou a necessidade de consolidar as conquistas do governo Lula.
“Nós seguiremos trabalhando pela consolidação da democracia e para evitar retrocessos sociais, que a extrema direita se esforça em impor ao país. Precisamos seguir avançando nas conquistas, são muitas as que o nosso governo tem produzido, e o PT vai, cada vez mais, nas redes e nas ruas, encarnar essa luta", disse.
Segundo ele, é importante pavimentar "o caminho que assegure vitórias e garanta a aprovação no ano que vem, pelas urnas, desse projeto popular de larga escala e longo alcance encabeçado pelo presidente Lula.”
ESTILOS "UM POUCO DIFERENTES"
Humberto também destacou que seu estilo de gestão será diferente do adotado por Gleisi Hoffmann à frente do partido.
“Cada pessoa tem o seu estilo. Acho que a ministra Gleisi realmente é muito firme nas suas colocações. Foi muito forte em cada tema da conjuntura e nós vamos tentar seguir esses passos, mas naturalmente com um estilo talvez um pouco diferente. Mas o PT não deixará de ter uma postura firme, combativa e de apoio ao governo Lula”, afirmou.
Ele ainda reconheceu a atuação de Gleisi na condução do partido, destacando sua liderança na resistência às investidas contra o PT e na construção da frente ampla que levou Lula de volta ao Planalto. Agora, Gleisi ocupa o cargo de ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
UNIDADE INTERNA DO PT, UMA MISSÃO ADICIONAL

A escolha de Humberto Costa para comandar o PT foi oficializada nesta quinta-feira (20), durante reunião do Diretório Nacional. O senador recebeu 63 votos favoráveis, nenhum contrário e cinco abstenções.
Humberto permanecerá no cargo até julho, quando será realizado o Processo de Eleições Diretas (PED) 2025, que também definirá os novos presidentes municipais, estaduais e nacional da legenda. Ele mesmo é um dos cotados.
Por ter um perfil combativo, Humberto Costa enfrenta um desafio adicional em sua gestão: demonstrar que superou dificuldades do passado na condução da unidade partidária. Em momentos como as eleições municipais de 2012, a coesão da legenda em Pernambuco foi um obstáculo, e agora, à frente do PT nacional, ele tem a oportunidade de mostrar que essa é uma página virada.
“Nosso desafio imediato é organizar o PT para o seu Processo de Eleições Diretas (PED), uma enorme mobilização democrática interna, com a viva participação da nossa militância, para escolher os comandos municipais, estaduais e nacional do nosso partido. Até julho, quando ocorrem as eleições, vamos trabalhar fortemente nessa estruturação. Obviamente, tudo isso será feito paralelamente à dedicação sobre a pauta de interesse do nosso país e nos somando aos esforços do nosso governo”, destacou o senador, que é um dos fundadores do PT.
Além da presidência, o encontro promoveu outras mudanças na estrutura partidária. Lucas Monteiro assumiu o lugar de Augusto Lobato no Diretório Nacional, e Everaldo Anunciação foi eleito vice-presidente da legenda, com 49 votos a favor, quatro contrários e três abstenções.
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