Aposentado supera desafios após sofrer AVC para ir às urnas
O aposentado Laerte Volponi faz questão de votar
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Enquanto os jovens vivem a expectativa de votar pela primeira vez, há quem se prepare para superar desafios pessoais para poder exercer seu direito ao voto.
O aposentado de 62 anos Laerte Volponi, por exemplo, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) há três anos, teve parte dos movimentos do corpo prejudicados e desenvolveu afasia, uma disfunção neurológica que afeta a capacidade de se comunicar.
Mas nem isso fez com que ele desistisse de sair de casa para votar. Nas últimas eleições para presidente, ainda sem conseguir falar muitas palavras, ele apontava para a TV nos horários das propagandas eleitorais.
A família entendeu o recado, e domingo ele vai ajudar a eleger o prefeito, vice-prefeito e os vereadores de Alfredo Chaves. “Vou votar enquanto Deus me permitir”, afirmou à reportagem.
Quem também relata superar dificuldades para votar é o profissional da área administrativa Wagner Dias de Oliveira, de 53 anos. Cadeirante, ele relata já ter lidado com uma série de situações envolvendo falta de acessibilidade em locais de votação.
“Em eleições passadas, votava em uma escola que só tinha escadas, e a seção ficava num andar mais acima. Na época, o responsável pela seção descia a urna só para eu votar”, destaca.
Ele completa dizendo que, desde a última eleição, vota em uma escola onde a sala de votação fica localizada no térreo. “Mas ainda enfrentamos desafios para chegar: calçadas, ônibus, banheiro químicos, ruas... Há uma falta de acessibilidade generalizada. Lei até tem, mas falta botarem elas em prática”, diz.
Já o universitário Dieyson Gonçalves conta que prefere enxergar nas limitações a chance de exercer a cidadania. Aos 35 anos, ele cursa medicina veterinária na UVV e fala da importância de defender pautas políticas.
“A gente tem que aproveitar a oportunidade para decidir por nós mesmos, e não deixar que as pessoas decidam por nós. E também dar um voto de confiança às pessoas que vão estar à frente do nosso Brasil, para ver se muda alguma coisa”.
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