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Política

“É possível coibir ação de robôs”, diz especialista


Imagem ilustrativa da imagem “É possível coibir ação de robôs”, diz especialista
Sergio Denicoli disse que a formação das leis é um processo muito mais lento do que a evolução tecnológica |  Foto: Divulgação

Os robôs já estão em quase todas as plataformas digitais. Eles operam contas falsas nas redes sociais e assim manipulam tendências. Os chamados bots curtem e compartilham conteúdos para fazer com que eles sejam mais vistos.

Para Sergio Denicoli, pós-doutor e diretor da AP Exata, que trabalha com análise da discussão política nas redes sociais, as empresas que operam nas redes têm condições, mas não interesse em coibir a ação de bots.

A Tribuna – Quando as redes sociais foram “invadidas” por robôs?

Sergio Denicoli – A internet como um todo é movida por robôs. No Brasil, 60% das mensagens que circulam na internet são automatizadas, seja por meio de agregadores de conteúdo, distribuidores de anúncios, mensagens de e-mail disparadas em massa, etc. Portanto, a robotização da vida online é um fato desde que a Web se popularizou, nos anos 90.

Esses robôs muitas vezes têm o intuito de persuadir alguém a realizar uma ação, seja de consumo, de entretenimento e também de voto.

Nós usuários somos classificados pelos algoritmos de acordo com nossos gostos, interações, etc. As pessoas têm ficado mais atentas, pois as campanhas eleitorais se voltaram para as segmentações das redes e os resultados ficam visíveis quando as urnas se abrem.

Quais os principais impactos políticos da atuação de robôs no ambiente virtual?
São os posts com temas polêmicos que despertam debate. Essas são as publicações que os algoritmos das redes sociais mais exibem aos usuários. Assim, os robôs ajudam a criar narrativas e a disseminá-las, até que elas sejam absorvidas pelos internautas comuns.

As redes são baseadas na mimética, ou seja, nos memes, nas repetições. É do comportamento humano repetir padrões. Os robôs, então, dão aos humanos os argumentos que devem utilizar num debate político.

Robô não vota. Então por que impacta tanto o “ruído” nas redes sociais?
Gera ruído pela capacidade dos robôs de disseminar um argumento de forma rápida e massificada, mesmo sendo as redes um ambiente profundamente fragmentado e dividido em bolhas.

Acredito que há uma superficialização do debate, pois a internet é profundamente volátil e não é um meio apropriado para a reflexão tão necessária para que o eleitor possa decidir o seu voto. Por isso o debate político na internet é algo tão histérico, passional, pouco profundo e bastante conflituoso.

O Tribunal Superior Eleitoral, por exemplo, proibiu o disparo em massa de mensagens como estratégia eleitoral. Acredita terá efeito nas campanhas?
A formação das leis, que exige um debate democrático amplo, é um processo muito mais lento do que a evolução tecnológica. É um jogo do gato e rato. Quando a legislação alcança algo do mundo virtual, a dinâmica da internet apresenta novas formas de interação, e a lei acaba por ficar defasada.

Hoje, por exemplo, o País se vê às voltas do debate sobre fake news, sendo que elas estiveram presentes nas eleições que ocorreram há dois anos. É louvável que o Congresso se debruce sobre esse tema. Mas ele está muito atrasado.

É possível regular e até mesmo coibir a ação de robôs nas redes? Como?
É possível, mas extremamente difícil. A internet é global e as leis são nacionais. Além disso, as normas internacionais necessitam de um debate democrático e diplomático, do qual participam também as empresas responsáveis pelas redes sociais.

E não interessa a essas empresas serem reguladas. Elas preferem uma autorregulação. Não tenho qualquer dúvida que as empresas que atuam na internet têm plena capacidade de coibir a atuação de robôs, mas não há interesse nisso.

O que há por trás dos robôs? Qual a estrutura necessária para pautar o debate político? Quanto custa?
Por trás dos robôs há um pensamento estratégico voltado para atingir um público específico. Não tenho ideia de custos de operação desses sistemas, mas certamente é algo bastante dispendioso.

Mas lembro que os sistemas de anúncios de empresas como Facebook permitem que um post atinja pessoas de acordo com o interesse do anunciante. Há inúmeras possibilidades de se direcionar um post a algum público, de forma legal e ao alcance de qualquer pessoa que possa pagar por isso.

Há iniciativas como “Sleeping Giants Brasil” e “Gigantes Não Dormem” questionando anúncios em sites que propagariam “informações fraudulentas”. Como isso impacta o jogo político?
Movimentos como Sleeping Giants e Gigantes Não Dormem colocam em causa o sistema de anúncios de empresas como Google, que difundem conteúdo dos anunciantes de forma indiscriminada, para sites onde o público-alvo definido está.

Mas, com a militância dos internautas, a tendência é que essa disseminação de publicidade automatizada tenha novos critérios.

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