Casagrande emite nota após declaração de Bolsonaro sobre invasão a hospitais
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O governador Renato Casagrande (PSB) usou as redes sociais nesta sexta-feira (12) para criticar Jair Bolsonaro (sem partido). Casagrande emitiu uma nota sobre o pedido que o presidente fez aos seus seguidores nas redes sociais que filmem o interior de hospitais públicos e de campanha para averiguar se os leitos de emergência estão livres ou ocupados.
Segundo o governador do Espírito Santo, essa "é mais uma manifestação de total insensibilidade com os familiares dos mais de 40 mil mortos pela Covid 19".
"No momento de crise os líderes precisam se manifestar com serenidade, solidariedade e compaixão", completou ele.
Durante live nas redes sociais na quinta-feira (11), o presidente defendeu que, caso as imagens demonstrem alguma anormalidade, elas sejam enviadas ao governo federal, que o repassará para a Polícia Federal ou para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para que sejam investigadas.
A entrada em unidades de saúde sem autorização não é permitida. O gesto, além de constranger os pacientes, coloca o visitante em risco de contaminação, sobretudo em meio à pandemia de coronavírus. As autoridades de saúde têm recomendado que as pessoas evitem unidades hospitalares para evitar o contágio.
"[Se] Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda", disse o presidente.
O presidente fez o pedido após colocar em dúvida o número total de mortes por coronavírus no Brasil. Nesta quinta-feira (11), o Brasil registrou 1.261 mortes, elevando para 41.058 vidas perdidas.
Sem mostrar provas, Bolsonaro disse que chegam ao governo federal informações de que o número total de mortes está inflado e de que muitas pessoas morrem por outros motivos, mas que seus atestados de óbito incluem o coronavírus como causa.
"Tem um ganho político dos caras. Só pode ser isso. Aproveitando as pessoas que falecem para ter um ganho político. E para culpar o governo federal", disse. "Pode ser que eu esteja equivocado, mas, na totalidade ou em grande parte, ninguém perdeu a vida por falta respirador ou de UTI", acrescentou.
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