Braga Netto tentou conseguir detalhes da delação com pai de Mauro Cid, diz PF
General foi preso neste sábado (14) por obstrução de Justiça
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O general Walter Braga Netto entrou em contato com o pai do tenente-coronel Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, para conseguir informações sigilosas sobre a delação premiada do militar, diz a Polícia Federal em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Braga Netto foi preso neste sábado (14) por obstrução de Justiça. Segundo a Polícia Federal, o general atuou de forma "reiterada e destacada para impedir a completa identificação dos fatos investigados".
As suspeitas foram confirmadas pela PF após perícia no celular de Lourena Cid e um novo depoimento de Cid, em 5 de dezembro. Segundo os investigadores, as tentativas de Braga Netto ter acesso às informações começaram logo após o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) ser solto em setembro de 2023.
"Isso aconteceu logo depois da minha soltura, quanto eu fiz a colaboração naquele período, onde não só ele como outros intermediários tentaram saber o que eu tinha falado", disse Cid em depoimento à PF.
"Fazia um contato com o meu pai, tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado, porque a imprensa estava falando muita coisa, ele não era oficial, e tentando entender o que eu tinha falado. Tanto que o meu pai na resposta, que é aquele de terceiro, disse 'não, o Cid falou que não era'."
Segundo a PF, as informações mostram que Braga Netto "praticou condutas no sentido de interferir na investigação, notadamente a partir de ações voltadas à obtenção de dados sigilosos fornecidos pelo colaborador Mauro Cesar Barbosa Cid à Polícia Federal".
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