VÍDEO | PMs são acusados de agressão em Piúma
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A Polícia Militar vai apurar as circunstâncias de uma abordagem que terminou em agressão na sexta-feira (1º), em Piúma, no litoral sul do Estado.
O vídeo foi divulgado nas redes sociais pelo presidente da OAB/ES, José Carlos Rizk Filho, e mostra um homem sendo agredido com tapas e socos por, pelo menos, dois policiais.
"Abrimos o ano de 2021 com cenas clássicas de abuso de autoridade infelizmente recorrente em nosso País. Defender direitos humanos não é defender criminoso mas sim direitos básicos existenciais frente a agressividade do Estado. Que haja apuração que merece contra os abusadores", escreveu Rizk.
A confusão aconteceu na garagem de um prédio localizado na orla do balneário. O irmão do homem agredido contou que estava entrando na garagem com sua caminhonete quando os dois foram abordados por um PM que desceu de uma viatura.
“Eu tinha acabado de entrar na garagem do meu prédio. Eu estava conduzindo, e meu irmão estava no banco do passageiro. O policial queria que eu desse ré e voltasse para a rua, mas eu estacionei na garagem”, disse o gerente administrativo de transporte, Ulisses Martinusso, de 36 anos.
Houve uma discussão e o irmão do gerente administrativo foi agredido. “Ele pediu para o policial não encostar nele e foi agredido com tapas e socos. Eu fui agredido com um chute na direção dos rins no momento em que fui colocado no cofre da viatura”, afirmou.
Segundo a Polícia Militar a ocorrência teve início por conta de uma infração de som alto (leia a íntegra da nota no final da matéria).
“O som do meu carro não estava ligado. Só tinha uma caixa em cima do carro. Não era som automotivo, é uma caixa de som para a gente leva para ouvir na areia. Se tivesse crime de som era para multar a gente, não envergonhar a gente na nossa casa de praia. Eu não cometi crime. Tanto que não apreenderam o carro nem o som”, afirmou.
O caso foi encaminhado para a Polícia Civil e o condutor da caminhonete acabou autuado por embriaguez ao volante. Na noite deste sábado (2), ele compareceu ao Departamento Médico Legal de Vitória para exames de corpo de delito.
“Fui autuado por embriaguez ao volante sendo que o delegado nem conversou comigo para ver se eu tinha sintomas. Não fizeram bafômetro antes de levar para a delegacia. Tinha uns 18 policiais na ocorrência. Usaram spray de pimenta contra minha esposa, jogaram meu filho de 12 anos, que é portador de necessidades especiais, no chão. Não sei onde está meu documento nem o documento do meu carro porque um policial colocou no bolso e não registrou na ocorrência. Fiquei muito aborrecido devido a tamanha agressão”, disse Martinusso.
O outro lado
Em nota, a Polícia Militar informou que vai instaurar um procedimento apuratório.
“Policiais militares em patrulhamento identificaram uma caminhonete transitando com som alto. Ao ser dada ordem de parada, o condutor desobedeceu a ordem legal e evadiu-se. Assim que o automóvel foi encontrado, o condutor e o passageiro se dirigiram para o interior de um condomínio. A ocorrência foi conduzida para a delegacia de Polícia Civil.
A Polícia Militar vai instaurar um procedimento apuratório pelo cartório da Unidade de área para verificação dos fatos não coadunando com atos que desrespeitem a lei em qualquer circunstância”.
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