Suspeito de agredir enteada de um ano é preso na Serra
A mãe também será investigada, suspeita de omissão
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Foi preso pela polícia o padrasto suspeito de agredir uma bebê de 1 ano e 4 meses, no bairro Nova Almeida, na Serra. A agressão ocorreu no dia 13 de junho e a criança ficou internada em estado grave, com múltiplas lesões na cabeça, chegando a ficar em coma. O homem foi preso preventivamente e a mãe da bebê também foi indiciada no inquérito, sendo investigada por omissão.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (08), a polícia explicou o caso e confirmou que a bebê recebeu alta hospitalar. A menina teve traumatismo craniano grave, além de lesões nas costas, braços e pernas. Ela chegou a ficar intubada e sofreu paradas cardiorrespiratórias, mas segundo neurologista não deve ficar com sequelas da agressão.
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A polícia teve conhecimento do caso por meio do hospital onde a criança deu entrada, com sinais de maus tratos e espancamento. A equipe foi até a unidade e verificou que a menina respirava por aparelhos e apresentava múltiplas faturas na cabeça. Ela estava sob os cuidados do padrasto no momento dos ferimentos e, na ocasião, ela chegou a dar três versões diferentes para explicar as lesões.
A delegada Thais Cruz, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), explicou que a mãe da menina saiu para trabalhar e deixou a filha com o padrasto, que também cuidava de um outro bebê, filho do casal, de apenas 4 meses.
No dia em questão, o homem recebeu a visita de um primo, com quem havia combinado de assistir a um jogo. Quando o primo chegou, a criança estava no chão, sufocada e o padrasto explicou a situação dizendo que ela havia se engasgado após tomar mamadeira.
O primo resolveu pedir por ajuda, saindo de casa e avistando uma viatura da Polícia Militar na rua. A equipe policial fez os primeiros socorros à criança, salvando a menina inclusive de uma parada cardiorrespiratória. Ela foi encaminhada para a UPA na Serra, onde ficou constatado que o caso era grave, necessitando de transferência para um hospital.
A criança foi levada para o Hospital Infantil de Vitória, onde a equipe médica percebeu que ela apresentava diversas lesões pelo corpo, nas costas, braços e pernas, além de pancada na cabeça, já que também não respondia a comandos. Neste momento, a mãe também foi avisada do estado da criança.
AGRESSÕES
No sábado (14), a avó materna da bebê procurou a delegacia relatando que a mãe tinha confirmado que a criança havia sido agredida pelo padrasto.
A prisão preventiva do suspeito foi decretada e cumprida já na segunda-feira (16), mas durante o depoimento ele afirmou que a criança havia caído de uma cama box de uma altura de 50 cm, batendo a cabeça. Em outra versão ele chegou a dizer ainda que havia brincado de "lutinha" com a bebê, o que explicaria os hematomas.
"A equipe da DPCA foi até o hospital novamente e solicitou um relatório do neurologista que estava acompanhando a criança. Ele falou que a lesão era incompatível com a queda da cama box, em razão das múltiplas fraturas que tinha na cabeça", contou a delegada.
Um outro exame foi solicitado pela polícia, e o resultado confirmou mais de dez lesões nas costas da criança, além de lesões na coxa, glúteo, braços e no olho, em diferentes estágios de cicatrização, mostrando que algumas eram mais antigas.
"Nesse segundo momento a gente começou a apontar a investigação para a conduta da mãe. A genitora foi ouvida e falou que tinha mais ou menos 1 mês que a criança ficava com o padrasto, antes ficava com babás."
As babás foram ouvidas pela polícia e não apontaram nenhuma conduta da mãe em agressões físicas. "Só que era incompatível a mãe não saber das lesões, dos hematomas da filha. Ela foi indiciada e o padrasto também, por tortura, porque ambos foram coniventes, estavam cientes que a criança estava sendo agredida fisicamente", afirmou Thais Cruz.
Já pela agressão do dia 13, o padrasto foi indiciado por tentativa de homicídio. "Eu entendi que ele só não consumou este homicídio porque o primo chegou, viu a criança agonizando no chão e pediu ajuda", declarou ainda a delegada.
A menina inclusive já havia dado entrada no hospital em uma ocasião recente, no dia 22 de maio, com uma fratura na cabeça e na perna, após também estar com o padrasto. Na ocasião, a mãe falou que a criança amanheceu mancando e ela a levou para o hospital e depois foi avisada pelo padrasto que a menina havia caído.
Em depoimento, a mãe alegou não saber das agressões. "Em um segundo momento a gente começou a ver que a mãe tinha sido omissa, por isso que ela foi indiciada por tortura, porque a criança era agredida reiteradamente", concluiu Thais.
A menina agredida recebeu alta nesta segunda-feira (08). A delegada afirmou que, em conversa com o neurologista que acompanhou o caso, ele indicou que a vítima não ficaria com sequelas. Uma equipe do hospital também contou que a menina passa agora por um processo de recuperação dos movimentos de braços e pernas.
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