“Se eles reagirem, vão para o DML”, afirma comandante-geral da Polícia Militar
Comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, mandou recado para criminosos que quiserem enfrentar a polícia
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Enquanto fogos e tiros eram ouvidos na região do Complexo da Penha, em Vitória, durante a caçada aos criminosos responsáveis por uma série de ataques, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, falava com a imprensa e avisava: “Não vai ficar barato. Qualquer atentado não será tolerado”.
Em um discurso duro e prometendo respostas, o comandante-geral da PM disse: “Se eles se entregarem serão algemados e presos. Se reagirem, vão para o DML (Departamento Médico Legal)”.
- O Marujo, um dos traficantes mais procurados do Espírito Santo, está no Estado? A polícia sabe onde ele está?
Coronel Douglas Caus - A nossa Força Tática, atendendo uma informação do nosso serviço de inteligência, fez uma incursão na segunda-feira (10) no Bairro da Penha, numa escadaria onde havia diversos indivíduos armados. Eles atiraram contra a força policial, houve o revide e foi visualizada a presença do Marujo.
É bom entender que tudo isso está ocorrendo porque a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Secretaria de Segurança Pública, o nosso foco principal agora são os grandes traficantes. Nas nossas operações, nós prendemos 10 grandes traficantes em menos de 60 dias.
O que isso causa? Causa retaliação, causa troca de tiros e essa troca de tiros demonstra que nós estamos chegando cada vez mais perto desses indivíduos armados.
Se se entregarem, virão algemados e presos. Se reagirem, obviamente irão voltar igual o traficante que voltou na segunda-feira (10), vão para o DML.
Quem era esse homem que foi morto no confronto?
Era um traficante grande que participava da segurança do Marujo. Por isso, essa reação. Nós estamos cada mais perto desses indivíduos. Segunda mesmo, nós saturamos o bairro, hoje (ontem) nós temos um processo de mais de 350 homens na Grande Vitória focados no complexo e em outros bairros. Nós já reforçamos o policiamento, inclusive com a tropa que foi reconvocada para trabalhar.
Agora, que fique claro, houve também uma tentativa de fechar a Leitão da Silva. Não vai ocorrer nesse Estado. Pessoas que descem para protestar contra a morte de um facínora, contra a sociedade, contra a imprensa, não serão toleradas. A Polícia Militar já chegará usando a força não letal para fazer essa dispersão. Não irão mais fazer bloqueio de vias públicas.
Que recado deixa para o Marujo?
É bandido burro, bandido que manda botar fogo em ônibus é aquele que chama a polícia para a sua localidade, onde nós faremos saturação, apreenderemos armas, traficantes e munições.
Quando ele esteve no Rio de Janeiro, provavelmente deve ter visto que lá se pode fazer isso. Mas a polícia capixaba é completamente diferente. O nosso cartão de visita já foi entregue lá em Santa Leopoldina e para ele (Marujo) é o mesmo cartão de visita: ou ele vem de um jeito ou de outro. Ou ele cava um túnel e desaparece ou vai para fora do Estado. Se queimarem mais ônibus, vamos focar mais ainda em cima desses grandes traficantes.
Quero mandar um recado: Marujo, sai do Estado ou cava um buraco. Não adianta você se esconder dentro da casa dos seus parentes. Se tiver lá vamos prender todo mundo independente de ser sua mulher, seus parentes, eles também serão presos por associação ao tráfico e formação de quadrilha. O seu espaço está curto e é burrice enfrentar a polícia no Estado.
Sobre os ataques, o que diz?
Não vai ficar barato. Qualquer atentado contra a sociedade, contra a imprensa e contra órgãos de segurança pública não será tolerado de maneira alguma.
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Resposta à altura
O trabalho da polícia é um trabalho forte e nós vamos manter a presença policial e a saturação para dar segurança àquela comunidade para que possa ir para o seu trabalho, para sua escola de forma tranquila. Havendo confronto vamos ter que responder à altura como fizemos ontem (segunda-feira, quando um segurança do Marujo foi morto)”.
Marcio Celante, secretário de Estado da Segurança Pública
Trabalhar e prender
“Nós trabalhamos com todas as fontes de informações, de inteligência, câmeras. Já fizemos outras ações nesse sentido, de outras vezes em que repórteres foram também ameaçados, identificamos e prendemos. Então, nós vamos continuar trabalhando porque não aceitamos nenhum ataque à democracia, vamos trabalhar e prender”.
José Darcy Arruda, delegado-geral da Polícia Civil
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