Sargento que agrediu frentista pode ser liberado para voltar a atuar
Escute essa reportagem
Seis meses após agredir um frentista de um posto de combustíveis, na Rodovia do Sol, em Itaparica, Vila Velha, terminou nesta terça-feira (23) o prazo da licença médica do sargento Clemilson Silva de Freitas e ele pode voltar à ativa. O policial militar se apresentou nesta quarta-feira (24) a um médico e será submetido a uma nova avaliação da Junta Médica da Polícia Militar.
O laudo, que vai dizer se a licença médica do militar será estendida ou não, ainda não saiu, mas a corporação informou que, caso seja liberado, o policial retorna a sua unidade para exercer atividades aministrativas até a conclusão do processo administrativo disciplinar, que está em andamento na Corregedoria da PM. "Somente ao final do PAD será definido algum tipo de punição, ou não, ao militar", diz a nota.
O CASO
No dia 21 de janiero deste ano, o sargento foi ao posto onde o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos, de 39 anos, trabalhava e não gostou quando o funcionário do local pediu para que ele descesse da moto durante o abastecimento do veículo.
“Eu expliquei que era protocolo de segurança ao cliente, mas ele achou ruim e agiu com grosseria. Até dei a opção para falar com o dono do estabelecimento, mas ele já saiu dizendo que ia voltar”, relatou Joelcio à reportagem de A Tribuna na época.
No dia seguinte, o PM retornou e foi atrás do frentista. Segundo Joelcio, o militar já chegou falando: “Pede para eu sair da moto agora”. Em seguida, partiu para agressão. Uma câmera de segurança do posto flagrou o momento em que o policial acerta um tapa no rosto do frentista.
Na época, a Polícia Militar informou, por meio de nota, que “adotou, desde o início, todas as providências necessárias à instauração do processo apuratório”. Preventivamente, o policial investigado foi afastado de suas funções operacionais.
"É um absurdo", diz frentista
Em conversa com o Tribuna Online na tarde desta quarta, Joelcio afirmou que está indignado com a notícia de que o sargento pode voltar a atuar a qualquer momento. "Eu acho um absurdo, porque a punição dele já deveria ter saído, mas descobri que ele vai poder voltar a trabalhar", contou.
A notícia chegou para o frentista por meio de mensagem, enquanto trabalhava, na tarde desta quarta. Segundo ele, foi difícil continuar trabalhando depois disso. "Meu gerente reparou que eu estava meio abalado, triste, e me mandou ir para casa relaxar um pouco".
Na época da agressão, a empresa transferiu Joelcio para outro posto, por medo de alguma retaliação por parte do militar. "Eles me deram até férias. Fiquei 30 dias em casa, porque meu psicológico não estava muito bem. E, mesmo depois de ter sido transferido e de todo esse tempo, eu continuo com medo dele voltar e tentar alguma coisa contra mim", afirmou.
Assista ao vídeo da agressão:
Comentários