Roubo de carros cai e seguro fica mais barato no Estado
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Com o isolamento social, grande parte da frota de veículos do Estado ficou nas garagens. O que provocou queda no número de roubos de carros desde início da pandemia.
Dados do Sindicato das Seguradoras (Sindseg) do Rio de Janeiro e do Espírito Santo mostram que o setor teve queda de 3% no faturamento, o que forçou as operadoras de seguros a reduzirem em até 20% os valores tanto em caso de novos contratos quanto de renovação.
Para o presidente do Sindseg, Antonio Carlos de Melo Costa, a redução foi uma forma de as empresas tentarem manter sua carteira de clientes.
“A queda de preços se deve à concorrência. Se você não reduz seu preço, você perde seus clientes e seu negócio.”
As seguradoras também esticaram os prazos, passando de quatro para até 10 parcelas. “Muitas empresas aceitaram prorrogar vencimento das parcelas no período mais complicado da pandemia”, revela Costa.
Com base nas informações fornecidas da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), em todo o Estado, roubo e furto de veículos caiu 4%, de janeiro a agosto, em relação ao mesmo período de 2019.
Na Grande Vitória a diminuição foi de 5%, no Norte cresceu 5%, no Sul caiu 14%, no Noroeste cresceu 2,7% e a região serrana caiu 3%.
No primeiro trimestre, foram roubados 2.560 veículos — crescimento de 10% em relação ao ano anterior.
“O ano estava começando quente, o que não é o normal no Espírito Santo. No segundo trimestre, houve queda de 10% (de 2.137 em 2019 para 1.915 em 2020). Não temos o terceiro trimestre fechado, mas julho e agosto tiveram queda ainda maior: 18%”, disse o presidente do Sindseg.
No total, foram roubados em todo o Estado 5.602 veículos contra 5.848 em 2019, queda de 4,2%.
Para o presidente do Sindseg, Antônio Carlos Costa, o Espírito Santo é mais atraente para os corretores de seguro pois tem “roubos e furtos de veículos infinitamente menor que os outros estados”.
Nesse cenário de poucos sinistros (roubos e furtos), Costa afirma que as autoridades precisam entender que, se há mais segurança, as empresas conseguem oferecer um seguro mais barato.
“Na verdade, as seguradoras não ganham mais dinheiro com mais roubos de veículos, porque quanto mais caro o seguro, menos clientes você tem, porque as pessoas não querem pagar um seguro caro.”
“Foi a 1ª vez que tive desconto”
Quem teve redução no valor do seguro do carro foi a auxiliar administrativo Dayana Baratella Salles, de 38 anos.
Além da redução, que foi de 10%, Dayana também teve outras facilidades, a exemplo do parcelamento em 10 vezes, sem juros, com entrada em 30 dias.
“Tenho um Fox, que comprei zero quilômetro em 2015, e foi a primeira vez que tive desconto no seguro. Fiquei muito feliz”, comemorou.
Ela contou que só depois de um tempo é que assimilou que a redução ocorreu na pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“A renovação do meu seguro foi feita em meados do ano e agora estou negociando a troca por um carro mais novo. Não dá para ficar sem seguro.”
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