Réu por morte de músico, soldado criou grupo para combinar versões, diz polícia
Polícia Civil concluiu inquérito que apurava o crime e divulgou informações nesta segunda-feira
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Após dois meses de um crime cruel, que chocou moradores do bairro Jardim Camburi, em Vitória, a Polícia Civil concluiu inquérito que apurava a morte do músico Guilherme Rocha, de 37 anos.
Além de qualificar o soldado da Polícia Militar Lucas Torezani de Oliveira (responsável pelo tiro que matou o músico), e o amigo dele, Jordan Ribeiro de Oliveira (que empurrou a vítima), a polícia descobriu que Torezani criou um grupo de conversas no WhatsApp para combinar versões que seriam ditas em delegacia, após o crime.
As informações foram confirmadas pelo chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, delegado Marcelo Cavalcanti, durante coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (19).
Segundo o delegado, o soldado teria criado dois grupos, um deles de nome "Cadê Matheus?”, usado para que ele e amigos pudessem marcar os encontros no condomínio.
“Esse grupo, inicialmente, de nome “Cadê Mateus”, era usado para que eles marcassem aquilo ali, encontros que eram regrados a bebida e a drogas”, disse o delegado.
O outro grupo, chamado de “AA”, teria sido criado minutos depois que o acusado foi liberado da 1ª Delegacia Regional de Vitória, onde deu uma versão, que segundo a Polícia Civil é mentirosa.
“Após a versão mentirosa que ele apresentou na delegacia, ele sentiu a necessidade de continuar mantendo aquela mentira, quando criou um grupo que denominou “AA”, e passou a tentar combinar versões com o Jordan e com o outro menino, a testemunha”, explica Marcelo.
As investigações começaram horas depois do assassinato. Elas apontaram que no momento do homicídio, além de Lucas e Jordam, havia também um terceiro amigo no local. Embora estivesse junto com os acusados, essa testemunha, segundo a polícia, não tem envolvimento com a morte do músico.
Uma outra informação revelada pelo delegado foi a forma que o acusado trata a vítima no primeiro grupo criado, minutos após o assassinato. “Ele desdenha da morte da vítima quando ele escreve nesse grupo, onde estava alguns amigos, que se a vítima queria silêncio, ela estava em silêncio eterno”, disse.
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