Quadrilha que aplicava golpe do consórcio movimentou mais de R$ 600 milhões
Operação da polícia interditou três empresas envolvidas no esquema, com sedes em Vitória, Cariacica e Colatina
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A Polícia Civil do Espírito Santo divulgou nesta sexta-feira (18) resultados de uma operação de combate à uma organização criminosa especializada em golpes financeiros. Ao todo, os envolvidos no esquema movimentaram mais de 600 milhões de reais em apenas dois anos.
O golpe do consórcio funcionava da seguinte forma: as empresas anunciavam pela internet a venda de casas, veículos e terrenos, geralmente com preços muito abaixo do mercado. Os consumidores eram atraídos e, ao entrarem em contato com o anunciante, eram convidados a ir até um escritório da empresa.
Já no local, a vítima, acreditando que iria fazer um financiamento, era induzida pelos criminosos a realizar um consórcio. Porém o consórcio era falso e o bem que a vítima acreditava estar comprando não existia.
As vítimas pagavam prestações e também davam lances afim de serem contempladas pelo consórcio, o que nunca acontecia. "Eles vendem sonhos, e a pessoa, ao chegar na instituição, vê que na verdade não existe o imóvel, não existe o veículo. Eles são coagidos a fazer um consórcio sem a vontade deles", disse o delegado Alan Moreno de Andrade, titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa).
Durante a operação três empresas foram interditadas, em Vitória, Cariacica e Colatina, e quatro pessoas foram detidas em flagrante. Ao todo, cerca de 3 milhões de reais foram apreendidos em itens, entre eles veículos, notebooks, celulares, além de 36 relógios de luxo avaliados em 500 mil reais.
Além disso armas e munições também foram encontradas e outros três veículos de luxo foram bloqueados judicialmente e seguem sendo procurados pela Polícia Civil para cumprimento da ordem judicial.
A investigação descobriu transações financeiras dos envolvidos na organização criminosa no total de R$ 602.076.626,00 (seiscentos e dois milhões, setenta e seis mil e seiscentos e vinte e seis reais), no período de apenas dois anos. Ao todo, 130 pessoas estariam ligadas ao esquema.
Os quatro suspeitos detidos foram levados ao presídio e devem responder por crime contra as relações de consumo e estelionato.
Para evitar golpes como esse, o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) orienta que as pessoas confiram a existência de bens anunciados na internet, averiguando se realmente estão no endereço citado nos anúncios.
Assista a reportagem da TV Tribuna/SBT
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