"Prende e solta de criminosos é um balde de água fria", diz secretário
Os bandidos colocados de volta às ruas, incomodam não só a população do Estado, mas também os órgãos de segurança
![Imagem ilustrativa da imagem "Prende e solta de criminosos é um balde de água fria", diz secretário]('https://cdn2.tribunaonline.com.br'/img/inline/110000/1200x720/inline_00111575_00-2.webp?fallback=%27https%3A%2F%2Fcdn2.tribunaonline.com.br%27%2Fimg%2Finline%2F110000%2Finline_00111575_00.jpg%3Fxid%3D296799%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721279971&xid=296799)
Os bandidos que estão sendo colocados de volta às ruas, mesmo após o cometimento de diversos crimes, incomodam não só a população do Estado, mas também os órgãos de segurança.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, o famoso “prende e solta” interfere, inclusive, no processo da atividade policial.
“Essas questões que envolvem os criminosos que são presos e colocados na rua trazem transtornos para quem está na segurança pública. O prende e solta é um balde de água fria em todas as estratégias da polícia”, disse o secretário, ainda lamentando a situação.
“Em todos os crimes que são puníveis em até quatro anos, a soltura dos indivíduos é imediata. Ele vai responder o processo em liberdade. Está ficando injusto com o processo da atividade policial”.
Ramalho informou ainda que as polícias têm recebido diariamente cobranças da sociedade em função dos diversos crimes praticados por criminosos reincidentes.
O secretário ressaltou que os órgãos policiais têm feito seu papel de prender, mas que sozinhos não vão trazer a solução para um problema que é social.
“É preciso discutir a ação penal sobre o viés da punição. Tivemos muitas leis de garantias, acreditando que isso poderia reeducar os indivíduos. Passados alguns anos temos visto que isso está estimulando os jovens a entrar no crime”.
Sobre o perfil dos bandidos reincidentes em crimes como furto, porte ilegal de arma de fogo e roubo, Ramalho lembrou que são jovens de 15 a 28 anos, que muitas vezes, ao saírem da cadeia, tiram a vida de outras pessoas.
“Estamos falando de jovens inconsequentes, afastados da família e que, muitas vezes, não sabem sequer utilizar armas e saem para roubar, colocando em risco a vida das pessoas”, disse o secretário.
Para Ramalho, o problema da reincidência dos criminosos não está especificamente em quem aplica as leis, durante as audiências de custódia, e sim na própria legislação brasileira que prevê determinadas garantias para quem comete determinados delitos.
“Ao ser preso, um bandido que cometeu um roubo, junto com seu advogado, já começa a contabilizar as chances de ser colocado nas ruas novamente, e algumas leis permitem que esse indivíduo faça essa conta. Pode ser tornozeleira eletrônica, pode ser prisão domiciliar, transação penal, progressão de regime, saída temporária, etc”.
Comentários