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Polícia

Pix faz aumentar número de sequestros na Grande Vitória

Segundo a Polícia Civil, foram 23 ocorrências neste ano. Além de ser sequestrada, a vítima é obrigada a fazer transações bancárias


Imagem ilustrativa da imagem Pix faz aumentar número de sequestros na Grande Vitória
Jardim da Penha, em Vitória, é um dos bairros onde tem acontecido mais registros de sequestros-relâmpagos. |  Foto: Arquivo/AT

Agindo com a certeza de que vão conseguir dinheiro fácil, criminosos, de olho no Pix, estão praticando sequestros-relâmpago e obrigando as vítimas a fazerem transferências.

Essa modalidade de crime vem aumentando no Estado, principalmente na Grande Vitória. Jardim da Penha, na capital, é um dos bairros onde tem acontecido mais  casos de sequestro-relâmpago. 

Somente este ano, segundo a Polícia Civil, foram 23 ocorrências de extorsão com restrição da liberdade, onde além de ser sequestrada, a própria vítima é obrigada a fazer transações por aplicativos de seus bancos. São nove casos a mais que em 2021, quando 14 ocorrências foram registradas.

Eduardo Pinheiro, consultor de Tecnologia da Informação, alerta que as mulheres são os principais alvos dos criminosos, principalmente se estiverem com bebês ou distraídas com o uso do celular.

“Mas a boa notícia é que algumas medidas podem criar barreiras de proteção que dificultam a ação do bandido, e assim evita-se a tensão dessas abordagens que colocam em risco não só o dinheiro, mas também a própria vida da vítima. A melhor de todas as dicas é ter sempre muito cuidado e se manter em constante estado de vigilância, quando estiver nas ruas”.

Ainda assim, segundo ele, ninguém está livre de passar por esse tipo de situação. “Caso isso ocorra, o melhor a fazer é não reagir e manter a calma, lembrando que o bem maior a proteger é a própria vida e não o dinheiro”.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou, por meio de nota, que está atenta ao problema do roubo de celulares e casos de sequestros-relâmpago -que são questões de segurança pública -, e a todos os temas relacionados à segurança, ainda que eles não tenham origem no sistema financeiro, particularmente em seus reflexos nas transações bancárias, na segurança de seus clientes e com o uso do Pix.

A Febraban orienta que, no caso de o cliente ter sido vítima, ele dever registrar boletim de ocorrência e notificar seu banco para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas.

Grupo vai combater crime

Os casos de sequestros-relâmpagos em que bandidos exigem transferências bancárias via Pix  podem estar com os dias contados. Isso porque um grupo de elite da Polícia Civil foi criado e seguirá investigando todos os casos já registrados, a fim de localizar os suspeitos pela prática.

É o que detalha o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado  Gabriel Duarte Monteiro.

“Esse núcleo, que é subordinado ao Deic,  foi criado com policiais já treinados, e agora iremos investigar e prender esses criminosos que insistem em praticar esse tipo de crime, que é grave”, disse o delegado.

Ele explicou ainda que a medida que os casos forem diminuindo  no Estado, a chefia da Polícia Civil junto com o Deic irá analisar a necessidade de manter o grupo atuando junto à delegacia.

“O importante é que ele será um núcleo específico, devido a esse ligeiro aumento, e que vai trazer segurança a população”.

 Para tranquilizar os moradores da Grande Vitória, região onde mais casos foram  registrados, o delegado afirmou que, inicialmente, não há indícios de que uma organização criminosa, especializada neste tipo de crime, esteja atuando no Estado.

“Nós já vínhamos investigando e não temos nenhuma informação de organização criminosa que esteja cometendo este tipo de crime. São crimes de oportunidade. Às vezes, o comportamento da vítima vai fazer o criminoso agir naquele momento”, explicou.

O delegado aproveitou para pedir que as pessoas nunca reajam. Outra dica é, se possível, tenha dois aparelhos (o que tiver dados bancários deverá, se possível, permanecer em casa).

Morre condutor de aplicativo  agredido por não ter dinheiro

Imagem ilustrativa da imagem Pix faz aumentar número de sequestros na Grande Vitória
Woney foi agredido por assaltantes. |  Foto: Divulgação

Há cerca de dois meses, o motorista de aplicativo Woney Wagner de Campos Cordeiro, 50 anos, tomou uma decisão: desinstalar o aplicativo do banco temendo ser vítima de criminosos e obrigado a fazer transferência por Pix.

A decisão, segundo conta a sua esposa, uma esteticista de 33 anos, foi tomada por causa do aumento de sequestros-relâmpago com esse objetivo. Ela pede para o seu nome ser preservado.

Só que na madrugada do último dia 5, ele foi vítima de um assalto  no bairro Vila Palestina, em Cariacica, enquanto fazia uma corrida.

Os criminosos tentaram fazer o Pix e, sem sucesso, o espancaram. Desde então, ele lutava para viver no leito Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, mas na noite da última terça-feira, a família recebeu a notícia que ninguém está preparado para ouvir.

“Ligaram do hospital por volta das 22 horas confirmando morte encefálica. Atendendo o desejo dele, decidimos doar todos os órgãos. O procedimento está em andamento e ainda não temos data para o sepultamento”, contou a esteticista.

Ela disse que Woney ficou duas horas e vinte minutos com os bandidos. Segundo ela, nos primeiros dias no hospital ele conversava com ela, falando dos quatro filhos, de 11, 9, 8 e 6 anos, dois casais.

“Ele falava que foi muita covardia o que fizeram. Foram cinco criminosos. Ele perguntava muito pelos filhos e não imaginava que o seu caso era grave. Como foi difícil dar a notícia da morte do pai para eles. Choraram muito”.

Apelo

Em meio ao sofrimento, ela pede justiça e questiona. “Sabemos que a tecnologia é importante, mas será que o Pix é realmente seguro? Apesar de nada trazer o meu marido de volta, o nosso apelo é por justiça para que aqueles que fizeram essa crueldade sejam presos”.

Woney era motorista de aplicativo há 5 anos. “Ele morava em São Paulo, onde era chapeiro, mas decidiu vir para o Espírito Santo para trabalhar como motorista”.


Outros casos


Sequestrado com a família

No mês passado, uma família de quatro pessoas, incluindo um bebê, foi sequestrada e feita refém em Eldorado, na Serra. Uma das vítimas, um homem de 42 anos, contou que os bandidos não perceberam que a  sua esposa estava com o bebê no colo.

“Eles só foram perceber depois que andaram acho que uns três ou quatro quilômetros. Eles então xingaram vários palavrões e falaram: 'Tem uma criança aqui? A gente não quer fazer mal a vocês. A gente só quer que vocês façam o Pix para a nossa conta.' Como não conseguiram efetuar o Pix, devido ao horário, um dos criminosos exigiu que eles baixassem o PicPay para efetuar as transações.

Rendida ao sair de academia

Ao sair da academia, uma dentista de 43 anos foi rendida próximo a uma das pracinhas   de Jardim da Penha. Ela foi obrigada a fazer uma  transferência via Pix de R$ 500. Quando chegaram à Praia do Canto, mais dois suspeitos entraram no veículo. Já no bairro Jardim Tropical, na Serra, eles roubaram mais um carro, onde estava uma família, que não foi levada como refém. Depois, os bandidos se dividiram nos dois veículos e liberaram a vítima.

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